Igreja da Natividade, local da Gruta de Belém |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
O imperador romano Augusto (63 a.C. – 14 d.C.) mandou fazer o que se chamava Breviarium Imperii (Estatística do Império).
Nessa estatística devia constar as riquezas de seu imenso reino: soldados, naves, reinos, províncias, tributos, impostos, doações...
A estatística obrigava, em consequência, o recenseamento da população.
Assim diz São Lucas em seu Evangelho, capítulo 2:
“1. Naqueles tempos, apareceu um decreto de César Augusto, ordenando o recenseamento de toda a terra. (...)
“3. Todos iam alistar-se, cada um na sua cidade.
“4. Também José subiu da Galileia, da cidade de Nazaré, à Judeia, à Cidade de Davi, chamada Belém, porque era da casa e família de Davi,
“5. para se alistar com a sua esposa, Maria, que estava grávida.
“6. Estando eles ali, completaram-se os dias dela.
“7. E deu à luz seu filho primogênito, e, envolvendo-o em faixas, reclinou-o num presépio; porque não havia lugar para eles na hospedaria”. (São Lucas, 2, 1-7)
José e Maria tiveram que ir a Belém para recensear-se de acordo com a norma de que “todos os que habitassem fora das suas regiões nativas, voltassem ao seu recanto natal para cumprir a disciplina habitual do recenseamento”, contida por exemplo no decreto de Gaio Víbio Máximo, Prefeito do Egito, de 104 d.C.
No Oriente a pertença à família ou estirpe era de importância capital; todo cidadão sabia a que estirpe pertencia.