segunda-feira, 8 de março de 2010

Os anjos povoam e governam as vastidões estelares (II)

Continuação do post anterior.

Os anjos vivem na presença de Deus, O contemplam e glorificam, como príncipes da Corte Celeste. Mas, seria digno de Deus estar rodeado de príncipes sem reino, legiões de aleijados, de potentados que não têm nada a fazer?

A este respeito, São Tomás de Aquino com toda sua imensa autoridade e sabedoria dá-nos preciosos ensinamentos na sua magistral “Suma Teológica”.

Sobre tudo no tratado “A providência divina, ou o governo divino do mundo por meio dos anjos” (“De Deo gubernatore: De gubernatione Dei ab Angelis”) que faz parte da Suma Teológica (Parte III, questões 106 até 114).

Nele, o Anjo das escolas demonstra em primeiro lugar que “pela mesma razão pela qual os anjos inferiores são regidos pelos superiores; todas as coisas corporais são regidas por anjos.” (q.101, a.1)

Logo a seguir esclarece que isto não só é ensinamento de todos os Doutores da Igreja ‒ que para nós católicos seria suficiente. Mas, é a opinião de todos os filósofos não-cristãos que não foram ateus ou materialistas: “Esta opinião não é exclusiva dos Santos doutores, mas é também a de todos os filósofos que admitiram a existência de substancias incorpóreas.”

Essa presidência dos anjos sobre os astros não prescinde das leis naturais inscritas por Deus na natureza. Pelo contrário, as pressupõe. O poder angélico lhes comunica impulso e vigia para que tudo corra em ordem. Como o carro que funciona de acordo com as leis da mecânica, mas precisa de um motorista que o guie e controle.

Por isso, São Tomás diz: “os seres corpóreos têm ações determinadas; mas só as executam na medida que são movidos: porque é próprio do corpo só agir por meio do movimento; e portanto é preciso que a criatura corporal seja movida pela espiritual” (id. ibid., ad 1)

Para o Angélico Doutor, uma das provas de que os anjos presidem as coisas puramente corporais, é que pelo ministério dos anjos Deus opera muitos milagres (q.110 a.1).

Destas e muitas outras doutrinas que o Anjo das Escolas desenvolve no mesmo lugar, podemos tirar a conclusão tranqüila que as imensidades astronômicas estão povoadas por uma presença angélica ativa que as governa e conduz a seu fim.

Então, as maravilhas que a astronomia desvenda dia após dia no Universo sideral são também manifestações da atividade dos espíritos angélicos que regem o número infindável de astros, estrelas e constelações.


Só os anjos?

Ainda caberia uma consideração que não provém das ciências naturais ‒ como nos posts anteriores ‒ mas da teologia.

Na hora da revolta de Lucifer, um certo número de demônios não foi precipitado logo no inferno com o pai da mentira. E ainda pervagam pela criação até serem encerrados definitivamente no inferno.

Eles são aludidos geralmente como “demônios dos ares”.

Contra eles nos adverte São Paulo Apóstolo: “Não temos que lutar somente contra a carne e o sangue, mas sim contra os principados e as potestades, contra os dominadores deste mundo de trevas, contra os espíritos malignos espalhados pelos ares...” (Ef 6, 10-11).


Entram nessa categoria as casas e lugares infestados: objetos que voam ou se deslocam de lugar, sons estranhos ou perturbadores; distúrbios visíveis, estranhos e repentinos que se verificam no mundo vegetal e no mundo animal (árvores ou plantações que secam repentinamente, doenças desconhecidas nos animais, pragas, etc.).


Certos fenômenos ou calamidades de aparência e estruturas naturais (tempestades, terremotos e outros cataclismos, incêndios, desastres, etc.) podem ter igualmente o demônio como autor, senão único direto, ao menos parcial e dirigente.


Por exemplo, o raio que caiu do céu e consumiu os pastores e as ovelhas de Jó, do mesmo modo que o vento do deserto que fez cair a casa dos filhos do Patriarca, esmagando-os sob as ruínas, foram suscitados por Satanás (Jó 2, 16-19). (cfr. “Anjos e Demônios ‒ A Luta Contra o Poder das Trevas
”, Gustavo Antônio Solimeo ‒ Luiz Sérgio Solimeo)

Não seria pois de estranhar que diabos desses quisessem por em desordem as maravilhas do Universo astronômico.

Mais, uma razão para os anjos de Deus presidirem os astros e uma esplendida oportunidade de exercerem os poderes que Deus lhe conferiu pondo em fuga esses diabos desordeiros e perturbadores.

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