segunda-feira, 13 de março de 2023

Ruínas de Sodoma desvendadas:
lições para o presente e para o futuro

A destruição de Sodoma, Benjamin West  (1738 – 1820)
A destruição de Sodoma, Benjamin West  (1738 – 1820)
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs








Após décadas de escavações, uma equipe de arqueólogos tem certeza de que finalmente achou as ruínas de Sodoma, a cidade bíblica de espantosa memória, noticiou o jornal britânico “Daily Mail”.

A equipe de arqueólogos leva adiante o Tall el-Hammam Excavation Project.

O chefe da equipe é o Dr. Steven Collins, professor de Arqueologia na Trinity Southwestern University, de Albuquerque, New Mexico, EUA.

Os especialistas vinham cavoucando há muito tempo na localidade de Tall el-Hammam, no vale do Jordão (Jordânia), os restos de uma cidade de tamanho colossal da Idade do Bronze.

Segundo ele, tratou-se de uma cidade “monstruosa” – uma megalópole – se comparada com as outras da região no mesmo período histórico.

As peculiaridades das ruínas apontavam impressionantes analogias com a descrição que faz a Bíblia da cidade de Sodoma, destruída por Deus.

Os restos correspondiam à maior cidade da região, como também diz a Bíblia de Sodoma, e estão situados ao leste do rio Jordão, numa área verde perto do Mar Morto.

A cidade existiu entre os anos 3500 e 1540 antes de Cristo, data em que foi súbita e inexplicavelmente abandonada.



Sodoma e Gomorra nas Sagradas Escrituras


A destruição de Sodoma, junto com sua aliada Gomorra, está mencionada em numerosas partes do Antigo Testamento, inclusive no mais antigo livro que é o Gênesis. Mas também está referida no Novo Testamento.

O Antigo Testamento diz que Sodoma foi destruída pelo vício e pela homossexualidade que a tinham dominado.

“Os habitantes de Sodoma eram perversos, e grandes pecadores diante do Senhor”. (Gênesis 13, 13)

Foi assim que, quando os dois anjos enviados por Deus entraram na casa de Lot:

“os homens da cidade, os homens de Sodoma, se agruparam em torno da casa, desde os jovens até os velhos, toda a população. E chamaram Lot: ‘Onde estão, disseram-lhe, os homens que entraram esta noite em tua casa? Conduze-os a nós para que os conheçamos’. Saiu Lot a ter com eles no limiar da casa, fechou a porta atrás de si e disse-lhes: ‘Suplico-vos, meus irmãos, não cometais este crime’”. (Gen 19, 4-7).

Lot foge de Sodoma com suas filhas. Jan Harmensz. Muller (1571-1628)
Ló foge de Sodoma com suas filhas.
Jan Harmensz. Muller (1571-1628)
Mas a multidão, ávida de perversão, fez violência contra Lot e avançou para derrubar a porta de sua casa e se apoderar dos jovens.

Eles achavam que eram homens, mas na verdade eram anjos, que atingiram os homossexuais de cegueira. E a seguir anunciaram que destruiriam a cidade por ordem de Deus, e que Lot e sua família deviam partir naquela mesma noite. E assim só Ló e os seus se salvaram.

23. O sol levantava-se sobre a terra quando Lot entrou em Segor.

24. O Senhor fez então cair sobre Sodoma e Gomorra uma chuva de enxofre e de fogo, vinda do Senhor, do céu.

25. E destruiu essas cidades e toda a planície, assim como todos os habitantes das cidades e a vegetação do solo.

26. A mulher de Lot, tendo olhado para trás, transformou-se numa coluna de sal.

27. Abraão levantou-se muito cedo e foi ao lugar onde tinha estado antes com o Senhor.

28. Voltando os olhos para o lado de Sodoma e Gomorra e sobre toda a extensão da planície, viu subir da terra um fumo espesso como a fumaça de uma grande fornalha.

