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| Jardim do Sepulcro, vista aérea do estado atual superficial |
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Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
O Evangelho ensina que Nosso Senhor Jesus Cristo foi crucificado numa área verde entre o Calvário e o Santo Sepulcro.
Santa Helena achou o local, recuperou as relíquias da Cruz e seu filho o imperador Constantino fez a Basílica do Santo Sepulcro sobre um templo pagão romano.
O jardim descrito por São João sumiu nas reformas podendo se duvidar da localização.
Agora, escavações o descobriram e a chefe dos arqueólogos Francesca Stasolla comentou que a descoberta “é a arqueologia falando com fé (...) na fé há evidência”, noticiou “Gazeta do Povo”.
A equipe arqueológica foi liderada pela professora Francesca Romana Stasolla, da Universidade de Roma “La Sapienza”.
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| Prof.a Francesca Romana Stasolla, diretora das escavações |
Em 7 de março 2025, os investigadores anunciaram a descoberta de restos de oliveiras e videiras, incluindo sementes e pólen.
Stasolla disse ao jornal “Times of Israel” que as análises arqueobotânicas permitem situar essas plantas no período em que Jesus viveu.
“Na época de Jesus, essa região não fazia parte da cidade”, afirma a pesquisadora.
Após a desastrosa insurreição dos judeus em 70 d.C., que teve como uma consequência a destruição do famoso Templo de Jerusalém, o dominador romano decidiu construir uma cidade sobre as ruínas de Jerusalém que denominou Élia Capitolina.
A nova cidade do século II devia seguir os patrões romanos e ser rasa. Foi assim que o Templo de Jerusalém já em ruinas foi arrasado até seus mais profundos fundamentos, pois estava na maior elevação da cidade.
Também foram niveladas as elevações do Calvário e do local do Santo Sepulcro, mas menos severamente a ponto de ficarem preservados. Mas no local foi elevado um templo romano pagão.
Os evangelistas se referem ao local mencionando que o Redentor foi crucificado fora de dois muros de Jerusalém.
“O Evangelho cita uma área verde entre o Calvário e o túmulo, e nós identificamos esses campos cultivados”, acrescenta a arqueóloga.
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| Jardim do Túmulo, como se ve hoje |
À agência de notícias católica Zenit, Francesca Stasolla comentou: “Não estamos apenas lendo as Escrituras, estamos entrando nelas”, acrescentando que a descoberta “de terras cultivadas entre o local da crucificação e o túmulo não é mera coincidência. É arqueologia falando com fé (...) Descubro que na fé há evidência”.
O jornal “Times of Israel” havia insinuado a dúvida que é também de outros, com base em que há 2.000 anos, oliveiras e videiras cresciam no terreno onde hoje se encontra a Igreja do Santo Sepulcro.
Qualquer dúvida nesse pormenor ficou também afastada pelas revelações das novas escavações arqueológicas de que falamos.
O Evangelho de João diz: “No lugar onde Jesus foi crucificado havia um jardim, e no jardim um sepulcro novo, onde ninguém jamais havia sido colocado. Ali colocaram Jesus” (João 19:19-20).
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| Interior da igreja do Santo Sepulcro sobre o Gólgota |
“Sabemos que a área já fazia parte da cidade na época do Imperador Adriano, quando os romanos construíram a Élia Capitolina (...) No entanto, na época de Jesus, a área ainda não fazia parte da cidade.”
A escavação arqueológica foi aprovada pela Autoridade de Antiguidades de Israel, conforme exigido por lei.
Stasolla enfatizou que, devido à natureza sensível do sítio e às suas necessidades logísticas, eles tiveram que trabalhar com extrema cautela.
Ocasionalmente, especialistas em áreas específicas, como geólogos, arqueobotânicos ou arqueozoólogos de Roma, juntam-se aos arqueólogos em Jerusalém.
“No entanto, a maior parte da nossa equipe permanece em Roma, para onde enviamos os dados para o trabalho de pós-produção”, explica Stasolla.
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| Interior da igreja do Santo Sepulcro |
“Se estivéssemos falando de um quebra-cabeça, poderíamos dizer que estamos escavando apenas uma peça de cada vez, mas, eventualmente, teremos uma reconstrução multimídia completa do panorama completo.”
De acordo com Stasolla, as camadas ocultas sob o piso da igreja, semelhantes às páginas de um livro, oferecem uma crônica extraordinária da história de Jerusalém, começando com a Idade do Ferro (1200-586 a.C.).
“A igreja fica em uma pedreira, o que não nos surpreende, pois uma grande parte da Cidade Velha de Jerusalém também fica em uma pedreira”, disse Stasolla.
“A pedreira já estava ativa na Idade do Ferro. Durante a escavação, encontramos cerâmica, lâmpadas e outros objetos do cotidiano que datam desse período.”
Como a pedreira deixou de ser explorada, antes da construção da igreja, parte da área era usada para agricultura.
Na época de Jesus, a antiga pedreira também era usada como local de sepultamento, com vários túmulos escavados na rocha, como em outras áreas de Jerusalém.
Vários outros túmulos são conhecidos como parte do complexo do Santo Sepulcro, incluindo um que a tradição cristã atribui a José de Arimateia, que se diz ter presenteado Jesus com seu túmulo vazio.
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| Interior da igreja do Santo Sepulcro |
“O verdadeiro tesouro que estamos revelando é a história das pessoas que fizeram deste local o que ele é, expressando sua fé aqui”, acrescentou.
“Quer alguém acredite ou não na historicidade do Santo Sepulcro, o fato de gerações de pessoas terem acreditado é objetivo. A história deste lugar é a história de Jerusalém e, pelo menos a partir de certo momento, é a história da adoração a Jesus Cristo.”
O “Jerusalem Post” focou o detalhe de a equipe de pesquisadores da Universidade Sapienza de Roma descobrir restos de uma planta datada da época da morte de Jesus, na primavera de 33 d.C.
Nossa Senhora



















