segunda-feira, 21 de outubro de 2024

Achada espada do faraó increpado por Moisés

Estátua de Ramsés II no Templo de Luxor
Estátua de Ramsés II no Templo de Luxor
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs






Há mais de 3.000 anos, o profeta Moisés enfrentou ao todo-poderoso faraó do Egito para obter a libertação do povo judeu da escravidão com que o oprimia.

Mas quem foi esse faraó? O livro do Êxodo não nos diz seu nome e os cientistas disputam em certa medida quem poderia ter sido.

A opinião predominante na ciência histórica é que tudo leva a crer esse faraó foi Ramsés II, também referido como Ramsés II, que reinou entre aproximadamente 1279 a.C. e 1213 a.C., o segundo mais longo do Antigo Egito que marcou o auge final do poder militar do reino dos faraós.

Ele foi o mais poderoso do Antigo Egito, e era servido – ou enfeitiçado – por sacerdotes bruxos. Esses, na disputa contra Moisés, fizeram prodígios preternaturais só atribuíveis ao rei dos infernos, Lúcifer.

Para remover a resistência do monarca absoluto, Moisés enviou as dez pragas bíblicas que o constrangeram a deixar sair os israelitas de escravidão para o êxodo rumo à Terra Prometida.

O reinado de Ramsés II foi o mais longo e prestigioso da história dos faraós, marcado por construções colossais cujas ruínas causam admiração até hoje. Os hebreus teriam trabalhado como escravos para construir templos e cidades a serviço do faraó.

Moisés e Arão enfrentam o Faraó, Gustave Doré (1832 — 1883)
Moisés e Arão enfrentam o Faraó,
Gustave Doré (1832 — 1883)
A maioria das evidências arqueológicas e mesmo bíblicas aponta para ele como a faraó do episódio famoso com Moisés, mas sem dissipar inteiramente a dúvida. Alguns supõem que possa ter sido Tutemés III.

E ainda outros propõem que o faraó opressor mencionado em Êxodo (1: 2–2: 23) foi Seti I (r. 1290–1279 a.C.), e o faraó durante o Êxodo foi Ramsés II (r. 1279–1213 a.C.).

Moisés, o instrumento de Deus para libertar os hebreus, pertencia a tribo de Levi e teria vivido 120 anos, mais precisamente entre 1391–1271 a.C. Mais ainda a este respeito há diversas opiniões.

Nesta matéria que requer muita prudência, as melhores e mais acatadas opiniões se inclinam a achar que foi Ramsés II, de prolongado reinado.

Ramsés II, espada de bronze com seu selo (Courtesy of Egyptian Ministry of Tourism and Antiquities)
Ramsés II, espada de bronze com seu selo
(Courtesy of Egyptian Ministry of Tourism and Antiquities)
Agora, uma equipe de arqueólogos que escavava um antigo forte militar localizado a 50 quilômetros a sudeste de Alexandria descobriu e limpou uma longa espada ornamentada com a insígnia de Ramsés II, informou o “The Washington Post”.

O espantoso é que sob camadas de ferrugem e sujeira acumuladas ao longo de milhares de anos, a espada não perdeu seu brilho. Assim nessa folha de bronze brilhante ainda é visível o emblema pessoal do faraó.

“É uma descoberta verdadeiramente surpreendente”, disse Elizabeth Frood, egiptóloga da Universidade de Oxford, que não esteve envolvida na escavação.

Pela coincidência das datas, a descoberta veio reforçar indiretamente a suposição de ter sido ele o faraó increpado por Moisés,.

A descoberta da arma foi feita por arqueólogos do Ministério de Antiguidades do Egito num esconderijo de antigos tesouros egípcios escavados no antigo forte militar de Tell Al-Abqain, uma cabana de barro no Delta do Nilo.

Segundo o Ministério, o forte foi um posto avançado crucial para proteger as fronteiras noroeste do Antigo Egito na era do Novo Império, período áureo daquela civilização infestado de demonismo e conhecido até hoje pela sua arquitetura monumental.

Segundo a egiptóloga Frood, o fato de a espada ter sido descoberta em um ambiente de trabalho, e não dentro de uma tumba, torna a descoberta incomum.

“O fato de um objeto ter a cartela de Ramsés II sugere que ele pertencia a alguém de posição relativamente elevada”, diz o arqueólogo. “Ser capaz de exibir tal objeto, mesmo que ele estivesse embainhado, era um sinal de status e prestígio”.

No local, os arqueólogos também encontraram um delineador de marfim para aplicar Kohl, cosmético usado por homens e mulheres para afastar dos olhos os insetos que espalhavam doenças que cegavam. Também acharam escaravelhos cerimoniais, para uso em rituais diários dos antigos soldados de Ramsés II, e incluindo dois colares e metade de um anel de latão.

