segunda-feira, 28 de agosto de 2023

Médico espanhol: não acredita no Santo Sudário
quem não quer mudar de vida

Primeiro plano: Cristo jazente segundo reconstituição do professor Juan Manuel Miñarro. Fundo: o Santo Sudário.
Primeiro plano: Cristo jazente segundo reconstituição do professor Juan Manuel Miñarro.
Fundo: o Santo Sudário.
Veja também: Professor faz Crucificado segundo os dados do Santo Sudário
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs





Em maio de 2015, a agência Zenit entrevistou ao Dr. Juan Francisco Sánchez Espinosa, presidente da Comissão de Sanidade das Cortes [Legislativo regional] de Castela-La Mancha. Este médico espanhol pertence à Sociedade Espanhola de Sindonologia, que estuda o Santo Sudário.

Há vários anos, ele faz palestras sobre esse tecido inigualável da Cristandade. Eis os principais pontos:

ZENIT: O que é o Santo Sudário?

Dr. Juan Francisco Sánchez Espinosa: É um lençol funerário. Alguns afirmam que a sua origem remonta ao século I antes ou depois de Cristo, pelo tipo de estrutura que ele tem.

O vocábulo grego “síndon”, que significa tecido, originou a palavra atual com que chamamos o Santo Sudário, a “Síndone” de Turim. E a sindonologia é o estudo desse tecido tão singular para toda a cristandade.

Dr. Sánchez Espinosa, presidente da Comissão de Sanidade
do Legislativo regional de Castela-La Mancha, Espanha,
membro da Sociedade Espanhola de Sindonologia.
ZENIT: O que podemos ver na Síndone?

Dr. Sánchez Espinosa: Vemos uma imagem dorsal e frontal de um homem que foi morto mediante a crucificação.

Vemos múltiplas feridas disseminadas por todo o tórax, pelo abdome, pelos membros superiores e inferiores, do que parecem açoites; lesões na cabeça, mais de 600 feridas. E também feridas de transfixação nos pulsos e nos pés.

ZENIT: Como o senhor descreveria a imagem que podemos ver na Síndone?

Dr. Sánchez Espinosa: Você precisa estar a mais de um metro e meio de distância para conseguir visualizá-la. Não se sabe onde começa e onde acaba.

É uma imagem que se formou na superfície do linho de 4 ou 5 micras de profundidade por uma desidratação da celulose do linho.

Não existe nenhum resto de pigmento, como foi demonstrado em um dos exames feitos em 1978.

É algo extraordinário, porque, com toda a tecnologia do século XXI, não somos capazes de saber realmente como a imagem se formou.

Alguns falam dela como a imagem impossível, porque não tem explicação científica.

ZENIT: Também aparecem restos de sangue no Santo Sudário, não é?

Dr. Sánchez Espinosa: É curioso que o sangue seja prévio à formação da imagem. E é curiosíssimo porque algumas partes do tecido foram raspadas e ficou comprovado que não há imagem.

Então podemos concluir que a imagem se formaria depois do sangue incrustado no tecido. O que sabemos é que se trata de sangue do grupo AB.

Mais ou menos 16% da população semítica ou hebraica tem esse tipo de sangue. E, curiosamente, o sangue detectado no Santo Sudário de Oviedo também é do grupo AB.

Um detalhe importante é que, no sangue, aparece uma grande quantidade de bilirrubina; e isso acontece quando a morte é causada por muito estresse.

ZENIT: Por que o Santo Sudário é um “negativo fotográfico”?

Dr. Sánchez Espinosa: O primeiro que notou foi o fotógrafo italiano Secondo Pia, em 1898.

Alguns estudos dizem que essa imagem pôde surgir por causa de uma radiação ortogonal; ou seja, que sai verticalmente do corpo e produz a imagem. É como se o corpo tivesse emitido uma radiação; mas, realmente, não se sabe exatamente como aconteceu.

ZENIT: Em 1988, foi feito o exame de carbono 14 e alguns opinam que o resultado não é determinante para precisar a idade do tecido. Por quê?

Dr. Sánchez Espinosa: Essa prova tem uma confiabilidade de 67% e a única coisa que ela faz é medir o número de átomos de carbono 14 que existem nesse organismo. O carbono é gerado pelos raios cósmicos que formam o nitrogênio.

Deram quatro mostras do Sudário, mas todas cortadas do mesmo pedaço. E era o pedaço que foi chamado de “remendo fantasma”, porque nele existem misturas.

Isso é um erro de metodologia, porque o lógico teria sido pegar vários pedaços de diferentes partes do Santo Sudário.

Quando se diz que a Síndone é da Idade Média, é porque nas mostras que foram dadas às universidades que a estudaram havia tecido medieval mesclado com o tecido original. É o que acabou sendo chamado de “entretecido francês”, que é algodão tingido.

ZENIT: Que aspectos da imagem o senhor ressaltaria do ponto de vista médico?

Dr. Sánchez Espinosa: É uma imagem que me diz o tipo de morte que aquele homem sofreu; que ele teve um sofrimento brutal, que sofreu perfuração nos pulsos e nos pés.

Isso tem que ter causado uma dor horrorosa, porque, provavelmente, atingiu o nervo mediano; por isso o dedo polegar ficou puxado para dentro.

As costas de Jesus Cristo após a Flagelação, segundo o Santo Sudário.
Trabalho do professor Juan Manuel Miñarro.
Veja: Professor faz Crucificado segundo os dados do Santo Sudário
Também há mais de 600 lesões que devem ter causado no homem do Santo Sudário um sangramento descomunal, com uma perda de sangue muito grande.

Há lesões de chicotadas compatíveis com o “flagrum taxilatum”, que era uma espécie de chicote formado por tiras de couro terminadas nos chamados “taxil”, formados por pedaços de ossos ou de chumbo que se cravavam na carne.

De fato, há pedaços de músculo que foram recolhidos do Sudário, na altura das costas da imagem. Deve ter sido um espancamento selvagem. Esse tipo de tortura podia destroçar a musculatura intercostal, lesionar órgãos internos, etc.

ZENIT: Alguns estudiosos falam do pólen como prova de que o Sudário veio de Jerusalém, não é?

Dr. Sánchez Espinosa: Sim, porque, nos estudos, foi descoberto que muitas mostras de pólen que ficaram no tecido vêm da área de Jerusalém.

Concretamente, quatro ou cinco espécies que são próprias da região do Mar Morto e de Jerusalém.

Alguns pesquisadores judeus da Universidade Hebraica de Jerusalém, como Uri Baruh, concluíram que o Santo Sudário esteve em Jerusalém: na primavera e aproximadamente 2000 anos atrás.