29. Quando Deus destruiu as cidades da planície, lembrou-se de Abraão e livrou Lot do flagelo com que destruiu as cidades onde ele habitava. (Gen 19, 23-29)

O episódio ficou como uma lição divina para a História. Sodoma e Gomorra (aliada de Sodoma na política e no vício) ficaram simbolizando a maldição e o repúdio de Deus aos pecados que bradam aos céus e pedem vingança.

Moisés, vitral da catedral de Edinburgo, Escócia.
Moisés, vitral da catedral de Edinburgo, Escócia.
Por isso Moisés, após abençoar Israel, amaldiçoou-o, se no futuro viesse a abandonar a fidelidade a Deus, relembrando o castigo de Sodoma e Gomorra:

“A geração vindoura, vossos filhos, que nascerem depois de vós, e o estrangeiro que vier de uma terra distante perguntarão, à vista dos flagelos e das calamidades com que o Senhor tiver afligido esta terra, à vista do enxofre e do sal, e deste solo abrasado, inculto e estéril, onde não cresce erva alguma - à semelhança da destruição de Sodoma e Gomorra de Adama e de Seboim, que o Senhor; devastou em sua cólera e em seu furor” (Deuteronômio 29, 23)

E sentindo-se já muito velho, Moisés entoou antes de morrer um cântico renovando as promessas ao povo eleito. E também as advertências divinas do que lhe aconteceria se prevaricasse:

“Suas videiras são das plantações de Sodoma e dos terrenos de Gomorra; suas uvas são venenosas, seus cachos, amargosos. o seu vinho é veneno de serpente, o mais terrível veneno de cobra!

“34. Eis uma coisa que está guardada comigo, consignada nos meus segredos:

“35. a mim me pertencem a vingança e as represálias, para o instante em que o seu pé resvalar. Porque está próximo o dia da sua ruína e o seu destino se precipita”. (Deuteronômio 32, 32-35)

Com fundamento em Moisés, o profeta Isaías increpou o povo de Israel, que se afastava da Lei:

“Ouvi a palavra do Senhor, príncipes de Sodoma; escuta a lição de nosso Deus, povo de Gomorra” (Isaías 1, 10)

E usou o exemplo das cidades malditas para profetizar o fim da cidade símbolo dos filhos da iniquidade, a Babilônia dos caldeus:

“Então Babilônia, a pérola dos reinos, a joia de que os caldeus tanto se orgulham, será destruída por Deus, como Sodoma e Gomorra”. (Isaías 13, 19)

Idêntica imagem empregou o profeta Jeremias contra a cidade de Jerusalém e seus sacerdotes que haviam abandonado hipocritamente a Lei:

“entre os profetas de Jerusalém vejo coisas hediondas: adultério e hipocrisia. Encorajam os maus, para que nenhum se converta da maldade. A meus olhos são todos iguais a Sodoma e seus congêneres semelhantes a Gomorra”. (Jeremias 23, 14)

Os Apóstolos se despendem de Nossa Senhora antes de ir evangelizar, Très Riches Heures du Duc de Berry, Folio 122v, Limbourg brothers (1385-1416)
Os Apóstolos se despedem de Nossa Senhora antes de ir evangelizar.
Très Riches Heures du Duc de Berry, Folio 122v,
Limbourg brothers (1385-1416)
E o mesmo Jeremias profetizou ameaçando a cidade pagã de Edom com a cólera com que Deus extinguiu Sodoma e Gomorra:

“Repetir-se-á a catástrofe de Sodoma e Gomorra, e das cidades vizinhas - oráculo do Senhor. Ninguém mais habitará lá e nenhum ser humano a povoará”. (Jeremias 49, 18

No Novo Testamento, ao enviar os Apóstolos para pregar a Boa Nova e disseminar o Evangelho, Nosso Senhor Jesus Cristo advertiu aqueles que os recusassem, dizendo:

“Se não vos receberem e não ouvirem vossas palavras, quando sairdes daquela casa ou daquela cidade, sacudi até mesmo o pó de vossos pés. Em verdade vos digo: no dia do juízo haverá mais indulgência com Sodoma e Gomorra que com aquela cidade. (São Mateus 10, 14-15)

