Nossa Senhora de Guadalupe, original na Basílica da Cidade de México |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
A imperatriz grandiosa e misteriosa das Américas
Mistérios cientificamente comparáveis aos do Santo Sudário
Excepcionalidade de Nossa Senhora de Guadalupe
Nossa Senhora teve um papel excepcional na implantação da fé católica e das civilizações nas Américas. Desde o início de nossas culturas e de nossa evangelização.
Certa feita um europeu confessou maravilhado como Nossa Senhora exerceu a liderança na conversão dos povos indígenas e na constituição dos países, da cultura e d0s costumes nacionais.
O amigo fazia a comparação com a Europa. Nesse continente a iniciativa esteve com santos extraordinários.
Por exemplo, São Bento na Itália (e na Europa toda); São Martinho de Tours na França; São Bonifácio na Alemanha; São Patrício na Irlanda; Santo Agostinho de Canterbury na Inglaterra; os santos Basílio e Metódio com os eslavos; etc.
Na Europa, a ação sobrenatural de Nossa Senhora esteve presente desde os inícios da evangelização, mas só se fez intensamente evidente nos séculos posteriores. São Luís Maria Grignion de Montfort explica esse paradoxo. Cfr. Comentários ao Tratado da Verdadeira Devoção.
Na América Latina foi como se a Mãe de Cristo tivesse querido reservar o continente para si.
E nas conversões de nossos povos encontramos sempre Ela iniciando miraculosamente uma ação cujos frutos todos os santos que houve no continente não conseguiram igualar.
É o caso de Nossa Senhora Aparecida no Brasil; de Nossa Senhora de Luján na Argentina; de Nossa Senhora de Coromoto na Venezuela; de Nossa Senhora de Chiquinquirá na Colômbia, etc., etc.
Mas em nenhuma de suas grandes intervenções se apresentou como em Guadalupe no México.
E é por isso que o Papa Bento XIV, na Bula Non Est Equidem de 25 de maio de 1754, a declarou patrona da Nova Espanha, que correspondia à América Central e América do Norte.
E o Papa São Pio X proclamou-a patrona da América Latina em 1910, para só mencionar os maiores privilégios.
Portanto, é a padroeira de todas as Américas.
Mistérios cientificamente comparáveis aos do Santo Sudário de Turim
E a história não para aí. Do ponto de vista do nosso blog, a imagem de Nossa Senhora de Guadalupe surpreende até as ciências de avançada do terceiro milênio.
Dr. Andrés Brito Galindo durante a palestra “Os mistérios da tilma de Guadalupe” |
Estamos diante de um acúmulo de milagres permanentes, de características que contradizem a ordem natural, de deixar os cientistas estupefatos.
E isso sob pontos de vista que eles nem teriam imaginado, nem todos explicados e tal vez nunca explicáveis pelas leis da natureza.
A esse respeito, o Dr. Andrés Brito Galindo, Doutor em Ciências da Informação pela Universidade de Burgos e professor de Antropologia da Educação no Centro de Estudos Teológicos de Tenerife pronunciou uma brilhante aula intitulada “Os mistérios da tilma de Guadalupe” que já teve mais de dois milhões de visualizações em Youtube.
Quer dizer um estudo sobre o poncho do príncipe indígena São João Diego onde Nossa Senhora gravou milagrosamente sua imagem. E ali está impressa inexplicavelmente até hoje a Padroeira das Américas.
A exposição do professor é longa, pormenorizada e cheia de conteúdos religiosos, espirituais, simbólicos, científicos e históricos.
O Dr. Andrés, que também é especialista no Santo Sudário e em Astrofísica, a apresenta animadamente tornando agradável a visualização.
São João Diego com a tilma amarrada no ombro. Seu nome índío (Fala como a águia) revelava alta autoridade. |
Utilizamos para isso a versão resumida em Youtube, mas não hesitamos em recomendar a aula em toda sua extensão, disponível nesse site de vídeos.
O resumo começa pela narração do milagre bem conhecido por todos. São João Diego (Cuauhtlathohuac era seu nome indígena, que significa El que habla como el águila, nascido em 1474, tinha 57 anos na aparição) abre sua tilma na presença do Bispo e cai um mundo de flores.
Nesse momento, para pasmo de todos, a imagem de Nossa Senhora toma forma em toda sua sobrenatural beleza sobre o rústico pano sem cor nem ornato.
Já não era mais possível duvidar da origem sobrenatural do fenômeno.
O expositor acompanha a narração com uma projeção montada com atores mas conferida com os testemunhos dos presentes.
O maravilhoso é que a tilma durou até hoje e pode ser estudada cientificamente, prossegue o palestrante.
Pela frágil fibra vegetal utilizada não poderia ter durado mais de 20 anos e já está com mais de 480 feitos e em perfeito estado.
“Eu sou Aquela que esmaga a serpente”
Simultaneamente, Nossa Senhora aparece a Juan Bernardino, parente doente de São João Diego, cura sua doença e lhe revela seu verdadeiro nome.
Isto vai ser muito importante: seu verdadeiro nome.
Para isso é preciso compreender a mitologia dos astecas. O milagre aconteceu em 12 de dezembro de 1531, 40 anos depois da descoberta de América e 10 anos depois da conquista de México por Hernán Cortés e 500 soldados.
Um punhado de homens se comparado com os muitos milhões do desapiedado império asteca capaz de reunir imensos exércitos ávidos de vítimas para oferendar às suas cruéis deidades, entre as quais a Pachamama (nome incaico) que denominavam Coatlicoe.
Europa acaba de descobrir a civilização asteca que dominava as 300 tribos da zona e possuía uma extraordinária arquitetura e infraestrutura nas cidades. Nesse ponto eram incrivelmente avançados.
Também na observação do cosmos. Eram astrônomos extraordinários. Adoravam os astros porque achavam que lhes davam a vida. Então tinham que estar atentos aos solstícios, estações, eclipses, etc.
O espantoso Huitzilopochtli era o deus canibal da guerra. Os astecas tinham certeza de que para que o sol sair no dia seguinte tinham que alimentar Huitzilopochtli com as entranhas das vítimas e desse modo evitar que comesse o sol.
Fazer sacrifícios humanos era um ritual sagrado horrível que encheu de espanto a Hernán Cortés.
Num determinado templo havia um ídolo de Huitzilopochtli com a boca aberta. Contam os cronistas que saia dele uma voz demoníaca que pedia vítimas e que tinha uma sede de sangue insaciável.
A crónica de 1519 conta que Hernán Cortés ficou horrorizado e destruiu esse ídolo com uma marreta.
Quando os astecas iam à guerra não matavam, mas colhiam vítimas que seriam sacrificadas a Huitzilopochtli.
Para eles o oferecimento do sangue garantia a continuidade do mundo.
A sangueira era tal que os populares viviam aterrorizados porque a qualquer momento a faca sacrifical podia cair sobre eles ou sobre seus filhos.
Andrés de Tapia e Gonzalo de Umbria contaram 136.000 caveiras humanas num só templo. Calcula-se que ofereciam a Huitzilopochtli 100.000 vítimas cada ano.
Mas se Huitzilopochtli vos causa terror preparai-vos para ver a mãe de Huitzilopochtli porque é uma abominação: é Coatlicoe, a Pachamama asteca, enfatiza o Dr. Brito Galindo.
Duas serpentes saiam de sua cabeça, e mais duas constituíam os braços, garras de ave de rapina lhe serviam de pés.
Os astecas sacrificavam às mães grávidas, lhes arrancavam os fetos dissecando-lhes as cabeças e com os crânios faziam colarinhos para adornar essa Pachamama asteca. Absolutamente satânica!