ZENIT: O Santo Sudário é um milagre?

Dr. Sánchez Espinosa: Para mim, sim, é um milagre. Eu acredito que Deus deixa rastros neste mundo e um deles é o Santo Sudário, porque não há explicação científica.

O Santo Sudário interpela você porque, se é verdade que ele fala de Jesus Cristo morto e ressuscitado, o que a Igreja Católica diz também é verdade e, portanto, você precisa mudar de vida.

E se para você não interessa mudar de vida, então não interessa ouvir isto.




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Santo Sudário: a imagem completa de um homem cruelmente crucificado (1)

Santo Sudário: a imagem completa de um homem cruelmente crucificado (2)

segunda-feira, 19 de junho de 2023

Milênios depois, as ciências confirmam

Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs






continuação do post anterior: Mistério que pasma as ciências



Quando as ciências se concentraram no Santo Sudário após a primeira foto tirada no século XIX com uma máquina que hoje está num museu, o ateísmo levou um grande golpe.

No século XX os aparelhos mais sofisticados da NASA no Projeto de Investigação do Sudário de Turim (Shroud of Turin Research Project – STURP) abriram uma era de descobertas desconcertantes.

Máquinas e sistemas sofisticados fornecem demonstrações científicas daquilo que a graça divina há séculos vem falando às almas, mas que vinha sendo recebida com relativismo.

As ciências, até a botânica, com microscópios avançados, se debruçam sobre fragmentos mínimos de pólens de flores, de restos de substâncias que impregnaram o tecido, de moedas postas para manter fechados os olhos de Nosso Senhor — como era costume da época —, fazem comprovações cada uma mais surpreendente, patenteando até à evidência a autenticidade do tecido sagrado.

Os resultados, estudados e aprofundados, fornecem sem cessar novas provas de que Nosso Senhor Jesus Cristo ressuscitou.

Tudo isso levanta uma pergunta: por que o mundo contemporâneo dá as costas para o Santo Sudário e o silencia, ou fala pouco dele?

Dois mil anos depois, as ciências, mesmo sendo laicas, dobraram os joelhos, reconheceram e comprovaram a Ressurreição do Divino Salvador.

Diante desse milagre, que atitude toma o homem neste terceiro milênio?

Em nossos tempos, a bondade de Deus faz um convite in extremis para a humanidade abandonar as vias que levam ao pecado.

Sofreu como um criminoso para nos salvar


A imagem 3D está ao alcance de todos e pode até ser tocada
A imagem 3D está ao alcance de todos e pode até ser tocada
No ato inaugural da exposição, o bispo da diocese de Salamanca, Dom José Luis Retana, considerou que os nossos olhos “contemplarão os sinais físicos da paixão do Senhor e do amor de Deus que se faz carne [...] e que morre como criminoso e como sacrifício da nossa salvação”.

Para obter as medidas exatas do corpo divino, de 1,78 metros de altura, os artistas basearam-se nos pontos hemorrágicos dos pés, pernas ou joelhos.

“O corpo de Jesus foi reconstruído antropologicamente, testando com volumes tridimensionais”, apontaram os responsáveis na apresentação da exposição.

Francisco Moya, da Artisplendore, anunciou “uma longa jornada para os próximos 20 anos.”

O decano da Catedral de Salamanca manifestou o desejo de que esta romaria “mova a alma e o espírito dos crentes e dos não crentes, e nos aproxime a todos do mistério de Deus e do homem que influencia o homem do Sudário”.

A exposição “O Homem Misterioso” reaviva em grau sublimado o interesse pelo Santo Sudário, patenteando que por alguma razão não foi possível sepultar o assunto, como teriam desejado os infiéis ou o clero progressista católico.

Beleza e majestade no Santo Sudário


Quem vê o Santo Sudário de Turim, contemplando nele a face de Nosso Senhor, nota uma majestade que a exposição “O Homem Misterioso” ajuda a tornar evidente.

Todas as injúrias, mesquinharias, bofetadas e escarros não puderam diminuir aquela sacrossanta majestade.

A glória extrínseca de Jesus, que se patenteou no alto do Tabor; sua glória que comoveu o povo de Jerusalém no Domingo de Ramos, foram manifestações exteriores de seu esplendor interno e de sua infinita superioridade.

O Santo Sudário de Turim nos faz sentir tudo isso e nos deixa sem saber o que dizer, mas que as palavras do Profeta Isaías nos auxiliam a explicitar:

“Homem das dores [...] tomou sobre si nossas enfermidades, e carregou os nossos sofrimentos [...] ele foi castigado por nossos crimes, e esmagado por nossas iniquidades; o castigo que nos salva pesou sobre ele; fomos curados graças às suas chagas” (Is 53. 2ss).

Ser-nos-á um poderoso auxílio contemplar a verdadeira fisionomia do Varão das Dores na magnífica exposição “O Homem Misterioso”.

Rezemos para que ela possa ser apresentada também em cidades brasileiras.




INSTRUMENTOS DA PAIXÃO NA EXPOSIÇÃO


Reconstituição da Coroa de Espinhos. Foto da exposição 'O homem do Sudário', Curitiba
Reconstituição da Coroa de Espinhos.
Foto da exposição 'O homem do Sudário', Curitiba
O Misterioso Redentor se agiganta considerando o refinamento cruel dos instrumentos escolhidos para fazer sofrer a divina majestade e sua suprema beleza, estampada em todas as feridas no Santo Sudário. Apropriadamente a exposição “O Homem Misterioso” inclui a reprodução a mais fidedigna possível de:

– moedas semelhantes às usadas para pagar Judas com 30 denários;

– dois tipos de “flagrum” (flagelo) romanos usados pelos carrascos, flagelando um à direita e outro à esquerda de Jesus. Os “flagrum” têm várias tiras em cujos extremos há bolas ou “taxilim”, de aço ou osso, que à maneira de unhas se afundavam nas carnes do flagelado e lhe arrancavam a pele;

Reprodução dos 'flagrum' romanos (látegos). Foto da exposição 'O homem do Sudário', Curitiba
Reprodução dos 'flagrum' romanos (látegos).
Foto da exposição 'O homem do Sudário', Curitiba
– recriação do Titulus Crucis que foi encontrado em Roma, com análise caligráfica do título crucis escrito em diferentes línguas: hebraico, latim e grego;

– oito lanças romanas, entre as quais a que corresponde à ferida no lado direito do Homem do Sudário, entre a 5ª e 6ª costela, com uma cicatriz de cerca de 4 cm;

– recriação da Cruz, do “estilo” da forca, porque a Cruz consistia num stipite ou bastão principal, pregado nos pontos de execução, e o prisioneiro carregava sobre os ombros o travessão da cruz;

– recriação do Santo Sepulcro que apresenta um holograma do possível enterro e sepultamento de Jesus;

Reprodução dos pregos da crucifixão. Foto da exposição 'O homem do Sudário', Curitiba
Reprodução dos pregos da crucifixão.
Foto da exposição 'O homem do Sudário', Curitiba
– recriação da cripta medieval onde o Grande Preceptor da Normandia Geoffoy de Charmay afirmou ter encontrado o Sudário;

– câmera fotográfica de Secondo Pia, do séc. XIX, com a qual tirou a primeira foto e descobriu que o Sudário é “um negativo fotográfico”.

