Charles Darwin (1809-1882) nasceu numa abastada família inglesa. Estudou ciências naturais nas universidades de Edimburgo e Cambridge.
Ainda jovem, empreendeu uma viagem de quase cinco anos em volta da Terra (1831-1836). Nela acumulou observações e amostras do reino animal.
De retorno à Inglaterra, guardou as anotações embaixo de uma escada. As crianças da casa arrancavam as folhas para brincar.
Mais de vinte anos depois, o naturalista Alfred Russel Wallace (1823-1913) mostrou a Darwin o livro que ia publicar, com idéias próximas às dele.
Darwin recuperou então as velhas anotações, ordenou-as e publicou-as. Surgiu assim, há 150 anos, seu mais famoso livro: A Origem das Espécies.
Contrariamente à saga corrente, a viagem não mudou a atitude de Darwin em face de Deus.
Por exemplo, após entrar numa floresta brasileira, escreveu:
“Não era possível formar-se uma idéia dos sentimentos de maravilhamento, de admiração e de devoção que enchem e encantam o espírito. Lembro-me bem de ter ficado convencido de que no homem há mais do que o simples influxo do corpo”.(2)
Crise religiosa: Darwin torna-se anticristão
Mas o Charles Darwin de A Origem das Espécies mudara completamente em relação ao naturalista expedicionário.
Ele fora criado no protestantismo, tendo depois perdido qualquer vestígio de fé entre 1836 e 1839. Tornou-se agnóstico e visceralmente contrário ao cristianismo.
Em sua Autobiografia, narra como voltou-se contra o Deus da Bíblia. Tal confissão de apostasia é tão chocante, que seus descendentes impediram a divulgação. Ela só veio a lume numa edição de 1958, onde afirma num trecho censurado:
“De fato, dificilmente posso admitir que alguém pretenda que o cristianismo seja verdadeiro; pois, se assim fosse, as Escrituras indicam claramente que os homens que não crêem – isto é, meu pai, meu irmão e quase todos os meus melhores amigos – serão punidos eternamente. E isto é uma doutrina condenável”.
Ele optou por um sentimentalismo relativista e vago, que levou até as últimas conseqüências; implicou com a lógica ordenada da moral evangélica, que tem na Igreja Católica sua autêntica realização; repeliu os movimentos de alma ordenados que lhe inspiravam as cenas grandiosas da natureza; pois percebeu “que estavam intimamente ligados à crença em Deus”.
Rompendo com sua admiração pela floresta brasileira, explicou: “Hoje, as cenas mais grandiosas não produziriam em mim nenhuma convicção nem sentimento daquele gênero”.
Anticristianismo e evolucionismo explicitados simultaneamente
Darwin passou a confessar-se agnóstico e a menosprezar acintosamente a Religião. Lê-se em sua Autobiografia:
“O Antigo Testamento é manifestamente falso, a Torre de Babel, o arco-íris como sinal, etc.
“Dado que ele atribui a Deus os sentimentos de um tirano vingativo, não é mais digno de confiança que os livros sagrados dos hindus ou as crenças de outros bárbaros. [...] Deixei de acreditar no cristianismo enquanto revelação divina”.
Ele foi abandonando a idéia de um Deus pessoal, e mesmo da existência de uma causa final na natureza:
“O velho argumento de uma finalidade na natureza, que outrora me parecia tão concludente, caiu depois da descoberta da seleção natural. [...] Não acredito que haja muito mais finalidade na variabilidade dos seres orgânicos e na ação da seleção natural do que na direção em que sopra o vento”.Homem e natureza se lhe afiguravam então como meros subprodutos de uma cega fatalidade, que progride rumo ao ignoto. O motor desse progresso seriam transformações devidas a acidentes fortuitos e à necessidade. As espécies resultantes, ou mais evoluídas, exterminariam fatalmente as menos evoluídas, mais fracas e inferiores.
Darwin perdera a fé e voltara-se contra seus fundamentos.
Fontes bibliográficas no último post da série
Continua no próximo post
(Fonte: Catolicismo nº 704, Ano LIX, setembro 2009).
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