Idolo da deusa Coatlicue, a Pachamama asteca, museu no México. Nossa Senhora veio esmagar esse demônio. |
O templo de Coatlicoe era no morro Tepeyac, precisamente onde Nossa Senhora escolheu para aparecer.
Então, qual é o nome que a Virgem Santíssima revela a Juan Bernardino, companheiro de São João Diego: Ela é a Virgem Tequatlasupe, quer dizer “Aquela que esmaga a serpente”.
É de uma beleza indescritível, de uma sutileza fabulosa da Virgem. Ela esmaga a perversa Pachamama asteca.
Quando Nossa Senhora comunica o nome Tequatlasupe, os espanhóis que não sabiam bem a língua dos astecas entendem Guadalupe em lugar de Tequatlasupe.
Guadalupe é a padroeira de Cáceres, na Espanha, e eles fizeram uma errônea compreensão do nome que revela à Virgem como sendo aquela que esmaga à Coatlicoe, a serpente sanguinária madre de Huitzilopochtli.
Nossa Senhora de Guadalupe veio a esmagar o despotismo satânico da Pachamama e estabelecer seu reinado em nossas terras do Alasca até a Patagônia.
É um episódio sobressalente da luta tremenda entre a Mãe de Deus e o dragão infernal que começou no próprio início da História no Paraíso como explica São Luís Maria Grignion de Montfort. Cfr. Comentários ao Tratado da Verdadeira Devoção.
Os mistérios do tecido de Guadalupe
e a linguagem simbólica da imagem
e a linguagem simbólica da imagem
O arcebispo de México diante do milagre no pobre tecido. |
Nossa Senhora faz entender que Ela é a Mãe de Deus
O Dr. Andrés Brito Galindo, prosseguiu sua palestra sobre “Os mistérios da tilma de Guadalupe” descrevendo um deus singular dos astecas: Ometéotl.
Diversamente de Huitzilopochtli, deus da guerra, sanguinário e canibal, Ometéotl era o inventor de si próprio e era o deus da vida, da alegria, que fazia brotar as plantas, mantinha a unidade entre todos.
Além do mais não tinha forma antropomórfica, mas se representava com uma espécie de espiral no meio da qual havia uma flor chamada Nahui Ollin que era para os astecas o símbolo da vida universal e cósmica que mantém a todos unidos.
Eles tratavam a Ometéotl como o “criador das pessoas”, o “dono do Céu e da Terra”, o “verdadeiríssimo deus por quem se vive”. Todas características do único Deus verdadeiro que nos ensina o catecismo.
Resulta que Nossa Senhora se identifica a si própria aos indígenas como a mãe desse deus. É uma mensagem que eles compreenderam perfeitamente.
Vamos a ver os símbolos na tilma de João Diego como se conserva na basílica de México capital.
Características da "tilma", ou poncho, em que foi impressa a imagem
A tilma, na realidade, está composta de três partes, mas a imagem ocupa só dois, unidas por uma costura no meio de cima a baixo.
A Virgem Santíssima é uma Senhora. Se Ela não tivesse inclinado a cabeça a costura teria passado pelo rosto e isso não vai com uma Senhora.
Como ainda veremos as imperfeições da tilma acrescentam graça e volume aos traços de Nossa Senhora.
Não foi pintada por mãos humanas |
A tilma mede 1,43 metros, mas tem proporção áurea sempre procurada pelos artistas e escultores inclusive os gregos como proporção da beleza.
Os pigmentos de cor se veem de um lado e de outro da tela, mas a tilma não estava preparada para isso.
Pintor algum se teria atrevido a pintar numa tela que não estava preparada.
Mas acontece que não é um quadro porque não há sinal de pincel. É como se a imagem tivesse sido fotocopiada acima do pano, e isso não tem explicação.
Não pode ser feito por mão humana e o que encontramos na imagem de Nossa Senhora de Guadalupe é semelhante com o Santo Sudário.
São imagens que pedem uma explicação da ciência, porque estão aí, são algo que se pode medir, pesar e levar a um laboratório.
Imagens impossíveis que não se podem reproduzir nem com a tecnologia contemporânea
Na realidade, estamos falando de um pictograma. Os astecas não escreviam com letras senão com imagens. Como os egípcios com os hieroglíficos.
Pictogramas são desenhos que representam coisas. Então vamos a ver detalhadamente Nossa Senhora de Guadalupe.
Para começar tem o cabelo solto, quer dizer que não está casada, é virgem. Indiscutivelmente, quando o indígena vê o cabelo diz: ‘esta não está casada’.
Acresce que leva um broche de jade com a Cruz desenhada. O jade é uma pedra semipreciosa que eles poliam para fazer espelhos. E eles a consideravam divina porque se viam refletidos no jade.
E vendo que o jade do broche tem o mesmo símbolo que eles viam nos estandartes dos conquistadores, acabavam achando: ‘Cuidado, esta é da mesma religião desses que vem do outro lado do mar que nós também achamos que são deuses’.
Nossa Senhora com as mãos postas indica que vem trazendo Deus de presente, do qual está grávida sendo virgem. E usa cores de imperatriz, e é dona das estrelas. |
Com esse gesto eles entendiam: ‘está nos trazendo um presente’.
As mulheres astecas casadas usavam o cabelo recolhido, assim como os casados entre nós usam um anel. Mas Nossa Senhora usa o cabelo solto deixando claro aos astecas que é virgem.
O cinto indica que esta jovem que é virgem está grávida. Isso evocava o que contavam os missionários de que a Mãe de Jesus teve a Jesus sendo virgem.
E os astecas compreendiam muito mais a linguagem dos símbolos, logo Ela era aquela de que falavam os padres católicos.
E o presente que traz é seu filho o criador de todas as coisas e o mantenedor do universo.
Nossa Senhora se apresenta como imperatriz de todos os astros e estrelas
Acresce que os raios de sol saem detrás de Nossa Senhora, o que quer dizer que Ela se orna com o sol, se reveste de estrelas como manto, tampa o sol e tem a Lua a seus pés.
Logo Ela é infinitamente mais poderosa que todos os deuses astrais astecas, porque esses deuses estão a seu serviço.
O cosmos inteiro serve a Ela como local onde se instalar, de manto, de embelezador.
Em todo o manto de Nossa senhora contam-se 46 estrelas.
A flor Nahui Ollin aparece até sete vezes na túnica, a flor de Ometéotl. Portanto o presente que Ela traz é Ometéotl.
Todos estes detalhes esfugiam aos espanhóis, mas os indígenas com um simples olhar captavam a mensagem da Virgem.
Ela tem um joelho levantado porque está dançando. Bailar era a forma de adorar dos indígenas. Eles não bailavam nem nas festas, mas na adoração.
Portanto, Ela está adorando o Ometéotl que nos traz de presente. Quer dizer que o Ometéotl é mais poderoso do que Ela.
A túnica verde turquesa era da cor da capa de Montezuma, o imperador. Essa cor só podia ser usada pelo imperador, então se Ela se vestia com essa cor é porque era uma imperatriz.
Parece anjo, mas é São João Diego, a 'águia que canta', com asas de águia-arara e roupa de convertido |
Por fim, o anjo. O anjo tem cara de ancião e está vestido com a camisa que levavam os indígenas convertidos.
Não tem assas de anjo, mas de águia, porque fala como águia, que é o nome indígena de João Diego.
Ele está nos trazendo a Virgem. Com uma mão segura o céu representado pelo manto e com a outra segura a terra representada pela túnica.
Então, ele une o céu e a terra a través da Virgem Tequatlasupe. Aquela que esmaga a serpente, a Pachamama asteca.