O Divino Mestre empregou boa parte de sua vida pública pregando sua doce palavra e fazendo alguns de seus mais maravilhosos milagres na cidade de Cafarnaum. Entretanto, observando a dureza dos corações, comparou o destino dessa cidade hoje em ruínas ao da própria Sodoma:

“E tu, Cafarnaum, serás elevada até o céu? Não! Serás atirada até o inferno! Porque, se Sodoma tivesse visto os milagres que foram feitos dentro dos teus muros, subsistiria até este dia. Por isso te digo: no dia do juízo, haverá menor rigor para Sodoma do que para ti!” (São Mateus 11, 22-24) Também São Lucas 10, 12.

Mas o castigo de Sodoma ficou não só como um exemplo para o passado, mas também para o futuro. E, quiçá – por que não? – para os presentes dias.

Assim o dá a entender São Pedro, o Príncipe dos Apóstolos, em sua segunda Epístola:

“se condenou à destruição e reduziu à cinzas as cidades de Sodoma e Gomorra para servir de exemplo para os ímpios do porvir” (II São Pedro 2, 6)

E São Judas nos repete em sua Epístola o mesmo grave ensinamento. Assim, ele adverte os primeiros cristãos:

“certos homens ímpios se introduziram furtivamente entre nós, os quais desde muito tempo estão destinados para este julgamento; eles transformam em dissolução a graça de nosso Deus e negam Jesus Cristo, nosso único Mestre e Senhor”. (São Judas 1, 7-8)

Apocalipse: a destruição de Babilônia, prefigurada pela destruição de Sodoma. Tapeçaria de Angers, França.
Apocalipse: a destruição de Babilônia, prefigurada pela destruição de Sodoma.
Tapeçaria de Angers, França.
E lhes anuncia o terrível juízo de Deus sobre esses que se infiltram nas fileiras sagradas do cristianismo e praticam o homossexualismo:

“Da mesma forma Sodoma, Gomorra e as cidades circunvizinhas, que praticaram as mesmas impurezas e se entregaram a vícios contra a natureza, jazem lá como exemplo, sofrendo a pena do fogo eterno. Assim também estes homens, em seu louco desvario, contaminam igualmente a carne, desprezam a soberania e maldizem as glórias”. (São Judas 1, 7-8)

São João no Apocalipse apresenta Sodoma como prefigura espiritual da civilização antinatural que os homens construirão no fim dos tempos.

Nela, os dois enviados de Deus – Elias e Enoc, segundo conceituados exegetas – pregarão contra o anticristo, serão mortos e terão seus corpos expostos na praça pública:

“Seus cadáveres (jazerão) na rua da grande cidade que se chama espiritualmente Sodoma e Egito (onde o seu Senhor foi crucificado). (Apocalipse 11, 8)


continua no próximo post: Sodoma: uma megalópole fastuosa que desapareceu de um modo sem precedentes


segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023

Achada a oração mais antiga a Nossa Senhora

Papiro do ano 250 com a oração mais antiga à Virgem, recuperado nas excavações arqueológicas em Oxirrinco, Egito
Papiro do ano 250 com a oração mais antiga à Virgem,
recuperado nas escavações arqueológicas em Oxirrinco, Egito
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs




A saudação de São Gabriel à Santíssima Virgem por ocasião da Anunciação, em Nazaré, é a mais antiga e sublime oração a Ela.

É aquela que os homens mais rezam e rezarão até o fim do mundo: “Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco; bendita sois Vós entre as mulheres e bendito é o fruto de Vosso ventre, Jesus”.

Mas qual é a oração mais antiga composta pelos homens a Nossa Senhora?

De modo inesperado, ela apareceu inscrita num pequeno papiro milenar, de textura frágil, redigida em grego, desenterrado das areias de um deserto do Egito.