– Tabelas com informações do trabalho da equipe do STURP;

– Tabela de carbono 14, na qual se afirma que o lençol poderia ser do século XIII. A revista Nature publica que existem dados contaminados;

– “Mandylion”, ou imagem de Edessa: painel de investigação sobre o período em que o Sudário era conhecido com o nome grego de “Mandylion” e passou um tempo na cidade de Edessa;

Reconstituição da ferida da lançada. 'O homem misterioso'
Reconstituição da ferida da lançada. 'O homem misterioso'

– moeda original chamado solido, de Justiniano II, que representa claramente o Sudário, prova oficial para os numismatas da existência do Sudário no século VII;

– Sala forense com estudos feitos sobre o Sudário do ponto de vista da medicina;

– Sala de vídeo onde a informação é projetada em uma imagem do Sudário.

– sala imersiva que percorre toda a pintura e história de Jesus desde o século I até ao presente;

– Sala do corpo, Cordeiro de Deus, onde é aconselhada a aproximação com o que se expõe, para que grupos de 15/20 pessoas possam apreciar a reprodução do Corpo o mais perto possível.



segunda-feira, 5 de junho de 2023

Mistério que pasma as ciências

Reprodução do Santo Sepulcro
Reprodução do Santo Sepulcro
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
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continuação do post anterior: O mistério do Santo Sudário em 3D



O enigmático percurso


A história do Santo Sudário nos ajuda a tributar toda a veneração de que ele é largamente merecedor.

O Homem Misterioso não pode ser compreendido sem se conhecer tudo o que O rodeia; o tecido de linho que envolveu o Redentor e no qual ficou impressa a Sua sublime imagem; o espantoso crime cometido contra Ele e Sua gloriosa Ressurreição.

A história dessa relíquia não exclui vicissitudes inimagináveis, como aquela em que um cavaleiro templário francês do século XIV, fugindo do fechamento iníquo de sua Ordem, acusada injustamente, entre outras infâmias, de adorar a face que seria do diabo, quando não era senão a do Santo Sudário, o havia trazido do Oriente para resguardá-lo dos otomanos.

Antes da sua morte na batalha de Poitiers contra os invasores árabes, ele deixou a relíquia em mãos de religiosos, que a devolveram à família do cavaleiro durante a Guerra dos Cem Anos.

Por fim, uma herdeira da família entregou a relíquia aos Duques de Saboia, príncipes soberanos.

O Sudário permaneceu na igreja de Chambéry, hoje França, até 1523, quando um incêndio lhe causou danos ainda visíveis.

Meio século depois, os duques o transferiram para a sua capital, Turim, onde está depositado até hoje numa torre especialmente feita para ele, a Cappella della Sacra Sindone, conexa ao antigo palácio real de Turim e à catedral da cidade.

Essa torre ardeu pavorosamente na noite de 11 para 12 de abril de 1997 e foi salva pelo heroísmo inaudito de um dos bombeiros da cidade.

A torre foi restaurada e continua conservando esta joia sobrenatural, a qual foi cedida à Santa Sé em 18 de março de 1983 pelo ex-rei da Itália, Humberto II.

Mistério que pasma as ciências


Como se poderia ver o corpo de Jesus ainda coberto no momento da Ressurreição
Como se poderia ver o corpo de Jesus ainda coberto no momento da Ressurreição
Para os cientistas, não há dúvidas de que o Sagrado Lençol cobriu o corpo de um cadáver, com pormenores reveladores relativos à posição do corpo.

A cabeça está se dobrando para cima, o tórax tende a se erguer e as pernas a se dobrar, enquanto os músculos do peito continuam contraídos e os braços cruzados.

A medicina forense reconheceu: é um movimento típico de quem começa a se erguer! O Santo Sudário ficou impresso no primeiro instante da Ressurreição.

O cadáver que ressuscitava era o de um homem caucasiano, com tipo sanguíneo AB e altura de 1,78 centímetros.

Mais de 50 lesões podem ser registradas com certeza, causadas pelos espinhos da coroa na área do crânio.

No rosto também há lesões, especialmente no nariz partido e no septo desviado, resultantes do esmagamento do Divino Rosto na sua dolorosa queda.

As provas da flagelação romana são inúmeras: nas costas, no tronco e nas pernas, bem como na ferida post mortem resultante da brutal lancetada do centurião romano que o perfurou do lado direito até aparecer pelas costas.

A misericórdia divina fez jorrar as últimas gotas de água e sangue nos olhos do centurião Longinos, chefe de 100 homens, devolvendo-lhe a visão, antes muito débil.

Reconstituição do rosto de Jesus no início da Ressurreição
Reconstituição do rosto de Jesus no início da Ressurreição
Longinos se converteu e morreu pregando o Evangelho em Cesareia, na Capadócia.

Quando da primeira exposição do Santo Sudário em Turim, no ano de 1898, Secondo Pia pôde fotografá-lo e descobriu que a tela era o negativo de uma imagem.

Hoje microscópios atômicos identificaram que esse “negativo” é tridimensional e permite a reconstituição fidedigna do Corpo do Sudário em 3D.

Os estudos do Sudário não cessam, novas descobertas são feitas todos os anos, mas a ciência não consegue demonstrar como foi produzida uma imagem com aquelas características, as quais podem ser contempladas com pormenores na mencionada exposição, e não se encontram em nenhuma outra imagem.

Se Nosso Senhor pode ser denominado O Homem Misterioso, de igual forma o Santo Sudário é também enigmático, mas de um mistério cheio da graça divina.

Hiper-realismo que parece chocante


A exposição dessa obra de arte hiper-realista é fruto de estudos realizados durante mais de 15 anos por artistas espanhóis.