É Nossa Senhora vitoriosa sobre o dragão infernal descrita por São Luís Maria Grignion de Montfort. Cfr. Comentários ao Tratado da Verdadeira Devoção.
Os mistérios da tilma de Guadalupe (RESUMO)
Os mistérios da tilma de Guadalupe (VÍDEO COMPLETO)
Surpresas nos olhos e no manto de Nossa Senhora
A Virgem que esmaga a serpente vem a trazer a solução dos males atuais
Para os astecas havia dois elementos inteiramente chaves: o templo e as flores, prosseguiu explicando o Dr. Andrés Brito Galindo, em sua palestra que estamos glosando sobre “Os mistérios da tilma de Guadalupe”.
O templo tinha forma de montanha porque a montanha é o lugar do encontro com Deus. A montanha deles era ensanguentada.
O que sentem eles quando os conquistadores ocupam seus templos e destroem seus ídolos? Que a civilização deles está ferida de morte.
Para eles se não há templo não há cultura, não há civilização. Mas Nossa Senhora vem trazendo o templo novo simbolicamente representado em seu sagrado manto.
Nós usamos a flor como gesto de carinho ou adorno. A flor para eles é o símbolo da verdade. E a Virgem escolheu flores para mostrar que a mensagem era verdadeira.
Se se posiciona a tilma sobre um mapa de México, as flores coincidem perfeitamente com as montanhas e vulcões que os índios achavam sagrados. Logo Ela é a senhora de todos eles.
Mas, isso só se podia comprovar vendo o mapa desde o espaço. Quem podia fazer isso em 1531? Aqui encontramos uma mensagem para nossa época de tecnologia.
Nossa Senhora é a rainha da Terra e não a deusa Pachamama
Nossa Senhora de Guadalupe levou à conversão em massa dos indígenas. |
Além do mais houve um eclipse que os deixou apavorados. Acreditavam que o deus da guerra Huitzilopochtli devia estar furioso! Teremos que matar, matar, sangue, sangue!!!, pensavam.
Acresce que o 12 de dezembro data da aparição era o solstício de inverno, segundo o calendário juliano que ainda vigorava.
Na realidade era o 22 de dezembro segundo o calendário gregoriano que era o certo.
O solstício de inverno significa que acaba a escuridão e começa a luz. E iniciando a era da luz aparece Nossa Senhora.
Houve também um terremoto que destruiu os templos. E por cima começou uma epidemia de varíola para a qual os indígenas não tinham anticorpos.
Tudo isso lhe dizia que seus deuses estavam errados.
E foi então que apareceu a Virgem Tequatlasupe, a que esmaga a serpente, e vem a trazer a solução para os males.
Tudo isso fez que na década seguinte, nove ou dez milhões de indígenas recebessem o batismo se convertendo ao catolicismo.
Portanto, toda essa ‘lenda negra’ sobre a conquista não corresponde aos dados históricos. Felizmente temos os documentos que o comprovam.
Os tecidos de agave como a tilma que mais duraram não passaram de 20 anos.
Porém, a tilma atravessou 480 anos sem apodrecer incluídos 116 anos sem nenhuma proteção, com velas, medalhas, toques.
Repele a poeira, os insetos, não há uma só larva de mosca nem a mais mínima sujeira. Não tem explicação.
A tilma está feita com fibra de sisal (ágave no México) |
Em 1795 a queda de um funcionário que limpava o marco de prata salpicou a tilma com um balde de ácido nítrico.
Foi suficiente para desfazer todo o pano. As manchas se podem ver até hoje, mas não causaram mal algum e tendem a desaparecer com o tempo.
Em 14 de novembro de 1991 um jovem simulando devoção depositou uma poderosa dinamita que destruiu todos os cristais da basílica e das casas das redondezas.
Um Cristo de bronze do altar foi amassado e ficou irreconhecível, mas é preservado no museu para que todos possam ver.
Mas a tilma não sofreu raspão nenhum, nem mesmo o vidro protetor que não era antibala.
Por que tanto ódio contra Nossa Senhora de Guadalupe?
Pigmentos que não são desta Terra
O Dr Richard Kuhn, Prêmio Nobel de Química 1938 concluiu: “os pigmentos da imagem não são nem de origem animal, nem de origem vegetal, nem de origem mineral, nem de origem sintético. Não sou capaz de determinar de onde procedem os pigmentos”.
Logo não são deste planeta.
O Dr Enrique Graue, oftalmólogo e reitor da Universidade Autônoma de México concluiu que os olhos da Virgem de Guadalupe refletem a luz exatamente como fariam olhos humanos vivos.
Isso é impossível numa pintura feita por mão humana.
13 pessoas aparecem nos olhos de Nossa Senhora
Nos olhos da Virgem foram descobertos por 20 oftalmólogos inclusive o Dr. José Aste Tönsmann, especialista em computação da Universidade de Cornell e professor de investigação operativa da Universidade Iberoamericana de México, 13 figuras humanas nos olhos, várias das quais nominalmente identificáveis.
São as pessoas que estavam presentes no momento do milagre, inclusive o bispo e seus assessores e criados.
As estrelas do manto de Nossa Senhora reproduzem as posições das constelações do Norte e do Sul visíveis no dia 12 de dezembro (calendário juliano) de 1531, solstício de inverno.
Há uma mensagem para os indígenas, mas também para nós.
O Dr. Andrés Brito descreve então com auxílio das imagens cada constelação e o posicionamento no manto que corresponde a sua posição no céu, porém com uma peculiaridade excepcional.
Trata-se, explica, de uma imagem especular anamórfica, quer dizer que é como um espelho que reflete as estrelas vistas desde o espaço.
É como se Nossa Senhora estivesse no espaço e as constelações se refletissem em seu manto como num espelho.
Assim a Coroa Boreal brilha na testa de Nossa Senhora. É uma rainha.
E as demais estrelas e constelações brilham em seu corpo confirmando seus atributos sublimes.
E também tem um significado apocalíptico: “Apareceu em seguida um grande sinal no céu: uma Mulher revestida do sol, a lua debaixo dos seus pés e na cabeça uma coroa de doze estrelas.” Apocalipse, 12.
Nossa Senhora triunfa sob sua invocação de Guadalupe definitivamente sobre o mal segundo enuncia profeticamente São Luís Maria Grignion de Montfort. Cfr. Comentários ao Tratado da Verdadeira Devoção.
Veja mais detalhes no vídeos embaixo.
Vídeos: Os olhos de Nossa Senhora de Guadalupe, legendado português
O inimaginável no olhar da Virgem
A imagem aqueropita (não pintada por mão humana) de Nossa Senhora de Guadalupe, no seu santuário, Cidade do México |
João Diego transmitiu o pedido. O bispo exigiu alguma prova.
Então Nossa Senhora fez crescer flores numa colina semi-desértica em pleno inverno, as quais João Diego devia levar ao bispo.
Este o fez no dia 12 de dezembro, acondicionando-as no seu manto. Ao abri-lo diante do bispo e de várias outras pessoas, verificaram admirados que a imagem de Nossa Senhora estava estampada no manto.
O interesse da ciência começou na hora de investigar como é possível que o manto de João Diego se tenha conservado até hoje.
Esse tipo de manto, conhecido no México como tilma, é feito de tecido grosseiro, e deveria ter-se desfeito há muito tempo.
No século XVIII, pessoas piedosas decidiram fazer uma cópia da imagem, a mais fidedigna possível.
Teceram uma tilma idêntica, com as mesmas fibras de maguey da original.
Apesar de todo o cuidado, a tilma se desfez em quinze anos.