Aiman Ashmawy, arqueólogo do Conselho Supremo de Antiguidades do Egito e membro da equipe que participou na escavação, refere que no forte havia grandes potes para guardar alimentos com restos de peixes e ossos de animais além de fornos cilíndricos de cerâmica para cozinhar, sugerindo que no local funcionava alguma cantina.

Sitio arqueológico onde foi achada a espada
Sitio arqueológico onde foi achada a espada
Os objetos estavam numa fileira de cabanas de barro perfeitamente organizadas, típicas dos quartéis e depósitos de armas egípcios, separadas por uma passagem estreita. O traçado é consistente com a arquitetura oficial do estado egípcio da época encontrada em outras partes do país.

O secretário-geral do Conselho Supremo de Antiguidades, Mohamed Ismail Khaled, disse que o forte militar formava parte de um anel de “unidades defensivas da fronteira ocidental do Egito, e eram utilizadas como bases para operações militares contra grupos de líbios”.

Os antigos egípcios deixaram inscrições vívidas detalhando os seus ferozes confrontos com esse povo fronteiriço que os atacou repetidas vezes.

A espada pode ter sido de uso militar ou tal vez cerimonial, uso ao qual os egípcios davam muita importância por sua inclinação a uma religião altamente simbólica dos poderes infernais.

A curiosidade do achado arqueológico ressalta na nossa época em que a Igreja Católica e o catolicismo em geral gemem sob a infiltração despótica da fumaça de Satanás nos ambientes mais sagrados e mais categorizados.

O faraó que escravizava o povo eleito foi uma prefigura da Revolução comuno-progressista que também escraviza moralmente aos católicos.

A aparição da lâmina daquele opressor do Antigo Testamento na nossa época que tem fortes traços de analogia com aquela, nos faz pensar na vinda de alguém enviado por Deus como um novo Moisés para nos tirar da extrema aflição.

Moisés e Arão ante o Faraó, William Brassey Hole (1846 – 1917)
Moisés e Arão ante o Faraó, William Brassey Hole (1846 – 1917)
A comparação que fazemos de ambas situações separadas por 3.000 anos de história, em verdade não é nossa. Foi feita por um santo religioso carmelitano dotado de luzes proféticas e elevado à glória dos altares pela Igreja: o Beato Padre Francisco Palau y Quer (1811-1872).

Ele considerava que ante a penetração de Satanás e de sua “estirpe humana de Judas” inclusive nas mais altas esferas da Igreja, impunha que Deus enviasse à Terra um amado filho seu dotado de poderes especiais para derrotar a tirania universal do demônio e de seus servidores humanos.

O Beato Palau aspirava pela vinda do profeta Elias como está anunciada no Novo Testamento.

Porém, reconhecia que poderia ser um outro escolhido, com outro nome, mas que realizaria a “missão de Elias” e tiraria a Igreja da opressão diabólica em que está.

Para distingui-lo ele criou um perfil que denominou “Moisés da Lei da Graça” dizendo que aquele que se encaixe nesse perfil, será o enviado ainda que tenha outro nome.

O achado da espada do faraó nos convida a reflexões do gênero.


segunda-feira, 7 de outubro de 2024

Amazônia: estonteante dependência do Saara

Poeira fertilizante do Saara todo ano passa por cima do Atlântico e sustenta a vida na Amazônia e no Caribe
Poeira fertilizante do Saara todo ano passa por cima do Atlântico e sustenta a vida na Amazônia e no Caribe
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







A Amazônia é a maior floresta tropical úmida da Terra. E o Saara é o maior e mais quente deserto do mundo.

Na aparência, nada de mais diverso e sem relação um com outro. Uma imensa selva verde úmida no coração da América do Sul, e um infindável areal, composto de poeira e pedra, onde sopram ventos ardentes no norte da África.

Porém, se, por ventura, os dois estivessem vitalmente unidos? Se o mais pleno de vida dependesse do mais morto para sobreviver, quem ou o quê poderia ter criado essa inter-relação?

Por certo, uma interdependência tão profunda foge à imaginação do homem e a qualquer instrumentalização ou fabrico também humano.

Também fugiria às regras da teoria da evolução de Darwin, segundo o qual tudo o que há procede de uma realidade pré-existente, e essa de outra, por uma série intérmina e jamais demonstrada de mutações atribuíveis ao azar e à necessidade.

Há, porém, um fenômeno que envolve ventos e minérios sem vida e que sustenta a vida vegetal e animal na maior floresta tropical úmida do planeta.