“Estamos diante de um trabalho feito com a técnica hiper-realista, em que foram introduzidos todos os detalhes que aparecem no Sudário, embora tenha havido alguns estudos anteriores e, como novidade, o que temos é entender que a imagem de Jesus é a mais representada ao longo da história”, expressou o curador da exposição, o artista plástico Álvaro Blanco.

Ele explicou que os artistas procuraram “tornar a figura a mais real possível para compreender aquele Sudário”, informou o site Vatican News.


A obra realizada é baseada em estudos 3D, introduzindo meticulosamente os diferentes estudos científicos publicados sobre o Sudário ao longo de sua história, como sangue, feridas, medidas, posição do corpo.

O material usado para representar o Homem do Sudário, que se pode tocar, parece carne humana, as feridas foram pintadas com realismo artisticamente meticuloso e os cabelos também são humanos, engrossados surpreendentemente pelos coágulos do sangue derramado pelos espinhos da coroa e pelo pó das quedas.

Na Catedral de Salamanca


A catedral de Salamanca foi a primeira a acolher a exposição
A catedral de Salamanca foi a primeira a acolher a exposição

A Catedral de Salamanca foi a primeira a acolher a exposição. Essa prosseguiu pelas catedrais de Granada e de Guadix, e deverá girar o mundo nos próximos anos.

O curador Ángel Blanco destacou que até agora ninguém se atreveu a fazer a imagem que está sendo apresentada em toda a sua crueza, fugindo de acréscimos artísticos, explicou o serviço de imprensa da Catedral de Salamanca.

Blanco procurava uma explicação científica, até que chegou o momento em que entendeu “que as coisas maravilhosas não têm explicação”.

Ele entendeu que o Rei de Israel, dos Céus e da Terra foi objeto de “uma tortura mais dura do que a pintura sempre refletiu, com uma morte atroz causada não só por crucifixão, mas também por um açoitamento realizado por duas pessoas”. Jesus recebeu 150 impactos, que causaram 250 feridas em forma de leque, distribuídas por todo o corpo.

Há algo de profundamente paradoxal e de misterioso nos planos da Providência a esse respeito.

No momento em que Nossa Senhora e as santas mulheres revestiram o Corpo divino com o Sudário, rodearam-no de manifestações de adoração e o conduziram até que a pedra fechasse o Santo Sepulcro.


continua no próximo post: Milênios depois, as ciências confirmam

segunda-feira, 22 de maio de 2023

O mistério do Santo Sudário em 3D

Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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Se pudéssemos ver a divina Face de Nosso Senhor Jesus Cristo e contemplar seu divino Corpo andando, por exemplo, em Jerusalém ou na Galileia, ficaríamos maravilhados.

Mas Ele, com a soma de todas as virtudes, num grau tão alto que a mente humana não é capaz de alcançar, ficou retratado no Santo Sudário!

Naquela Face sagrada se destaca, numa harmonia suprema, a conjugação perfeita de virtudes aparentemente contrapostas: a força e a bondade; a mansidão e a cólera sacrossanta; a placidez e a capacidade de tomar iniciativas.

Todas reunidas com um requinte de molde a deslumbrar qualquer pessoa.

Essa síntese suprema tem algo de tão profundo e misterioso que só se exprime nas palavras do profeta Isaías: “As minhas cogitações não são as vossas cogitações, nem as vossas vias são as minhas vias” (Isaías 55, 8).

A fisionomia deste Varão divino transluz o quanto Ele é pleno das mais altas cogitações.

As virtudes residem n’Ele de modo eterno, e quem afina com elas anda pelo caminho certo, e quem desafina, descaminha.

Por isso, Ele podia dizer de Si mesmo, com força de evidência irrefutável: “Eu sou o caminho, a verdade, e a vida.” (Jo 14, 6)

Mistério insondável de Cristo crucificado e morto


O arcano insondável d’Ele está todo posto nos mistérios de Deus, que nos faz sentir — a nós, pobres criaturas contingentes — a infinitude insondável que reside n’Ele.

É um mistério que os homens não podem compreender, mas Ele quis aproximar-se de nós na simples forma eucarística para reinar a partir de todos os sagrários do mundo.

Quem poderia compreender algo mais inimaginável antes que Ele instituísse a Eucaristia!?

Ele cumpriu a promessa de se encarnar numa Virgem por obra do Espírito Santo. Qual teria sido a glória do povo de Israel se O tivesse reconhecido?

Mas seu oportunismo político, conduzido por sua suprema hierarquia religiosa, levou-o primeiro a não querer que Ele reinasse e, depois, a extorquir do cônsul romano Pilatos o crime supremo: “Se o soltares, não és amigo de César” (Jo, 19,12).

Pilatos exibe Nosso Senhor coroado de espinhos e atrozmente flagelado, dizendo ao populacho: “Eis o Vosso Rei!”

A turba responde: “Tole, tole! Crucifige!” (Leva, leva! Crucifica-O! – Jo 19-6). E Pilatos O entrega à morte infame!


Esta, com todos os requintes de perversidade, fica impressa misteriosamente no véu mortuário que envolveu seu divino Corpo.

Uma exposição extraordinária


Uma exposição do Santo Sudário concebida para percorrer os cinco continentes nos próximos anos teve a sua primeira estação na Catedral de Salamanca (dita La nueva, construção iniciada no séc. XVI), na Espanha, durante mais de cinco meses.

No momento em que escrevemos, a exposição está na catedral de Guadix, também na Espanha.

Ela foi organizada por Francisco Moya, diretor-geral da Artisplendore, empresa de gestão cultural especializada em arte sacra.

Ele concedeu uma entrevista para o site “Omnes” a esse respeito.

A exposição está distribuída em seis áreas, cada uma mais empolgante que a outra.

A primeira mostra a figura de Jesus Cristo em sua insondável personalidade;

a segunda se concentra na sua condenação no mais iníquo julgamento da História e na sua morte redentora no alto do Calvário;

a terceira aprofunda o conhecimento do refinadíssimo santo lençol que envolveu Cristo no sepulcro.

Ele fora doado pelo rico José de Arimateia, discípulo secreto e no fim da vida apóstolo da Boa Nova, para nele ser colocado amorosamente o divino Corpo por Nossa Senhora e pelas santas mulheres;

a quarta apresenta os estudos forenses mais relevantes sobre o Sudário, o objeto mais analisado pelas ciências sobre a face da Terra;

a quinta constitui numa espetacular sala imersiva;

a sexta, por fim, é o ponto alto da exposição: a sala onde se apresenta o corpo recriado a partir do Sudário com requintes de verossimilhança.