O manto de Guadalupe tem hoje 477 anos, portanto nada deveria restar dele.
Uma vez que o manto (ou tilma) existe, é possível estudá-lo a fim de definir, por exemplo, o método usado para se imprimir nele a imagem.
Em 1936, o bispo da cidade do México pediu ao Dr. Richard Kuhn que analisasse três fibras do manto, para descobrir qual o material utilizado na pintura.
Para surpresa de todos, o cientista constatou que as tintas não têm origem vegetal, nem mineral, nem animal, nem de algum dos elementos atômicos conhecidos.
“Erro do cientista” — poderia se objetar. Mas o Dr. Kuhn foi prêmio Nobel de Química em 1938. Além do mais, ele não era católico, mas de origem judia, o que exclui parti-pris religioso.
No dia 7 de maio de 1979 o prof. Phillip Serna Callahan, biofísico da Universidade da Flórida, junto com especialistas da NASA, analisou a imagem. Desejavam verificar se a imagem é uma fotografia.
Resultou que não é fotografia, pois não há impressão no tecido. Eles fizeram mais de 40 fotografias infravermelhas para verificar como é a pintura.
E constataram que a imagem não está colada ao manto, mas se encontra 3 décimos de milímetro distante da tilma.
Verificaram também que, ao aproximar os olhos a menos de 10 cm da tilma, não se vê a imagem ou as cores dela, mas só as fibras do manto.
Talvez o que mais intriga os cientistas sobre o manto de Nossa Senhora de Guadalupe são os olhos dela. Com efeito, desde que em 1929 o fotógrafo Alfonso Marcué Gonzalez descobriu uma figura minúscula no olho direito, não cessam de aparecer as surpresas.
Os olhos da imagem são muito pequenos, e as pupilas deles, naturalmente ainda menores. Nessa superfície de apenas 8 milímetros de diâmetro aparecem nada menos de 13 figuras!
José Aste Tonsmann, engenheiro de sistemas da Universidade de Cornell e especialista da IBM no processamento digital de imagens, dá três motivos pelos quais essas imagens não podem ser obra humana:
• Primeiro, porque elas não são visíveis para o olho humano, salvo a figura maior, de um espanhol. Ninguém poderia pintar silhuetas tão pequenas;
• Em segundo lugar, não se consegue averiguar quais materiais foram utilizados para formar as figuras. Toda a imagem da Virgem não está pintada, e ninguém sabe como foi estampada no manto de João Diego;
• Em terceiro lugar, as treze figuras se repetem nos dois olhos. E o tamanho de cada uma delas depende da distância do personagem em relação ao olho esquerdo ou direito da Virgem.
Esse engenheiro ficou seriamente comovido ao descobrir que, assim como os olhos da Virgem refletem as pessoas diante dela, os olhos de uma das figuras refletidas, a do bispo Zumárraga, refletem por sua vez a figura do índio João Diego abrindo sua tilma e mostrando a imagem da Virgem.
Qual o tamanho desta imagem? Um quarto de mícron, ou seja, um milímetro dividido em quatro milhões de vezes. Quem poderia pintar uma figura de tamanho tão microscópico? Mais ainda, no século XVI...
Muito grandes ampliações fotográficas dos olhos de Nossa Senhora permitiu reconhecer nas duas córneas da imagem 13 pessoas em total.
Este fenômeno só é possível em olhos vivos.
O milagre: a imagem aparece pintada na tilma do santo. Basílica de Guadalupe, Cidade do México |
Isto parecia impossível, pois não havia notícia de alguém dessa cor no México daquele tempo. Esta descoberta punha em dúvida todas as anteriores que poderiam ser tidas como ditadas por alguma ideia ou preferência preestabelecida.
Foi, então, que um historiador informado do problema, telefonou ao Dr. Aste Tonsmann, dizendo jocosamente:
-- "Já encontrei sua 'negrita'!"
De fato, nos registros históricos consta que o bispo espanhol Frei Juan de Zumárraga, na hora da morte, lavrou documento concedendo a liberdade a um casal negro que foram seus servidores no México.
Provavelmente, os dois tinham sido trazidos pelos espanhóis. O nome dela era Maria.
Os testes passaram assim por uma prova crucial.
Dr. Jorge Antonio Escalante Padilla, cirugião oftalmólogo: "é um olho vivo, um íris humano como o de meus pacientes"
Dr. Jorge A. Escalante Padilla, cirugião oftalmólogo: "não é possível que isto exista aqui, mas na córnea vi a figura de um homem barbado"
Incorruptibilidade do manto: a ciência não tem explicações
O Dr. Adolfo Orozco (foto), investigador do Instituto de Geofísica da Universidade Nacional Autonômica do México, assinalou que o extraordinário estado de conservação do manto da Virgem de Guadalupe “está completamente fora de todo tipo de explicação científica”.
Orozco, que também é especialista no manto da Virgem, falou em Phoenix, EUA, no 1º Congresso Internacional Mariano sobre a Virgem de Guadalupe.
O especialista disse que “todos os tecidos similares a do manto que foram colocadas em ambientes úmidos e salinos como o que rodeia a Basílica, não duraram mais de dez anos”.
Em 1789 fora pintada uma cópia a imagem de Guadalupe.
“Essa imagem foi feita com as melhores técnicas de seu tempo, era formosa e estava feita com um tecido bastante similar a do manto original. Além disso, também estava protegida com um vidro desde que foi exposta”, indicou.
Entretanto, “oito anos depois, essa cópia teve que ser desprezada porque estava perdendo as cores e as fibras se estavam rompendo.
Em contraste – acrescentou Orozco – o manto original vem sendo exposto há116 anos sem nenhum tipo de amparo, recebendo todos os raios infravermelhos e ultravioletas de dezenas de milhares de velas que estavam perto dela”.
Uma das características mais interessantes do manto, prosseguiu, "é que a parte de trás do tecido é rugoso e pouco liso; enquanto que a parte de adiante (onde está a imagem de Guadalupe) é 'tão suave como a seda' como assinalavam os pintores e cientistas em 1666; e confirmou quase cem anos depois, em 1751, o pintor mexicano Miguel Cabrera”.
O manto de São João Diego é feito de fibras de agave (da mesma família botânica que produz o sisal e a iúca, foto embaixo).
O Dr. Orozco relatou mais dois fatos sem explicação científica ligados à conservação da imagem.
O primeiro ocorreu em 1785 quando um trabalhador acidentalmente derramou um líquido que continha um 50% de ácido nítrico na parte direita do tecido.
“Está fora do entendimento natural o fato que o ácido não tenha destruído a malha; e que ademais não danificasse as partes coloridas da imagem”, precisou.
Agave: de um pé semelhante ao da foto foi tirada a fibra do manto de São João Diego |
Entretanto, explicou o perito, “nem o manto nem o vidro comum que a protege foram danificados ou quebrados”. O único afetado foi um Cristo de ferro que terminou dobrado.
“Não há explicação para o fato que as ondas expansivas que romperam os vidros a 150 metros ao seu redor não destruíram o que cobria a manto.
“Alguns dizem que o Filho, com o crucifixo que sim foi afetado, protegeu a imagem de Sua Mãe. O certo é que não temos uma explicação natural para essa ocorrência”, concluiu.
São João Diego, vidente de Guadalupe,
foi príncipe de sangue real?
foi príncipe de sangue real?
Nossa Senhora de Guadalupe apareceu ao índio São João Diego pela primeira vez em 9 de Dezembro de 1531.
A terceira e última aparição aconteceu em 12 de dezembro do mesmo ano.
Embora São João Diego tenha um papel tão importante na história das Américas, pouco se fala da pessoa dele.
