segunda-feira, 22 de maio de 2023

O mistério do Santo Sudário em 3D

Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







Se pudéssemos ver a divina Face de Nosso Senhor Jesus Cristo e contemplar seu divino Corpo andando, por exemplo, em Jerusalém ou na Galileia, ficaríamos maravilhados.

Mas Ele, com a soma de todas as virtudes, num grau tão alto que a mente humana não é capaz de alcançar, ficou retratado no Santo Sudário!

Naquela Face sagrada se destaca, numa harmonia suprema, a conjugação perfeita de virtudes aparentemente contrapostas: a força e a bondade; a mansidão e a cólera sacrossanta; a placidez e a capacidade de tomar iniciativas.

Todas reunidas com um requinte de molde a deslumbrar qualquer pessoa.

Essa síntese suprema tem algo de tão profundo e misterioso que só se exprime nas palavras do profeta Isaías: “As minhas cogitações não são as vossas cogitações, nem as vossas vias são as minhas vias” (Isaías 55, 8).

A fisionomia deste Varão divino transluz o quanto Ele é pleno das mais altas cogitações.

As virtudes residem n’Ele de modo eterno, e quem afina com elas anda pelo caminho certo, e quem desafina, descaminha.

Por isso, Ele podia dizer de Si mesmo, com força de evidência irrefutável: “Eu sou o caminho, a verdade, e a vida.” (Jo 14, 6)

Mistério insondável de Cristo crucificado e morto


O arcano insondável d’Ele está todo posto nos mistérios de Deus, que nos faz sentir — a nós, pobres criaturas contingentes — a infinitude insondável que reside n’Ele.

É um mistério que os homens não podem compreender, mas Ele quis aproximar-se de nós na simples forma eucarística para reinar a partir de todos os sagrários do mundo.

Quem poderia compreender algo mais inimaginável antes que Ele instituísse a Eucaristia!?

Ele cumpriu a promessa de se encarnar numa Virgem por obra do Espírito Santo. Qual teria sido a glória do povo de Israel se O tivesse reconhecido?

Mas seu oportunismo político, conduzido por sua suprema hierarquia religiosa, levou-o primeiro a não querer que Ele reinasse e, depois, a extorquir do cônsul romano Pilatos o crime supremo: “Se o soltares, não és amigo de César” (Jo, 19,12).

Pilatos exibe Nosso Senhor coroado de espinhos e atrozmente flagelado, dizendo ao populacho: “Eis o Vosso Rei!”

A turba responde: “Tole, tole! Crucifige!” (Leva, leva! Crucifica-O! – Jo 19-6). E Pilatos O entrega à morte infame!


Esta, com todos os requintes de perversidade, fica impressa misteriosamente no véu mortuário que envolveu seu divino Corpo.

Uma exposição extraordinária


Uma exposição do Santo Sudário concebida para percorrer os cinco continentes nos próximos anos teve a sua primeira estação na Catedral de Salamanca (dita La nueva, construção iniciada no séc. XVI), na Espanha, durante mais de cinco meses.

No momento em que escrevemos, a exposição está na catedral de Guadix, também na Espanha.

Ela foi organizada por Francisco Moya, diretor-geral da Artisplendore, empresa de gestão cultural especializada em arte sacra.

Ele concedeu uma entrevista para o site “Omnes” a esse respeito.

A exposição está distribuída em seis áreas, cada uma mais empolgante que a outra.

A primeira mostra a figura de Jesus Cristo em sua insondável personalidade;

a segunda se concentra na sua condenação no mais iníquo julgamento da História e na sua morte redentora no alto do Calvário;

a terceira aprofunda o conhecimento do refinadíssimo santo lençol que envolveu Cristo no sepulcro.

Ele fora doado pelo rico José de Arimateia, discípulo secreto e no fim da vida apóstolo da Boa Nova, para nele ser colocado amorosamente o divino Corpo por Nossa Senhora e pelas santas mulheres;

a quarta apresenta os estudos forenses mais relevantes sobre o Sudário, o objeto mais analisado pelas ciências sobre a face da Terra;

a quinta constitui numa espetacular sala imersiva;

a sexta, por fim, é o ponto alto da exposição: a sala onde se apresenta o corpo recriado a partir do Sudário com requintes de verossimilhança.

O bispo de Salamanca analisa os pormenores da imagem obtida com 3D
O bispo de Salamanca analisa os pormenores da imagem obtida com 3D
Francisco Moya, o diretor-geral do Artisplendore, sublinha que é uma reprodução única que evidencia “todos os sinais da Paixão e da Cruz que aparecem no Sudário”, a tal ponto que parece “estarmos realmente a olhar para um homem, não para uma escultura.”

Essa reprodução tridimensional do Sudário de Turim nos põe assim, de maneira pungente, face a face com o Mistério da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo.


continua no próximo post: O Santo Sudário em 3D pasma as ciências


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