O mais incrível é que o manuscrito, após quase dois mil anos, foi descoberto de modo legível.

Agora é cuidadosamente guardado entre dois vidros para evitar a sua deterioração.

Seria como se anjos tivessem querido conservar o texto para o revelar nos presentes dias, em que tanto se blasfema contra os mais insignes atributos da Santa Mãe de Deus, a fim de despertar os nossos contemporâneos.

O papiro desaparecera no século III e foi encontrado num depósito de lixo das ruínas da extinta cidade de Oxirrinco, no norte do Egito, em 1897.

Os arqueólogos Grenfell (izq.) e Hunt (dir.) encontraram o papiro, foto de 1896
Arqueólogos Grenfell (izq.) e Hunt (dir.) acharam o papiro, foto de 1896
O sitio arqueológico de Oxirrinco
O sitio arqueológico de Oxirrinco
Os arqueólogos ingleses Bernard Pyne Grenfell e Arthur Surridge Hunt recuperaram no local abundante coleção de manuscritos, agora conservados na Coleção John Rylands, da Universidade de Manchester (Inglaterra).

Eles só foram dados a conhecer na década de 1930, porém ninguém os havia transcrito corretamente.

O filólogo espanhol Felipe Hernández Muñoz, do Departamento de Clássicos da Universidade Complutense, foi em dezembro de 2022 à Rylands Collection e efetuou uma transliteração correta do grego e a tradução para o inglês e o latim.

Assim, ele nos forneceu uma conscienciosa primeira versão da oração, que tem algo da célebre “Salve Rainha”, mas muito simples. Ei-la:

“Sob vossas /

misericordiosas entranhas /

nos refugiamos, /

Mãe de Deus. Não desprezeis os nossos /

pedidos na pressa, /

mas do perigo, /

livrai-nos, /

só vós, santa, /

a bem-aventurada”.

Felipe Hernández explica que a “escrita está cuidada. Tudo em letras maiúsculas e em grego, a língua mais difundida na época.

“Há rasgões no papiro, mas as letras podem ser adivinhadas sem problemas”.

O filólogo também destaca que as primeiras palavras são “sob vossas misericordiosas entranhas” que lembra a “Salve Rainha”.

E as palavras “sob vossa proteção” indicam que Maria era invocada como Mãe de Misericórdia, como também na “Salve Rainha”, implorando seus “olhos misericordiosos”.

A oração pede à Virgem que nos liberte do perigo. E um deles era a perseguição contra os cristãos perpetrada pelo Império Romano.

O Altar dos Apóstolos (iluminado) na Santa Casa de Loreto
O Altar dos Apóstolos (iluminado) na Santa Casa de Loreto
Por que fomos encontrar nesse velho papiro do ano 250 d.C. a versão mais primitiva que nos recorda a “Salve Rainha”?

Grandes santos mariais, como São Luís Maria Grignion de Montfort, ensinam que a devoção a Nossa Senhora começou já em sua vida.

Com destaque para a veneração dos próprios Apóstolos que iam até sua casa de Nazaré visitá-la e rezar a Missa num altar, hoje conhecido como “Altar dos Apóstolos”, o qual se conserva na Santa Casa de Loreto (Itália) aos pés da imagem da Virgem.

Naqueles remotos tempos, devido aos vícios e às fraquezas dos neófitos oriundos do paganismo, a devoção à Mãe de Deus era revelada com discrição e prudência.

De fato percebendo a sua excelsa virtude, os ex-pagãos poderiam achar que Ela fosse uma deusa.

Com a posterior consolidação do apostolado, essa dificuldade desapareceu e o culto a Nossa Senhora generalizou-se livremente.

O culto a Nossa Senhora nos primeiros séculos da Igreja teve sua aprovação magisterial no Concílio Ecumênico de Éfeso, do ano 431.

Nele, Ela foi proclamada “Mãe de Deus” (theotokos, em grego). O herói dessa proclamação foi São Cirilo, patriarca de Alexandria, grande cidade que acabou se pervertendo ao islamismo e agora foi flagelada pelo recente e terrível terremoto que derrubou sua catedral católica, mas deixou inexplicavelmente incólume a imagem de Nossa Senhora.