E, ouvindo se tratar de um índio, acredita-se geralmente que ele não tem história conhecida, salvo o fato da aparição.
Entretanto os estudos históricos e sociológicos mais abalizados mostram que São João Diego não foi um índio comum: ele foi príncipe e de família real.
Esse rango principesco de São João Diego contribuiu poderosamente para o batismo em massa de milhões de mexicanos.
“Nos dez anos anteriores à aparição, os missionários e os franciscanos converteram ao catolicismo entre 250 e 300 mil indígenas no México, enquanto que após o milagre de Guadalupe acontecido em 1531, em apenas 7 anos converteram-se 8 milhões de pessoas”, explicou o Padre José Fortunato Alvarez, secretário chanceler do Bispado de Mexicali.
Por parte de pai, São João Diego foi neto de Netzahualcóyotl (1402-1472), rei de Tezcoco.
Netzahualcóyotl ficou conhecido como o “rei poeta” e é considerado “o monarca mais distinto do Antigo México, suas ideias e forma de governo foram de um humanismo notável e diferente da ideologia reinante”.
O rei Netzahualcóyotl escreveu poesias nas quais se reflete um espírito não-batizado que intui a existência de um único Deus, criador de todas as coisas e ao qual se deve todo o culto. Neste sentido, destoa da vulgar idolatria que grassava entre os astecas.
Eis um de seus poemas:
Em nenhum lugar habita o Criador.
É invocado em todas as partes,
Em todas as partes se anseia por ele,
E se busca o seu nome, a sua glória
Sobre a terra.
Ele é o Criador de tudo.
É invocado em todas as partes,
Em todas as partes se anseia por ele,
E se busca o seu nome, a sua glória
Sobre a terra.
Ninguém, realmente,
Ninguém pode ser amigo
Do Senhor da Vida.
É invocado, somente:
Com ele, apenas, e junto a ele
É que se vive sobre a terra.
Quem o encontra, o conhece, e se deleita com ele.
É invocado somente:
Com ele, apenas, e junto a ele
É que se vive sobre a terra.
Fonte: “Dezoito cantos nahuatl”, de Marcos Caroli Rezende, Editora da UFSC
Por parte de mãe, o príncipe São João Diego descia por linha direta de Moctezuma Ilhuicamina, quinto rei asteca.
O santo nasceu em 1474, no local hoje conhecido como Santa Clara Coatitle, Cuauhtitlan (México). Seu nome pagão foi Cuautlizatzin Ixlilxóchitl que significa “aquele que fala como águia”.
Era um rico senhor de terras, instruído no sacerdócio e na arte da guerra. Segundo a “Genealogía del beato João Diego”, “enquanto nobre poderoso, João Diego governou os cacicazgos de San João Ixhuatepec, Atzacoalco e Tepetlaoztoc”. (Horacio Sentíes y Mons. E. Roberto Salazar , “Genealogía de João Diego”, ed. Tradición, México, 1998, 120 págs.)
Quando pagão, ele teve duas mulheres simultaneamente, Beatriz e Maria Lúcia. Com a primeira teve três filhos, e com a segunda duas filhas. Quando se converteu ao catolicismo optou por viver só com Maria Lúcia.
Era viúvo quando Nossa Senhora lhe apareceu.
A malha da “tilma” (poncho) onde ficou impressa milagrosamente a imagem de Nossa Senhora de Guadalupe é típica da classe dos nobres.
Incontáveis provas
Estas conclusões são oficiais e constam na biografia definitiva de João Diego que faz parte do processo histórico-canônico que precede a canonização. Dita biografia foi entregue pessoalmente a S.S. João Paulo II pelo postulador da causa Monsenhor Enrique Salazar y Salazar.
Segundo o Padre José Fortunato Alvarez, secretário e chanceler do bispado de Mexicali, em outubro do ano 2000 foram consignados à Santa Sé mais de 500 documentos probatórios da existência de João Diego.
Além do mais foram localizados mais de 100 de seus descendentes diretos. Estes vivem em quatro cidadinhas no nordeste da Cidade de México.
No fim de sua vida o santo príncipe fez vida de ermitão cuidando da primeira capelinha dedicada à milagrosa imagem da Virgem de Guadalupe.
Perdeu-se a lembrança do posicionamento exato desta primitiva ermida, pois foram construídos vários templos sucessivos sobre o mesmo local.
O esforço para provar a existência do santo ligado à Virgem de Guadalupe permitiu recuperar a localização precisa.
As escavações arqueológicas nos locais onde viveu São João Diego detectaram uma casa indígena pré-hispânica colada a uma capelinha.
Vários documentos apontam o local como sendo o da ermida.
Na vizinha catedral de Cuauhtitlán foram re-exumados registros paroquiais que iniciam no ano 1587 e confirmam a tradição.
Os arqueólogos julgam que o local da ermida só se explica em função da aparição de Nossa Senhora de Guadalupe e os fatos subsequentes.
Monsenhor Enrique Salazar y Salazar e as antropólogas Asunción García Samper e Rossana Enríquez Arguello publicaram o livro “El Mensajero de La Virgen” onde apresentam as principais provas da vida de João Diego.
Nele reproduzem documentos originais na língua indígena náhuatl e em espanhol, fotografias, textos e gráficos incontestáveis.
Polêmica exigiu um trabalho científico especial
Esta biografia oficial exigiu um esforço especial porque algumas personalidades eclesiásticas negavam cruamente que o Santo tivesse existido.
Foram sumamente inverídicas as declarações do próprio abade da basílica de Nossa Senhora de Guadalupe, Mons. Guillermo Schulenburg Prado.
Em 24 de maio de 1996 ele defendeu que João Diego não existiu e que sua vida é mera lenda ou invenção popular.
Ecoaram essa opinião outros ativistas “progressistas” tendência que semeia confusão na Igreja, e contesta as devoções tradicionais aos santos, as procissões, a disciplina e os dogmas da Igreja.
A Santa Sé criou em 1998 uma comissão especial, dirigida pelo padre Fidel González Fernández, professor de História eclesiástica nas Universidades Urbaniana e Gregoriana ‒ trata-se de duas das máximas universidades eclesiásticas de Roma – para esclarecer o caso.
Assim a contestação deu margem a uma investigação muito mais aprofundada que reuniu uma formidável massa de provas e afastou toda dúvida.
Os opositores liderados pelo monsenhor Schulenburg escreveram à Santa Sé ainda uma carta de oposição a esses trabalhos históricos. Porém, não adiantou de nada.
S.S. João Paulo II assinou em 20 de dezembro de 2001, o decreto reconhecendo uma cura milagrosa atribuída à intercessão de João Diego e em 26 de fevereiro anunciou a canonização do príncipe indígena.
A aparição milagrosa de Guadalupe, em língua asteca, 1649. |
Eles reuniram grande variedade de fontes escritas, orais, arqueológicas, de origem indígena, espanhola ou mestiça.
Um dos especialistas, o Pe Fidel González, sublinhou a importância do códice em língua asteca “Nican Mopohua” que recolhe “de maneira literária mas também histórica” a intervenção de Nossa Senhora de Guadalupe. Trata-se da principal fonte documental indígena.
Mas há outras fontes que depõem no mesmo sentido como o “Inin Huey Tlamahuizoltica” (foto ao lado), o “mapa de Alva Ixtlixóchitl”, o “Inin Huey Tlamahulzoltzin”, o testamento de Francisco Verdugo, o “Códice Florentino”, o testemunho de Fernando de Alva, e o “Códice Escalada”, recentemente descoberto contendo um “atestado de óbito” do Santo príncipe.
Já os documentos espanhóis são mais numerosos e autorizados.