O bispo de Salamanca analisa os pormenores da imagem obtida com 3D
O bispo de Salamanca analisa os pormenores da imagem obtida com 3D
Francisco Moya, o diretor-geral do Artisplendore, sublinha que é uma reprodução única que evidencia “todos os sinais da Paixão e da Cruz que aparecem no Sudário”, a tal ponto que parece “estarmos realmente a olhar para um homem, não para uma escultura.”

Essa reprodução tridimensional do Sudário de Turim nos põe assim, de maneira pungente, face a face com o Mistério da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo.


continua no próximo post: O Santo Sudário em 3D pasma as ciências


segunda-feira, 8 de maio de 2023

A mais antiga imagem de Cristo e de sua Paixão
achada na Jordânia

Poderia ser a mais antiga representação de Nosso Senhor coroado de espinhos
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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O descobridor e dono dos códices de bronze é Hassan Saida, um caminhoneiro beduíno que vive na aldeia árabe de Umm Al-Ghanim, Shibli.

Ele se negou a vender as peças e só cedeu amostras para que sejam analisadas no exterior.

Entretanto, há toda uma disputa pela propriedade e posse dos livros. O dono alega que pertencem à sua família há um século, fato contestado por outros, segundo “The Telegraph”.

O governo jordaniano apoia as investigações porque, segundo Ziad al-Saad, diretor do Departamento Jordaniano de Antiguidades, os códices “realmente se comparam, e até são mais significativos que os rolos do Mar Morto”.

E acrescenta que podem constituir “a mais importante descoberta na história da arqueologia”.

Enquanto que os rolos do Mar Morto foram feitos em pergaminho ou papiro e contêm as mais recentes versões dos livros da Bíblia e outros textos no formato tradicional dos escritos judaicos, isto é rolos, estes códices estão organizados como livros, forma associada com o cristianismo nascente.

Amostras dos livros que estão sendo estudados
Ziad al-Saad acredita que os autores foram seguidores de Nosso Senhor Jesus Cristo que trabalharam poucas décadas depois da crucificação.

Então, o rosto reproduzido seria bem a Sagrada Face de Jesus Cristo coroado de espinhos feita por um contemporâneo do Redentor.

As partes escritas estão criptografadas em caracteres hebreus e gregos antigos para serem indecifráveis, segundo o “Daily Mail”.

Uma das imagens mais impressionantes apresenta um homem na força da vitalidade, cabelo solto e cacheado, levando na cabeça aquilo que parece ser uma coroa de espinhos.

A palmeira simbolizaria a Casa de David
Esta imagem extraordinária seria a mais antiga reprodução do rosto de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Ela talvez foi feita por alguém que o conheceu ou o viu pessoalmente.

A imagem tem relevo dando a impressão tridimensional de uma cabeça humana, que um lado é apresentada pela frente e do outro por trás.

Em volta dos dois lados há inscrições criptografadas.

Mas uma parece conter as palavras “Salvador de Israel”, uma das poucas inscrições até agora decifradas.

Uma palmeira parece simbolizar a Casa de David ‒ a Casa Real de Israel de quem Nosso Senhor era legítimo chefe, portanto, rei de Israel por direito ‒ acompanhada por linhas que formam cruzes.

Sucessivas estrelas representariam a Árvore de Jessé – ou seja, a árvore genealógica de Cristo.

Jesus Coroado de espinhos, basílica medieval,
Bruges, Bélgica
A Dra. Margaret Barker, ex-presidente da Sociedade de Estudos sobre o Antigo Testamento, apontou que o judaísmo proíbe as imagens com feições humanas.

Os livros, portanto, só poderiam ser cristãos.

David Feather, especialista em metalurgia e nos rolos do Mar Morto propôs que amostras dos livros fossem examinadas pela Universidade de Oxford.

As amostras também foram analisadas pelo Swiss National Materials Laboratory, de Dubendorf, Suíça.

Os resultados dos dois laboratórios concordam em que a época de fabrico dos livros metálicos remonta ao período romano e foram trabalhados na área do Mediterrâneo.

Uma peça de couro encontrada junto com os livros metálicos foi submetida aos testes de datação de carbono.

Estes apontaram uma idade de pouco menos de 2.000 anos. Desta maneira, proviriam de uma época muito vizinha à pregação de Nosso Senhor Jesus Cristo.



segunda-feira, 24 de abril de 2023

Livros de bronze conteriam a mais antiga
representação de Nosso Senhor Jesus Cristo na Paixão

Aspecto de um dos livros em análise
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs




Numa gruta de Saham, Jordânia, localizada numa colina com vista ao Mar da Galiléia, foram encontrados 70 livros do século I da era cristã que, segundo as primeiras avaliações, contêm as mais antigas representações do catolicismo.

Os livros têm a peculiaridade de serem gravados em folhas de bronze presas por anéis metálicos. O tamanho das folhas vai de 7,62 x 50,8 cms a 25,4 x 20,32 cms. Em média, cada livro tem entre oito e nove páginas, com imagens na frente e no verso.

Segundo o jornal britânico “Daily Mail”, 70 códices de bronze foram encontrados entre os anos 2005 e 2007 e as peças estão sendo avaliadas por peritos na Inglaterra e na Suíça.

A cova fica a menos de 160 quilômetros de Qumran, a zona onde se encontraram os rolos do Mar Morto, uma das maiores evidências da historicidade do Evangelho, informou a agência ACI Digital.

Importantes documentos do mesmo período já haviam sido encontrados na mesma região.

A gruta onde teriam sido encontrados
No local teriam se refugiado os primeiros cristãos de Jerusalém no ano 70 d.C. durante a destruição da cidade pelas legiões de Tito que afogaram no sangue uma revolução de judeus que queriam a independência.

Cumprira-se então a profecia de Nosso Senhor relativa à destruição de Jerusalém deicida e à dispersão do povo judaico.

Segundo o “Daily Mail” os acadêmicos que estão convencidos da autenticidade dos livros julgam que é uma descoberta tão importante quanto a dos rolos do Mar Morto em 1947.

Neles, há imagens, símbolos e textos que se referem a Nosso Senhor Jesus Cristo e sua Paixão.

David Elkington, especialista britânico em arqueologia e história religiosa antiga, foi um dos poucos que examinaram os livros. Para ele tratar-se-ia de uma das maiores descobertas da história do Cristianismo.

“É uma coisa de cortar a respiração pensar que nós encontramos estes objetos deixados pelos primeiros santos da Igreja”, disse ele.

São Simeão, bispo de Jerusalém
Com efeito, na época da desastrosa rebelião judaica, o bispo de Jerusalém era São Simeão, filho de Cleofás ‒ irmão de São José ‒ e de uma irmã de Nossa Senhora.