São Cirilo Patriarca de Alexandria obteve a proclamação de Nossa Senhora como Mãe de Deus
São Cirilo Patriarca de Alexandria, Doutor da Igreja,
obteve a proclamação de Nossa Senhora como Mãe de Deus
Naquele Concílio, por defender Maria como Mãe de Deus, São Cirilo foi invectivado pelo heresiarca Nestório e seus bispos cúmplices como “monstro, nascido e educado para a destruição da Igreja”.

Com análogo ódio, os protestantes, estultamente, como de costume, contestaram a origem histórica da devoção a Nossa Senhora, arrancando da Bíblia páginas nas quais Ela é citada.

Pior ainda, em nossos tempos, o progressismo dito católico, que tudo subverte, empenha-se em negar com maior furor os mais excelsos atributos da Santíssima Virgem, como o de Medianeira Universal de todas as Graças e seu correspondente título de Advogada nossa.

Se Ela é Medianeira Universal, só a Igreja Católica é o único canal que nos leva a Deus por meio d’Ela, Advogada nossa por excelência, em quem podemos confiar com certeza plena.

Mas foi nestes nossos tempos de negação empedernida, protestante e/ou progressista, que a Providência Divina fez reaparecer o histórico papiro provando que os celestes atributos da Virgem não são invenção medieval, mas que vêm sendo cultuados há quase dois milênios.

Icone de Nossa Senhora no mosteiro de Monte Mario, Roma. Atribuído a São Lucas, seria o mais antigo conhecido
Ícone de Nossa Senhora no mosteiro de Monte Mario, Roma.
Atribuído a São Lucas, seria o mais antigo conhecido
“Por muitos anos, esse documento foi deixado de lado. Talvez um dos motivos seja o fato de ser controverso por conter uma oração à Virgem Maria.

“O texto tem intrigado vários teólogos porque aparece em meados do terceiro século, antes do que qualquer um poderia pensar” — diz o filólogo Felipe Hernández, que traduziu o papiro e confirmou o que tantos intuíam, alguns com amor redobrado, outros com ódio e revolta.

“Quando Jesus, do alto da Cruz, diz a São João: ‘Eis aí a tua mãe’, indicou que a Virgem não era só mãe espiritual do Apóstolo virgem, o primeiro devoto d´Ela, mas também a Mãe de toda a Igreja e de todos os cristãos” — explicou Felipe Hernández, ecoando o ensinamento unânime da Igreja.


As representações artísticas e muito antigas nos apresentam Nossa Senhora em ícones.

O mais antigo deles, cuja autoria é atribuída ao Apóstolo São Lucas, se venera no mosteiro das dominicanas do Monte Mário, o ponto mais alto de Roma, e é conhecido como “Advocata”.

O culto da Virgem como sendo uma invenção medieval não tem o menor fundamento, pois as imagens anteriores também nos falam de um culto que remonta aos tempos apostólicos.


segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

Mais um estudo confirma: Santo Sudário é do tempo de Jesus

Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
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A relíquia mais estudada pela ciência é o Santo Sudário de Turim e não sem muita polêmica entre os especialistas, pois ela foi vasculhada pelas mais modernas tecnologias e divergentes pontos de vista.

Nos mais diversos campos científicos os exames forneceram os mais inimaginados resultados. Ainda assim eles convergem no fato de ser a túnica mortuária que envolveu o corpo de Nosso Senhor segundo a tradição hebreia para com os reis.

Um novo método científico de datação por raios X concluiu que ele tem cerca de 2 mil anos.

Inúmeros outros testes reafirmam a tradição de ter envolvido o corpo de Jesus Cristo e ter registrado impressa a silhueta do Senhor na Sua Ressurreição.

Continua ainda ignoto o fato por onde o Santo Sudário ficou impresso, inclusive para os especialistas mais credenciados.