O mais antigo é do segundo arcebispo de México, D. Alonso de Montúfar (1554-1573).
Os Papas, desde Gregório XIII (1572-1583), concederam indulgências e privilégios à ermida.
A antropóloga Asunción García Samper, chefe de uma equipe do Instituto Nacional de Antropologia e Historia e do Centro de Estudos Guadalupanos do México, reconstituiu a árvore genealógica do santo até o ano 100 d.C., identificando 900 ancestrais do santo.
Nossa Senhora de Guadalupe e São João Diego:
diálogo de rainha com cortesão
diálogo de rainha com cortesão
Nossa Senhora de Guadalupe apareceu em 9 de Dezembro de 1531 ao príncipe São João Diego (1474-1548) no morro Tepeyac, onde se ergue hoje a “Capilla del Cerrito”.
A Virgem falou na língua dele, o náhuatl. O nobre indígena tinha então 57 anos e já estava batizado.
Após as aparições foi construída ao pé do morro a primeira capela consagrada a Nossa Senhora.
No mesmo dia que a milagrosa imagem foi nela instalada, o santo foi viver com licença do bispo num quartinho ou ermida, colado na capela.
Ele cuidava da capela e ensinava ao povo o conteúdo e significado das aparições. Ele ficava longos momentos rezando diante da Santa Imagem.
Tinha licença do bispo para comungar três vezes por semana. Naquela época semelhante autorização era excepcional e só concedida a pessoas de avançada virtude.
O nobre São João Diego destacava-se pelo jejum e mortificação, e recebia os peregrinos com grade amabilidade. Ele usava o hábito dos terceiros franciscanos
O povo tinha-o em fama de santidade. Índios e espanhóis iam lhe pedir milagres. Ainda hoje, alguns pais de família na hora de dar a bênção a seus filhos dizem: “que Deus te faça como João Diego”.
Faleceu em 3 de Junho de 1548, com 74 anos de idade e foi sepultado naquela primeira ermida. No século XX durante as perseguições anticatólicas, após um atentado, os “cristeros” mudaram seus restos para evitar profanações.
Nossa Senhora tratou São João Diego como a um filho de uma estirpe nobiliárquica que está desaparecendo, mas tem uma alma pura e simples.
Ela o tratou com um carinho extraordinário, quase como a uma criança. O relato da conversa tem um sabor extraordinário.
Nela vê-se a predileção que Nossa Senhora tem pelas almas grandes, heroicas, que marcam as vidas dos povos e das civilizações. Mas também, como Ela ama as almas simples, pequenas, inteiramente voltadas para Ela e que ignoram a sua própria virtude.
O príncipe indígena sem ter recebido educação nenhuma no sentido ocidental e cristão, falou para Nossa Senhora como um verdadeiro cortesão. E Nossa Senhora de Guadalupe soube encontrar para ele fórmulas que têm fidalguia, delicadeza e diplomacia.
Eis o diálogo entre Nossa Senhora de Guadalupe e o vidente São João Diego, transcrito por Edésia Aducci no livro “Maria e Seus títulos gloriosos”:
Na primeira aparição, Nossa Senhora, falando no idioma indígena, dirige-se a João Diego: “Meu filho, a quem amo ternamente, como a um filho pequenino e delicado, aonde vais?”
‒ “Vou, nobre Senhora minha, à cidade, ao bairro de Tlaltelolco, ouvir a santa missa que nos celebra o ministro de Deus e súdito seu”.
‒ “Fica sabendo, filho muito querido, que eu sou a sempre Virgem Maria, Mãe do verdadeiro Deus, e é meu desejo que me erijam um templo neste lugar, de onde, como Mãe piedosa tua e de teus semelhantes, mostrarei minha clemência amorosa e a compaixão que tenho dos naturais e daqueles que me amam e procuram; ouvirei seus rogos e súplicas, para dar-lhes consolo e alívio.
“E, para que se realize a minha vontade, hás de ir à cidade do México, dirigindo-te ao palácio do bispo que ali reside, ao qual dirás que eu te envio e que é vontade minha que me edifique um templo neste lugar.
“Referirás quanto viste e ouviste; eu te agradecerei o que por mim fizeres a este respeito, te darei prestígio e te exaltarei”.
‒ “Já vou, nobilíssima Senhora minha, executar as tuas ordens, como humilde servo teu”.
Segunda aparição: João Diego volta do palácio do bispo, no mesmo dia, à tarde. A Santíssima Virgem o esperava.
Segunda aparição:
‒ “Minha muito querida Rainha e altíssima Senhora, fiz o que me mandaste, e, ainda que não pudesse entrar a falar com o senhor bispo senão depois de muito tempo, comuniquei-lhe a tua mensagem, conforme me ordenaste.
“Ouviu-me afavelmente e com atenção; mas, pelo seu modo e pelas perguntas que me fez, entendi que não me havia dado crédito.
“Portanto, te peço que encarregues disso uma pessoa nobre e de importância, digna de respeito, e em quem se possa acreditar; perdoa, minha Rainha, o meu atrevimento, se me afastei do respeito devido à tua grandeza; que eu não tenha merecido tua indignação, nem te haja desagradado minha resposta”.
“A Santíssima Virgem insiste com João Diego. Este volta ao bispo e este exige um sinal da aparição.
“Volta o índio e Nossa Senhora manda que volte no dia seguinte, ao mesmo local, que Ela satisfaria o desejo do bispo.
“Mas João Diego, precisando chamar o sacerdote para seu tio, que adoecera gravemente, e desvia-se do caminho combinado, certo que a Santíssima Virgem não o veria.
Mas eis que Nossa Senhora aparece-lhe noutro local. “Aonde vais, meu filho, e por que tomaste este caminho?”
João Diego: “Minha muito amada Senhora, Deus te guarde! Como amanheceste? Estás com saúde?... Não te agastes com o que te vou dizer: está enfermo um servo teu, meu tio, e eu vou depressa à igreja de Tlaltelolco, para trazer um sacerdote para confessá-lo e ungi-lo, e, depois de feita esta diligência, voltarei a este lugar, para obedecer à tua ordem. Perdoa-me, peço-te Senhora minha, e tem um pouco de paciência, que amanhã voltarei sem falta”.
“Nossa Senhora ordenou-lhe colher flores para o bispo. Embora fosse um local ermo e pedregoso, num dia de inverno, São João Diego subiu fielmente ao morro e ali achou roseiras em plena formação. Ele as colheu na sua “tilma” ou “ayate” (espécie de poncho de fibra vegetal) e as levou para o bispo.
“Quando abriu a “tilma” as rosas caíram, e o bispo Zumárraga e todos os presentes ficaram atônitos. Do pasmo passaram para a emoção vendo que na humilde “tilma” estava impressa uma imagem da Santíssima Virgem, mestiça e de indescritível beleza. Então todos caíram de joelhos...”
Cultos originários indígenas sacrificavam crianças a deuses da Terra
Sacrifício Chimú de crianças. Reconstituição pelos arqueólogos Gabriel Prieto da Universidade Nacional de Trujillo; John W. Verano, Universidade de Tulane; Nicolas Goepfert, CNRS; Anne Pollard Rowe. |
Sem ser esse o objetivo dos cientistas, acabaram puxando o fulcro das atenções para uma das frases mais polêmicas das Sagradas Escrituras, confirmando-a.
Com efeito, quando elas se referem aos pagãos e a seus deuses, fazem-no com horror e execração. O Salmo 95 reza “todos os deuses dos gentios são demônios” (“Omnes dii gentium, daemonia”) (Salmo 95, 5).