Por isso, São Simeão era primo-irmão de Nosso Senhor Jesus Cristo e pertencia à linhagem real de David.

Ele recebeu o Espírito Santo em Pentecostes. Quando o apóstolo Santiago o menor ‒ primeiro bispo de Jerusalém ‒ foi assassinado pelos judeus que continuavam seguidores da Sinagoga rompida com seu passado, os Apóstolos que ficaram escolheram Simeão como sucessor.

Os primeiros católicos ‒ naquela época não tinham aparecido heresias e todos os cristãos eram católicos ‒ lembravam com fidelidade o anúncio de Nosso Senhor que Jerusalém seria destruída e o Templo arrasado. Porém, não sabiam a data.

O santo bispo foi alertado pelo Céu da iminência do desastre e de que deveriam abandonar a cidade sem demora.

São Simeão conduziu os primeiros cristãos à cidade de Pella, na atual Jordânia, como narra Eusébio de Cesárea, Padre da Igreja.

Após o arrasamento do Templo, São Simeão voltou com os cristãos que se restabeleceram sobre as ruínas. O fato favoreceu o florescimento da Igreja e a conversão de numerosos judeus pelos milagres operados pelos santos.

Os livros geraram muita disputa
Começou a se reconstituir assim uma comunidade de judeus fiéis à plenitude do Antigo Testamento e ao Messias Redentor aguardado pelos Patriarcas e anunciado pelos Profetas.

Porém, o imperador romano Adriano mandou arrasar os escombros da cidade, e seus sucessores pagãos Vespasiano e Domiciano mandaram matar a todos os descendentes de David.

São Simeão fugiu. Mas, durante a perseguição de Trajano foi crucificado e martirizado pelo governador romano Ático. São Simeão recebeu com fidalguia o martírio quando tinha 120 anos. Cfr. ACI Digital.

Emociona pensar que esses heróicos católicos judeus tenham deixado para a posteridade o testemunho de sua fé inscrito em livros tão trabalhados.

O fato aponta também para a unicidade da Igreja Católica.

Philip Davies, professor emérito de Estudos Bíblicos da Universidade de Sheffield, disse ser evidente a origem cristã dos livros que incluem um mapa da cidade de Jerusalém.

No mapa é representada o que parece ser a balaustrada do Templo, mencionada nas Escrituras e que desapareceu quando as tropas romanas arrasaram o Templo no século I.

“Assim que eu vi fiquei estupefato”, disse.

“O que me impressionou foi ver uma imagem evidentemente cristã. Há uma cruz na frente e, detrás dela há o que deve ser o sepulcro de Jesus, quer dizer uma pequena construção com uma abertura, e mais no fundo ainda os muros de uma cidade”.

“Em outras páginas destes livros também há representações de muralhas que quase certamente reproduzem as de Jerusalém. E há uma crucificação cristã acontecendo fora dos muros da cidade”, acrescentou.


segunda-feira, 27 de março de 2023

Sodoma: uma megalópole fastuosa
que desapareceu de um modo sem precedentes

Tall el-Hammam reconstituição artística de como foi Sodoma.
Tall el-Hammam reconstituição artística de como foi Sodoma.
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs








continuação do post anterior: As ruínas de Sodoma: lições para o presente e para o futuro


Os trabalhos dos arqueólogos que acharam as ruínas de Sodoma estão concentrados em Tall el-Hamaam, na Jordânia. Gomorra estava localizada um pouco mais ao norte, também no vale do Jordão, perto do Mar Morto.

Na Bíblia, Sodoma é descrita rodeada de vegetação, bem irrigada, uma das maiores cidades ao leste do Jordão, cruzamento de rotas comerciais, e devido à sua riqueza e seu tamanho, pesadamente fortificada com torres e altas e largas muralhas.

A cidade que está sendo posta à luz corresponde a essa descrição. É a maior cidade desenterrada por cientistas na região, pois ela era maior entre cinco e dez vezes que qualquer vizinha.

O chefe da equipe de arqueólogos é o Dr. Steven Collins, professor de Arqueologia na Trinity Southwestern University, de Albuquerque, New Mexico, EUA. Segundo ele, tratou-se de uma cidade “monstruosa” – uma megalópole – se comparada com as outras da região no mesmo período histórico.

O Dr. Steven Collins sinaliza na foto aérea o local do achado.
O Dr. Steven Collins sinaliza na foto aérea o local do achado.
A equipe encontrou muralhas e defesas muito encorpadas, que incluem muros de 5,2 metros de largura e 10 metros de altura.

Foi possível identificar portas de ingresso, torres, postos de vigia, rondas e uma praça central que faziam parte do sistema defensivo.

“Foi uma empreitada enorme, explicou Collins, que requereu milhões de tijolos e grande número de pedreiros”, segundo noticiou o jornal britânico “Daily Mail”.

A cidade-estado foi sendo ampliada e fortificada constantemente, como evidenciam seus muros.

Na metade da Idade do Bronze, a muralha foi substituída por outra mais larga, com 7 metros de espessura, e que incluía uma espécie de anel viário que dava a volta na cidade.

Mas, além das concordâncias descritivas com a Sodoma da Bíblia, há outros dados mais desconcertantes e exclusivos da misteriosa cidade.

A destruição de Sodoma, segundo iluminura do século XIII. William de Brailes (1230 – 1260)
A destruição de Sodoma, segundo iluminura do século XIII.
William de Brailes (1230 – 1260)

Uma extinção repentina e singular


Tall el-Hamaam, a “Rainha do Sul do Vale do Jordão”, sumiu num brusco desastre final que engoliu Gomorra e numerosas pequenas cidades em torno dela.

Os restos do local evidenciam que a urbe estava em pleno apogeu no final da Idade do Bronze, quando teve um final repentino e catastrófico. A orgulhosa cidade tornou-se erma de um momento para outro, e ficou assim durante séculos.

Fragmentos de cerâmica recolhidos na jazida evidenciam que foram afetados por grandes temperaturas, maiores que as de um incêndio ou de um forno.

O fenômeno foi comparado ao verificado em cerâmicas recolhidas nos locais onde se fizeram testes com a bomba atômica, nos EUA.

O Dr. Collins destaca que sob todos os pontos de vista práticos, a cidade descoberta bate com a Sodoma da Bíblia.

Foi a maior cidade da fértil região de Kikkar. Mas, após um evento súbito e catastrófico, a luxuriante urbe virou um local abandonado durante mais de 700 anos.