O novo estudo veio a luz em abril 2022, intitulado “Datação por raios X de uma amostra de linho do Sudário de Turim”.

Foi realizado pela equipe de pesquisadores do cientista italiano Liberato De Caro, em parceria com o professor G. Fanti, da Universidade de Pádua, na Itália, que tem publicado numerosas outras análises.

O Prof. Liberato De Caro, do Istituto di Cristallografia, Comsiglio Nazionale delle Ricerche, presidiu o estudo
Prof.Liberato De Caro, do Istituto di Cristallografia, Consiglio Nazionale delle Ricerche, presidiu o estudo
Liberato De Caro, do Instituto de Cristalografia do Conselho Nacional de Pesquisa de Bari, empregou um método de “dispersão de raios X de grande angular” para examinar o natural envelhecimento da celulose numa amostra de tecido do Sudário.

As análises já foram revisadas por outros cientistas que aprovaram a procedência do método e coincidiram em que sagrado tecido tem muito mais do que 700 anos.

Desmentiram, mais uma vez, os cientistas ingleses que lhe atribuíram uma datação medieval, em 1988, numa falcatrua que abusou do Carbono 14.

De Caro, definiu o Sudário de Turim como “a mais importante relíquia do cristianismo”, relatou o jornal National Catholic Register.

O cientista italiano estuda o tecido há 30 anos com “técnicas de pesquisa na escala dos átomos, principalmente através de raios X”.

O nome da tecnologia, aliás, surpreende pelo complicado, aos leigos na matéria, mas fala de quão especializada é.

A equipe de De Caro a desenvolveu há três anos para medir o envelhecimento natural da celulose de linho usando os raios X.

O pesquisador italiano voltou a afirmar que o Sudário de Turim “desafia a ciência” e representa um “complexo quebra-cabeças” que vai sendo montado “a cada nova investigação”.

Os cientistas que já estudaram a relíquia ainda não encontraram uma explicação definitiva e compartilhada pela a comunidade científica sobre como a imagem ficou impressa no Santo Sudário.

Foto dos filamentos mensurados. Foto Heritage
Foto dos filamentos mensurados. Foto Heritage

E, é compreensível, pois como publicamos em diversos posts do nosso blog, o fenômeno milagroso supera tudo o que se conhece e até as hipóteses mais sérias já aventadas.

A pesquisa da equipe de Liberato De Caro foi publicada na revista internacional Heritage, devidamente revisada por outros cientistas e também foi divulgada pelo Conselho Nacional de Pesquisa da Itália

Os resultados foram inteiramente compatíveis com os de uma outra amostra de linho cuja datação, de acordo com registros históricos, é 55–74 d.C., recolhida entre os restos do cerco de Massada (Israel).

Os resultados experimentais então confirmaram mais uma vez que o Sudário de Turim é uma relíquia de 2.000 anos embora apenas temos documentação histórica europeia dos últimos sete séculos, escrevem os autores em Heritage.

O experiente sindonologo Giiulio Fanti também participou no estudo
O experiente sindonologo Giiulio Fanti também participou no estudo
O método usado pode ser aplicado a amostras de meio milímetro e permite repetidas medições da mesma amostra habilitando muitos laboratórios a repetir o teste nas mesmas amostras para uma mais exigente confirmação.

Tais possibilidades não eram possíveis para o teste de Carbono 14 sendo inevitável o viés nas análises de 1988-1989.

Esta nova e precisa a datação por raios X indica que o Santo Sudário é mais antigo do que os sete séculos de história em que ficou na Europa, sendo benéfico que ele tenha sido levado para a Europa nesses séculos.

Pois, a análise demonstrou que, desde o século XIV até hoje, o envelhecimento natural da celulose do linho da relíquia foi muito reduzido pelas baixas temperaturas médias europeias, evitando assim que a imagem desapareça totalmente.

Mas o quebra-cabeça impossível de resolver fica em pé diante da ciência: como foi possível?