Em numerosas passagens bíblicas, vemos os profetas e os representantes de Deus destruindo dos ídolos e os condenando ardendo de zelo pelo único Criador merecedor da única adoração.
Os crimes e os costumes depravados associados ao culto dos ídolos são também condenados com horror. Mas não faltou quem julgasse exageradas essas atitudes dos profetas e dos autores sagrados.
As ciências que investigam a Antiguidade, estudam particularmente as civilizações pagãs idolátricas que interferem na História do povo eleito, e tentam desviá-lo de sua vocação.
Elas fornecem em continuidade provas da perversão dos ídolos, tidos como deuses, que cultuavam os gentios e patenteiam seu demonismo.
Alguns dos corpos das crianças chacinadas pelo culto Chimú em Huanchaco. |
Exemplo recente disso foi a macabra descoberta dos corpos de 227 vítimas de entre 5 e 14 anos perto da cidade costeira de Huanchaco, 570 km ao norte de Lima.
Como disseram os arqueólogos à agência de notícias AFP, alguns dos corpos ainda tinham cabelos e pele no momento em que foram desenterrados.
Embora não esteja claro em que ano eles foram objeto do holocausto, os especialistas acreditam que as crianças foram sacrificadas há mais de 500 anos.
A descoberta ocorre apenas um ano depois que os restos de 200 crianças vítimas de sacrifício humano foram achados em outros dois locais no Peru.
Segundo a investigação, os corpos das crianças mostram sinais de terem sido executadas durante o clima úmido e enterradas olhando para o mar.
Isso significa que provavelmente elas foram sacrificadas para apaziguar as forças da natureza, cultuadas torpemente como divinas pela “cultura” Chimú.
Faca sacrifical Chimú, Metropolitan Museum of Art, NYC |
Eles alcançaram destaque entre os anos 1200 e 1400, antes de serem subjugados pelos incas.
Estes, por sua vez, foram apaziguados e evangelizados pelos espanhóis católicos, conversão que acabou com esses cruéis rituais.
A civilização Chimú adorava um deus da lua chamado Shi, que ao contrário dos incas, acreditavam que fosse mais poderoso que o sol.
Os devotos ofereciam regularmente sacrifícios humanos e outras ofertas perversas durante rituais espirituais.
Essa mística religiosa “originária”, com múltiplas variantes mais ou menos lendárias, aparece no cerne de muitas superstições indígenas na América e está no âmago da crença na Pachamama, cultuada nos jardins do Vaticano em concomitância com o Sínodo Pan-amazônico.
Na medula dessa crença demoníaca houve um deus primigênio – que recebe vários nomes: “deus vermelho”, “Shi” e outros –, que foi enxotado para as profundidades da terra por um deus branco, o sol.
Esse “deus vermelho” tem momentos em que está próximo de sair de sua prisão infernal. Seus adoradores então devem praticar cultos perversos para ajudá-lo a se libertar.
Esse é o poder que está no centro da terra, e a energia que palpita na Pachamama (“Mãe Terra”). Uma espécie de teologia da libertação demoníaca que evoca certas doutrinas invocadas no Sínodo Pan-amazônico.
O trabalho de escavação dos arqueólogos continua no local do enterro em massa, porque, como eles apontaram, mais corpos ainda podem ser descobertos.
“Este é o maior local onde foram encontrados restos de crianças sacrificadas. Não há outro igual em nenhum outro lugar do mundo.
“É incontrolável, onde quer que você cave, há outro (corpo)”, disse o arqueólogo-chefe Feren Castillo da Universidade Nacional de Trujillo ao jornal inglês.
Igreja de São Pedro, em Andahuaylillas, Peru, com forte contributo de indígenaa cristianizados, patenteia o resgate moral feito pela civilização católica. |
Segundo “The Guardian”, o arqueólogo Feren Castillo explicou que as crianças sacrificadas para apaziguar a natureza, ou Pachamama, em verdade visavam o fenômeno El Niño que esses índios supersticiosos e sádicos desconheciam.
Por isso os sinais da morte sacrifical apontam tempo chuvoso, e as vítimas estão enterradas voltadas para o mar.
Algumas exibiam brincos de prata, afastando a ideia de serem cativas e sugerindo que foram mortas com anuência de pais ricos.
Os arqueólogos encontraram os primeiros corpos de crianças a curta distância no bairro de Pampa la Cruz, em junho de 2018, desenterrando 56 esqueletos.
Em Huanchaquito, no mês de abril de 2018, apareceram os restos de 140 crianças sacrificadas e 200 lhamas, animais oferecidos aos Andes.
Os esqueletos continham lesões no osso esterno, provavelmente feitas por uma faca cerimonial. As costelas deslocadas sugerem que o sacerdote tentou extrair o coração palpitante das crianças.
Casamento de Martín García de Loyola (descendente indireto de Santo Inácio) e Beatriz Clara Coya (da família real dos Incas). A evangelização uniu os povos. Igreja da Compania, Cuzco, século XVII. |
Os resultados foram publicados pela National Geographic, apontou “The Guardian”.
A civilização Chimú desapareceu em 1475, conquistada pelo império Inca, que por sua vez foi felizmente suprimido com suas arrepiantes práticas pela difusão do Evangelho e da doce lei de Cristo trazida pelos conquistadores espanhóis.
Jeffrey Quilter, diretor do Museu Peabody de Arqueologia e Etnologia da Universidade de Harvard, constatou que o site fornece “evidências concretas” de que sacrifícios em larga escala de crianças ocorriam no Peru e faziam parte das “culturas originárias”.
“Relatos de grandes sacrifícios são conhecidos em outras partes do mundo, mas é difícil saber se os números são exagerados ou não”, disse Quilter, que lidera a equipe de cientistas que analisará amostras de DNA dos restos das crianças.
Várias culturas antigas nas Américas, incluindo os maias, astecas e incas, praticavam sacrifícios humanos, mas o sacrifício em massa de crianças até o presente raramente havia sido tão bem documentado.
É um dos aspectos mais horríveis do paganismo embebido de satanismo.
Uma perversa “lenda negra” ainda procura dar a impressão contrária: a de maravilhosas culturas esmagadas por europeus católicos ávidos de ouro e escravos.
Na América do Norte são ainda mais numerosas as descobertas que vem sendo feitas há décadas, como por exemplo documentou em 2006 a The History News Network, e nos mesmos termos mais recentemente The Daily Mail.
Arqueólogos desenterraram perto da cidade do México os restos de aproximadamente 550 pessoas sacrificadas ritualmente.
Com esse massacre oferecido pelos sacerdotes astecas, os adoradores pagãos das forças da Terra achavam que deteriam a chegada dos evangelizadores e espanhóis em 1519.
As vítimas foram guardadas em gaiolas durante meses, tiveram os corações arrancados, os ossos foram fervidos e os crânios escalpelados.
Nossa Senhora de Guadalupe apareceu a São João Diego e conquistou o coração dos americanos. Assim, a Mãe de Deus exorcizou esses corações, malgrado as insistências diabólicas sempre ativas. |
Esses sacrifícios coletivos eram comuns entre índios antes da evangelização das Américas.
Apesar disso, a neomissiologia comuno-progressista pretende que a cultura indígena é a boa, e que os males começaram com a ação evangelizadora dos missionários católicos, após a descoberta do continente americano.
A descoberta reforça a convicção no acerto da Igreja enviando os missionários que tiraram América do paganismo, da barbárie, ignorância e cruel selvageria em que jaziam seus habitantes indígenas.
Agradeçamos sempre a Nossa Senhora e à Santa Igreja Católica que nos trouxeram Jesus Cristo e a civilização cristã.
