segunda-feira, 9 de junho de 2014

A ciência se depara face a face com Deus,
após séculos de cientificismo antirreligioso

Embaixo: o Atacama Large Millimeter-submillimeter Array (ALMA), maior telescópio da Terra.
Fundo: galaxia Andrómeda, a mais parecida à nossa, a Via Láctea.
Desde o Iluminismo – para fixarmos uma referência – um viés cientificista veio insistindo na ideia de que, à medida em que a ciência fosse se desenvolvendo, tornar-se-ia evidente que a existência de Deus é uma crendice para encobrir uma vergonhosa ignorância.

E a ciência progrediu. A cada descoberta relevante e a cada nova teoria – algumas das quais se demonstraram falsas depois – esse espírito iluminista, revolucionário, anticatólico e ateu cantava vitória. Afinal, diziam, a religião ficou dessueta!

Ainda hoje se publica farta literatura de botequim repetindo o mesmo ‘disco ralado’. A inexistência de Deus estaria demonstrada, foi descoberta a máquina do Universo que torna desnecessária a divindade, a inteligência é coisa que o computador faz. Não precisamos de um Criador para explicar o Universo!!!

Mas, descartando essa literatura de rodoviária e nos voltando para os cientistas de verdadeira envergadura atuais, verificamos que um a profunda mudança está em curso.

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Arqueologia identifica existência
de 50 personagens do Antigo Testamento

Capa da Biblical Archaeology Review
Capa da Biblical Archaeology Review




Na Biblical Archaeology Review, o acadêmico Lawrence Mykytiuk, professor associado da Universidade Purdue, elaborou uma lista dos personagens históricos do Antigo Testamento que ficaram registrados em documentos arqueológicos.

Trata-se de colunas de pedra, selos de argila, recibos, tabletes ou inscrições funerárias que ainda existem após 2.000 ou 3.000 anos, apesar de guerras, terremotos, depredações e saques.

Mykytiuk constatou que, com os conhecimentos atuais, a partir de provas arqueológicas materiais, se pode demostrar a existência de 50 personagens bíblicos.

Não está excluido, e até parece certo, que trabalhos em andamento venham a demostrar a existência de outros.

Os 50 formam um conjunto mais do que suficiente para reforçar a certeza da veracidade e historicidade do Antigo Testamento.

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Últimos achados astrofísicos
afinam com narração bíblica da Criação

Clem Pryke, Jamie Bock, Chao-Lin Kuo e John Kovacem conferência de imprensa  no Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics in Cambridge, Massachussets
Clem Pryke, Jamie Bock, Chao-Lin Kuo e John Kovac em conferência de imprensa
no Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics in Cambridge, Massachussets

Anunciada nos EUA uma descoberta que é um marco para a astrofísica

Liderados pelo astrônomo John M. Kovac, pesquisadores do Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics, da Universidade de Minnesota, do California Institute of Technology, da Universidade de Stanford e do Jet Propulsion Laboratory da NASA anunciaram a descoberta da “primeira evidência direta” daquilo que os cientistas chamam de “inflação cósmica”.

A expressão indica a teoria segundo a qual, no segundo imediato ao “Big Bang”, o universo expandiu-se a uma velocidade inimaginável. O “Big Bang” (ou “grande explosão”) é a teoria que prevalece na ciência a respeito da origem do mundo, embora com muitas variantes segundo os diversos postuladores.

O novo trabalho também forneceria a primeira demonstração da existência das ondas gravitacionais, ondulações do espaço-tempo, previstas por Albert Einstein, mas nunca antes detectadas.

segunda-feira, 31 de março de 2014

As relíquias na grande estátua
da basílica de São Martinho de Tours

Religiosas mostram o relicário achado na estátua de São Martinho de Tours
Religiosas mostram o relicário achado na estátua de São Martinho de Tours
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs




Há mais de um século, os fiéis de Tours, na França, transmitem de geração em geração a certeza de que o braço erguido da estátua de São Martinho de Tours, apóstolo da nação gaulesa, continha ossos do santo.

São Martinho de Tours nasceu na Panônia (Hungria), por volta de 316 ou 317, e faleceu em Candes, França, em 397.

É um dos maiores santos da Igreja e sua imagem equestre se encontra em inumeráveis templos católicos.

O santo aparece dividindo sua capa de oficial romano com um pobre miserável nu. Na noite seguinte Nosso Senhor Jesus Cristo lhe apareceu vestido com o pedaço de capa que o oficial havia doado.