Amazônia: estonteante dependência do Saara criada por Deus
Amazônia: estonteante dependência do Saara criada por Deus
Chegando no III milênio a ciência com seus mais avançados instrumentos pode documentar e mensurar esse fenômeno colossal.

Dito fenômeno une essas duas imensas realidades geográficas tão dissemelhantes passando por cima de um oceano.

Pela primeira vez um satélite da NASA mensurou em três dimensões a quantidade de poeira do Saara trazida pelos ventos por cima do Atlântico.

E calculou não só a poeira, mas também o fósforo que vem no meio dela: 22.000 toneladas de fertilizante puro, do qual a selva da Amazônia depende para existir.

A equipe comparou o conteúdo de fósforo da poeira do Saara na depressão de Bodélé com dados das estações científicas de Barbados, no Caribe, e de Miami, nos EUA.

Os resultados do estudo foram publicados na Geophysical Research Letters, revista da American Geophysical Union, segundo divulgou a NASA (vídeo embaixo).

O líder do trabalho foi Hongbin Yu, cientista da atmosfera da Universidade de Maryland que trabalha no Goddard Space Flight Center da NASA em Greenbelt, Maryland. Yu e sua equipe fizeram os cálculos com base em dados coletados pelo satélite Calipso, da NASA, entre 2007 e 2013.

Yu e sua equipe estudaram a poeira que provém especialmente da Depressão de Bodélé, no Chade. Trata-se de um antigo lago seco cujas rocas compostas por micro-organismos mortos estão carregadas de fósforo.

Esse é um nutriente essencial para o crescimento das plantas e a vegetação depende dele para florescer.

O estudo analisou especialmente a depressão de Bodélé de onde sai boa parte do fósforo fertilizador.
O estudo analisou especialmente a depressão de Bodélé de onde sai boa parte do fósforo fertilizador.
Os nutrientes são escassos no solo amazônico e alguns deles, como o fósforo, são lavados pelas chuvas. Sem os fosfatos (sais do fósforo), a floresta da Amazônia estaria condenada à morte.

Porém, segundo Yu, o fósforo que chega do Saara, estimado em 22.000 toneladas por ano, equivale aproximadamente à mesma quantidade levada pelas chuvas e pelas enchentes.

Esse fósforo é apenas 0,08% das 27,7 milhões de toneladas de poeira do Saara depositadas anualmente na Amazônia.

No total, os ventos do deserto africano levantam cada ano 182 milhões de toneladas de poeira. O volume encheria o volume de carga de 689.290 caminhões. O pó viaja 2.800 quilômetros sobre o Atlântico até cair na superfície arrastado pela chuva.

Perde-se uma parte pelo caminho. Chegando à costa do Brasil, ficam ainda no ar 132 milhões de toneladas. Por fim, 27,7 milhões de toneladas – capazes de encher 104.908 caminhões – caem sobre a superfície da bacia Amazônica. Outros 43 milhões de toneladas seguem para o Caribe.

É o maior transporte de poeira do planeta. Há importantes variações segundo os anos, dependendo dos ventos e de outros fatores.

Desta maneira o deserto morto sustenta a vida na exuberante floresta amazônica tropical e úmida. Sem o Saara a mata da Amazônia não existiria.

Vídeo: Amazônia: estonteante dependência do Saara criada por Deus



Quem teria imaginado algo tão extraordinário funcionando há milênios de anos como uma engrenagem supremamente sábia?

Fenômenos como o identificado pela NASA postulam a existência de um Deus que criou o mundo com infinita sabedoria e o governa com insondável poder. Mosaico siciliano do século XII
Fenômenos como o identificado pela NASA postulam a existência de um Deus
que criou o mundo com infinita sabedoria e o governa com insondável poder.
Mosaico siciliano do século XII
Há certos fenômenos naturais que nos obrigam a reconhecer um Criador de uma sabedoria e de um poder infinitos.

Isso apesar de uma intensa propaganda que chega ao absurdo de dizer que o ecossistema do planeta depende decisivamente de nós.

Sem o homem saber, desde que o Saara e a Amazônia existem o pó fertilizante do deserto africano chega na dose certa, mas colossal, todo ano, por cima do Atlântico.

Quem tem a sabedoria para imaginar esse processo sustentador de uma floresta como a amazônica da qual depende a Terra toda, a outros títulos?

Quem tem o poder para criar e depois garantir esses processos em sua regularidade constante há milênios?

Sem dúvida a ciência presta um inestimável tributo com uma descoberta como esta que postula a existência de um Deus criador e sustentador do céu e da terra.