Pirâmides macabras no México
e o juízo bíblico dos deuses pagãos: “são demônios”
e o juízo bíblico dos deuses pagãos: “são demônios”
Máscara de Tezcatlipoca, o cruel deus que habitaria na Mãe Terra, algo vagamente comparável à divindade Pachamama ou à deusa Gaia de recente invenção ecologista. Museu Britânico |
Alguns até os elevam a patrimônio da humanidade, a ser preservado sem influência da civilização, a fim de exibirem seu modelo de vida ao homem moderno em crise.
Eles teriam vivido nus em um sistema perfeito, tendo a mata como único teto antes da chegada de missionários e civilizadores.
Mas isso é bem assim?
As Sagradas Escrituras, quando se referem aos pagãos e a seus deuses, fazem-no com horror e execração. O Salmo 95 reza “todos os deuses dos gentios são demônios” (“Omnes dii gentium, daemonia”) (Salmo 95, 5).
Recentes trabalhos de brigadas de arqueólogos na Cidade do México fornecem dados palpáveis, gigantes e irretorquíveis para responder à questão.
O caso começa com o cronista espanhol Francisco López de Gómara (nascido em 1511), que deixou um frio e apavorante relato sobre o que encontrou no México. Recentemente foi referido pelo jornal espanhol “ABC”.
Ele descreve um sinistro monumento que os companheiros do conquistador Hernán Cortés viram em Tenochtitlán, a capital do império asteca.
Uma fabulosa pirâmide, cuja estrutura era constituída por cento e trinta mil crânios atravessados por ripas.
Em apoio ao aterrorizante relato, o cronista cita seus companheiros Andrés de Tapia e Gonzalo de Umbría que também viram a tétrica construção e a referiram.
O nome do macabro prédio é tzompantli. Acredita-se que as vítimas que serviram de ‘tijolos’ teriam sido inimigos sacrificados e oferecidos à glória dos deuses.
Antiga crônica espanhola descreve o diabólico templo |
A explicação do cronista está no capítulo 106 de sua “Historia de las conquistas de Hernando Cortés”:
“Do lado de fora do templo, diante da porta principal, havia um ossário de cabeças de homens presos na guerra e sacrificados com faca. (...) no qual estavam inseridas entre pedra e pedra as caveiras com os dentes para o lado de fora”.
Segundo a crônica, o perverso monumento era completado por duas torres cheias de cabeças, cujas colunas haviam sido feitas com cal e restos humanos.
A maioria dos historiadores advogava com uma ponta de condescendência que nesse tipo de mausoléu os índios astecas só empregavam restos de homens mortos na guerra.
Porém, as investigações ainda em andamento sobre os ossos recuperados apontam que foram sacrificadas também mulheres e crianças.
Um desses macabros ossários foi descoberto em 2015 perto do “Templo Mayor”, um dos mais destacados da antiga Tenochtitlán, hoje Cidade de México, onde foram contados 657 crânios, muitos dos quais de crianças e mulheres.
Rodrigo Bolaños, um dos antropólogos a cargo da investigação, não sai de seu espanto.
Na base das pirâmides macabras encontra-se um altar, cuja função era meramente ritual e de culto: nele eram mortas as vítimas que “ornavam” as repugnantes construções.
Esses se encontram hoje embaixo da terra, pois a Cidade do México cristã foi construída sobre a cidade pagã.
Sacrifício incruento da Santa Missa: o culto verdadeiro a Deus na Igreja verdadeira colide com os ritos pagãos de inspiração demoníaca |
Nessa magnífica catedral católica se celebra desde o primeiro momento a renovação incruenta do sacrifício da Cruz para redimir os homens e livrá-los do poder de Satanás, a quem podem facilmente escravizar-se sem o auxílio da graça.
Duas concepções visceralmente antagônicas: a católica e a pagã.
Porém, essa escavação ainda não conseguiu chegar até a base do tzompantli, que parece ser o maior dos obeliscos de culto.
Segundo a historiadora e investigadora Emilie Carreón Blaine, autora de dossiês científicos como “Tzompantli, forca e pelourinho”, o termo asteca vem sendo traduzido como “andaime de crânios”, “altar de crânios”, “enfileiramento de cabeças” ou “plataforma de caveiras”.
O tzompantli estava montado em função do altar de pedra, que segundo o arqueólogo Robert H. Cobean podia ter “mais de 50 metros de cumprimento”, incluindo uma escadaria central.
Na sua parte mais alta havia um andaime de madeira onde se penduravam os crânios que acabavam de ser perfurados ou as cabeças dos humanos sacrificados perpassadas por ripas ou estreitos postes de madeira.
A dimensão do satânico altar faz pensar num contínuo ou intenso massacre religioso.
Discute-se a finalidade do tzompantli. Sob o influxo das apologias modernas do tribalismo, alguns tentam dizer que tinha um sentido mágico-místico que foi perversamente interpretado pelo catolicismo dos conquistadores espanhóis.
Até chegam a dizer que os astecas rendiam um culto à vida através dessas hecatombes!
Mas para o historiador Agustín García Márquez não há dúvidas que o altar estava consagrado intimamente ao culto da morte. Os cronistas da época testemunham que os indígenas diziam sacrificar neles as vítimas aos deuses.
O tzompantli desenterrado em 2015 era apenas um dos oito instalados dentro do ‘Templo Mayor’ de Tenochtitlán.
O historiador mexicano Alfredo López Austin cita informantes indígenas que o mencionam como sendo “o mais elevado de todos os do local”.
Cada um dos oito locais de sacrifícios humanos estava dedicado a uma deidade concreta, em cujo louvor as cabeças dos sacrificados eram exibidas.
No altar do deus Tezcatlipoca – também chamado “deus do espelho fumegante” –, uma imensa caveira representava a misteriosa e cruel deidade da tentação e da noite.
Estrutura de caveiras do Gran Tzompantli da antiga Tenochtitlán inclui de mulheres e crianças sacrificadas à Mãe Terra. Foto: National Geographic |
O missionário franciscano Bernardino de Sahagún fala em sua crônica Suma indiana de uns desses templos da morte mais importantes que os outros.
“O quadragésimo primeiro prédio se chamava Hueitzompantli e estava em frente do Huitzilopochtili, onde ficavam as cabeças dos cativos ali sacrificados”.
Hoje é mais conhecido como Huytzompantli e nele os rituais e cerimônias aconteciam durante todo o ano.
Esse seria precisamente o local do luciferino monumento – cujo altar tem 34 metros de cumprimento – desvendado em 2015 pelos arqueólogos no centro histórico da Cidade de México.
Uma parte desse altar de 45 centímetros de espessura, 13 metros de cumprimento e seis metros de largura está recoberto com uma massa feita de mandíbulas e fragmentos de crânios.
35 desses podem se contabilizar, mas supõe-se que muitos outros devem ter sido empregados, segundo explicou Raúl Barrera, diretor do Programa de Arqueologia Urbana mexicano.
Até agora não foi desenterrada toda a base do altar, cuja dimensão total ainda é desconhecida. Em qualquer caso, os arqueólogos acham com toda certeza que esse é o Huytzompantli de que falam as antigas crônicas.
As Sagradas Escrituras nos ensinam que “todos os deuses dos pagãos são demônios” (“Omnes dii gentium, daemonia”) (Salmo 95, 5).
As escavações em andamento na Cidade do México nos fornecem mais uma confirmação clamorosa da verdade desse juízo divinamente revelado.
Vídeo: O Huey Tzompantli do Templo Mor de Tenochtitlan descrito pelo Instituto Nacional de Antropología e História do México
Contraste ovante com a Missa católica (em rito dominicano, privilégio dessa ordem)
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