Outra cidade cresceu no local durante a Idade do Ferro, entre os anos 1000 e 332 antes de Cristo, porém não teve relação com a anterior e também acabou sendo abandonada.

Os pesquisadores encontraram artefatos produzidos nessa Idade. Mas um silêncio estarrecedor de mais de sete séculos faz pensar que uma lembrança terrível afastava os homens de um local mal-assombrado.

Sodoma, o local das escavações.
Sodoma, o local das escavações.

Sodoma, o asteroide e o “Planisfério” de Nínive


O professor Collins diz não saber a causa da súbita desaparição de cidade tão grande e poderosa.

Em 2008, dois especialistas em foguetes – Alan Bond e Mark Hempsell – que tentavam decifrar uma tabuleta circular recuperada no século XIX na Mesopotâmia e conservada no British Museum, chegaram a uma sedutora conclusão.

Eles passaram oito anos nessa empreitada e, com a ajuda de computadores, puderam fixar a data em que tinha se dado a disposição das estrelas na tabuleta.

Por fim chegaram à conclusão de que a tabuleta foi obra de uma testemunha ocular da explosão de um asteroide sobre a região de Sodoma e Gomorra, na data aproximada em que elas desapareceram sob um dilúvio de fogo e enxofre, segundo a narração bíblica.

A tabuleta suméria conhecida como "Planisfério" e decifrada por Alan Bond e Mark Hempsell descreve um asteroide explodindo sobre a região de Sodoma e Gomorra.
A tabuleta suméria conhecida como "Planisfério"
e decifrada por Alan Bond e Mark Hempsell
descreve um asteroide explodindo
sobre a região de Sodoma e Gomorra.
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Para os especialistas, um asteroide de 1,6 quilômetros de largura explodiu na região, provocando a morte de milhares de pessoas e devastando tudo numa superfície de mais de um milhão de quilômetros quadrados.

O impacto teria tido uma força 100 vezes mais poderosa que a maior bomba criada pelo homem, algo assim como mais de 20 bilhões de toneladas de TNT. Ele teria gerado um dos maiores desabamentos da história do mundo.

A tabuleta de barro é chamada de Planisfério, foi descoberta pelo arqueólogo britânico Henry Layard na época vitoriana, e faz parte da Biblioteca do Palácio Real de Nínive, conservada no British Museum.

segunda-feira, 13 de março de 2023

Ruínas de Sodoma desvendadas:
lições para o presente e para o futuro

A destruição de Sodoma, Benjamin West  (1738 – 1820)
A destruição de Sodoma, Benjamin West  (1738 – 1820)
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
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diversos blogs








Após décadas de escavações, uma equipe de arqueólogos tem certeza de que finalmente achou as ruínas de Sodoma, a cidade bíblica de espantosa memória, noticiou o jornal britânico “Daily Mail”.

A equipe de arqueólogos leva adiante o Tall el-Hammam Excavation Project.

O chefe da equipe é o Dr. Steven Collins, professor de Arqueologia na Trinity Southwestern University, de Albuquerque, New Mexico, EUA.

Os especialistas vinham cavoucando há muito tempo na localidade de Tall el-Hammam, no vale do Jordão (Jordânia), os restos de uma cidade de tamanho colossal da Idade do Bronze.

Segundo ele, tratou-se de uma cidade “monstruosa” – uma megalópole – se comparada com as outras da região no mesmo período histórico.

As peculiaridades das ruínas apontavam impressionantes analogias com a descrição que faz a Bíblia da cidade de Sodoma, destruída por Deus.

Os restos correspondiam à maior cidade da região, como também diz a Bíblia de Sodoma, e estão situados ao leste do rio Jordão, numa área verde perto do Mar Morto.

A cidade existiu entre os anos 3500 e 1540 antes de Cristo, data em que foi súbita e inexplicavelmente abandonada.



Sodoma e Gomorra nas Sagradas Escrituras


A destruição de Sodoma, junto com sua aliada Gomorra, está mencionada em numerosas partes do Antigo Testamento, inclusive no mais antigo livro que é o Gênesis. Mas também está referida no Novo Testamento.

O Antigo Testamento diz que Sodoma foi destruída pelo vício e pela homossexualidade que a tinham dominado.

“Os habitantes de Sodoma eram perversos, e grandes pecadores diante do Senhor”. (Gênesis 13, 13)

Foi assim que, quando os dois anjos enviados por Deus entraram na casa de Lot:

“os homens da cidade, os homens de Sodoma, se agruparam em torno da casa, desde os jovens até os velhos, toda a população. E chamaram Lot: ‘Onde estão, disseram-lhe, os homens que entraram esta noite em tua casa? Conduze-os a nós para que os conheçamos’. Saiu Lot a ter com eles no limiar da casa, fechou a porta atrás de si e disse-lhes: ‘Suplico-vos, meus irmãos, não cometais este crime’”. (Gen 19, 4-7).

Lot foge de Sodoma com suas filhas. Jan Harmensz. Muller (1571-1628)
Ló foge de Sodoma com suas filhas.
Jan Harmensz. Muller (1571-1628)
Mas a multidão, ávida de perversão, fez violência contra Lot e avançou para derrubar a porta de sua casa e se apoderar dos jovens.

Eles achavam que eram homens, mas na verdade eram anjos, que atingiram os homossexuais de cegueira. E a seguir anunciaram que destruiriam a cidade por ordem de Deus, e que Lot e sua família deviam partir naquela mesma noite. E assim só Ló e os seus se salvaram.

23. O sol levantava-se sobre a terra quando Lot entrou em Segor.

24. O Senhor fez então cair sobre Sodoma e Gomorra uma chuva de enxofre e de fogo, vinda do Senhor, do céu.

25. E destruiu essas cidades e toda a planície, assim como todos os habitantes das cidades e a vegetação do solo.

26. A mulher de Lot, tendo olhado para trás, transformou-se numa coluna de sal.

27. Abraão levantou-se muito cedo e foi ao lugar onde tinha estado antes com o Senhor.

28. Voltando os olhos para o lado de Sodoma e Gomorra e sobre toda a extensão da planície, viu subir da terra um fumo espesso como a fumaça de uma grande fornalha.

29. Quando Deus destruiu as cidades da planície, lembrou-se de Abraão e livrou Lot do flagelo com que destruiu as cidades onde ele habitava. (Gen 19, 23-29)

O episódio ficou como uma lição divina para a História. Sodoma e Gomorra (aliada de Sodoma na política e no vício) ficaram simbolizando a maldição e o repúdio de Deus aos pecados que bradam aos céus e pedem vingança.

Moisés, vitral da catedral de Edinburgo, Escócia.
Moisés, vitral da catedral de Edinburgo, Escócia.
Por isso Moisés, após abençoar Israel, amaldiçoou-o, se no futuro viesse a abandonar a fidelidade a Deus, relembrando o castigo de Sodoma e Gomorra:

“A geração vindoura, vossos filhos, que nascerem depois de vós, e o estrangeiro que vier de uma terra distante perguntarão, à vista dos flagelos e das calamidades com que o Senhor tiver afligido esta terra, à vista do enxofre e do sal, e deste solo abrasado, inculto e estéril, onde não cresce erva alguma - à semelhança da destruição de Sodoma e Gomorra de Adama e de Seboim, que o Senhor; devastou em sua cólera e em seu furor” (Deuteronômio 29, 23)

E sentindo-se já muito velho, Moisés entoou antes de morrer um cântico renovando as promessas ao povo eleito. E também as advertências divinas do que lhe aconteceria se prevaricasse:

“Suas videiras são das plantações de Sodoma e dos terrenos de Gomorra; suas uvas são venenosas, seus cachos, amargosos. o seu vinho é veneno de serpente, o mais terrível veneno de cobra!

“34. Eis uma coisa que está guardada comigo, consignada nos meus segredos:

“35. a mim me pertencem a vingança e as represálias, para o instante em que o seu pé resvalar. Porque está próximo o dia da sua ruína e o seu destino se precipita”. (Deuteronômio 32, 32-35)

Com fundamento em Moisés, o profeta Isaías increpou o povo de Israel, que se afastava da Lei:

“Ouvi a palavra do Senhor, príncipes de Sodoma; escuta a lição de nosso Deus, povo de Gomorra” (Isaías 1, 10)

E usou o exemplo das cidades malditas para profetizar o fim da cidade símbolo dos filhos da iniquidade, a Babilônia dos caldeus:

“Então Babilônia, a pérola dos reinos, a joia de que os caldeus tanto se orgulham, será destruída por Deus, como Sodoma e Gomorra”. (Isaías 13, 19)

Idêntica imagem empregou o profeta Jeremias contra a cidade de Jerusalém e seus sacerdotes que haviam abandonado hipocritamente a Lei:

“entre os profetas de Jerusalém vejo coisas hediondas: adultério e hipocrisia. Encorajam os maus, para que nenhum se converta da maldade. A meus olhos são todos iguais a Sodoma e seus congêneres semelhantes a Gomorra”. (Jeremias 23, 14)

Os Apóstolos se despendem de Nossa Senhora antes de ir evangelizar, Très Riches Heures du Duc de Berry, Folio 122v, Limbourg brothers (1385-1416)
Os Apóstolos se despedem de Nossa Senhora antes de ir evangelizar.
Très Riches Heures du Duc de Berry, Folio 122v,
Limbourg brothers (1385-1416)
E o mesmo Jeremias profetizou ameaçando a cidade pagã de Edom com a cólera com que Deus extinguiu Sodoma e Gomorra:

“Repetir-se-á a catástrofe de Sodoma e Gomorra, e das cidades vizinhas - oráculo do Senhor. Ninguém mais habitará lá e nenhum ser humano a povoará”. (Jeremias 49, 18

No Novo Testamento, ao enviar os Apóstolos para pregar a Boa Nova e disseminar o Evangelho, Nosso Senhor Jesus Cristo advertiu aqueles que os recusassem, dizendo:

“Se não vos receberem e não ouvirem vossas palavras, quando sairdes daquela casa ou daquela cidade, sacudi até mesmo o pó de vossos pés. Em verdade vos digo: no dia do juízo haverá mais indulgência com Sodoma e Gomorra que com aquela cidade. (São Mateus 10, 14-15)

O Divino Mestre empregou boa parte de sua vida pública pregando sua doce palavra e fazendo alguns de seus mais maravilhosos milagres na cidade de Cafarnaum. Entretanto, observando a dureza dos corações, comparou o destino dessa cidade hoje em ruínas ao da própria Sodoma:

“E tu, Cafarnaum, serás elevada até o céu? Não! Serás atirada até o inferno! Porque, se Sodoma tivesse visto os milagres que foram feitos dentro dos teus muros, subsistiria até este dia. Por isso te digo: no dia do juízo, haverá menor rigor para Sodoma do que para ti!” (São Mateus 11, 22-24) Também São Lucas 10, 12.

Mas o castigo de Sodoma ficou não só como um exemplo para o passado, mas também para o futuro. E, quiçá – por que não? – para os presentes dias.

Assim o dá a entender São Pedro, o Príncipe dos Apóstolos, em sua segunda Epístola:

“se condenou à destruição e reduziu à cinzas as cidades de Sodoma e Gomorra para servir de exemplo para os ímpios do porvir” (II São Pedro 2, 6)

E São Judas nos repete em sua Epístola o mesmo grave ensinamento. Assim, ele adverte os primeiros cristãos:

“certos homens ímpios se introduziram furtivamente entre nós, os quais desde muito tempo estão destinados para este julgamento; eles transformam em dissolução a graça de nosso Deus e negam Jesus Cristo, nosso único Mestre e Senhor”. (São Judas 1, 7-8)

Apocalipse: a destruição de Babilônia, prefigurada pela destruição de Sodoma. Tapeçaria de Angers, França.
Apocalipse: a destruição de Babilônia, prefigurada pela destruição de Sodoma.
Tapeçaria de Angers, França.
E lhes anuncia o terrível juízo de Deus sobre esses que se infiltram nas fileiras sagradas do cristianismo e praticam o homossexualismo:

“Da mesma forma Sodoma, Gomorra e as cidades circunvizinhas, que praticaram as mesmas impurezas e se entregaram a vícios contra a natureza, jazem lá como exemplo, sofrendo a pena do fogo eterno. Assim também estes homens, em seu louco desvario, contaminam igualmente a carne, desprezam a soberania e maldizem as glórias”. (São Judas 1, 7-8)

São João no Apocalipse apresenta Sodoma como prefigura espiritual da civilização antinatural que os homens construirão no fim dos tempos.

Nela, os dois enviados de Deus – Elias e Enoc, segundo conceituados exegetas – pregarão contra o anticristo, serão mortos e terão seus corpos expostos na praça pública:

“Seus cadáveres (jazerão) na rua da grande cidade que se chama espiritualmente Sodoma e Egito (onde o seu Senhor foi crucificado). (Apocalipse 11, 8)


continua no próximo post: Sodoma: uma megalópole fastuosa que desapareceu de um modo sem precedentes