O fato foi decisivo para a sua conversão e São Martinho acabou sendo bispo de Tours, atraindo para a Igreja uma quantidade prodigiosa de pagãos e fazendo incontáveis milagres.

As relíquias estavam no braço que abençoa, confirmando o que todos acreditavam
As relíquias estavam no braço que abençoa,
confirmando o que todos acreditavam
Ele é chamado de “Pai das Gálias”, pois após sua conversão retirou-se a uma gruta.

Mas ali não demorou muito, porque foi chamado a ser bispo da região central da província romana que depois foi batizada como França.

Em torno de sua pessoa se reuniram muitos convertidos ao catolicismo que imitavam sua vida exemplar.

Ele instituiu a primeira escola e transformou o local – que hoje é a cidade de Tours – no grande centro de irradiação do cristianismo na atual França.

Seu túmulo e a capa do milagre foram visitados pelo rei pagão Clóvis.

Esse rei estava agoniado pela perspectiva da batalha de Tolbiac contra a temível horda também pagã dos alamanes (ano 496).

Tours: interior da basílica
Tours: interior da basílica
Sobre o túmulo do santo, Clóvis prometeu se converter ao “Deus de (Santa) Clotilde”, sua mulher católica, se obtinha a vitória.

Clóvis venceu miraculosamente e foi batizado junto com 3.000 de seus soldados no Natal do mesmo ano por São Remígio, em Reims.

Foi o nascimento da França, a primeira nação cristã da Europa.

Tours: exterior da basílica de São Martinho
Tours: exterior da basílica de São Martinho
São Martinho de Tours foi de tal maneira cultuado, que o templo onde se venerava sua capa recebeu o nome de “capela”, palavra hoje largamente generalizada.

A família real francesa recebeu o nome de “Capeto” por ter recebido, há mais de um milênio, um pedaço dessa célebre relíquia, outorgada pelo capítulo de religiosos da cidade.

Essa doação pesou decisivamente no fato da família ser escolhida para reinar na França. Reinado esse que durou até Luis XVI, e com intermitências até a queda de Luiz Felipe em 1848.

O santuário ficou tão famoso, rico e importante, que para os bárbaros invasores saqueá-lo era o máximo objetivo no território francês.

Por isso mesmo, a cidade se encheu de muros e torres militares defensivas. De ali provém o nome da cidade “Tours” = Torres.

São Martinho de Tours é padroeiro de cidades tão diversas como Buenos Aires, Mainz, Utrecht, Rivière-au-Renard e Lucca. Quatro mil igrejas lhe estão dedicadas no mundo.

São Martinho de Tours divide sua capa com o pobre,
que resultaria ser Jesus Cristo. Museu de Cluny, Paris
Ele é também padroeiro dos curtidores, alfaiates, peleteiros, soldados, cavaleiros, restauradores (hotéis, pensões, restaurantes), produtores de vinho, e, obviamente, dos mendigos.

Seu santuário principal, onde se encontra seu túmulo fica na cidade de Tours, na região do Loire.

No século XIX, um piedoso levantamento de fundos permitiu construir uma bela basílica inteiramente nova.

A primitiva basílica foi devastada pelos protestantes que também arrasaram muros e torres.

Posteriormente, em continuidade com o espírito protestante, a Revolução Francesa demoliu a basílica restaurada e fez passar uma rua por cima do túmulo do padroeiro nacional, a fim de garantir que ele fosse esquecido definitivamente.

No século XIX, Leão Papin-Dupont (1797-1876), aristocrata francês conhecido como “o santo homem de Tours”, promoveu na França cruzadas de reparação pelas blasfêmias.

Entre elas figura a construção da atual basílica que guarda o túmulo de São Martinho de Tours.

A tradição oral dos habitantes de Tours e dos devotos do grande santo sempre afirmou que no braço da grande estátua que abençoa a França do alto da cúpula da basílica havia guardadas relíquias de São Martinho.

Porém, as tendências decadentes e dessacralizantes dos tempos modernos se aprazem em contestar ou fingir ignorar tudo o que diga respeito ao sobrenatural, aos santos, seus milagres e veneráveis relíquias.

O relicário com o selo episcopal que garante a autenticidade
O relicário com o selo episcopal que garante a autenticidade
Essa tendência, presente em certo clero e fiéis modernizados, também dizia não saber nada do que todos sabiam sobre as relíquias do santo.

Agora a confusão acabou sendo dissipada ao se confirmar que a tradição oral tinha razão: os ossos estavam ali espargindo sua bênção sobre o mundo.

Na segunda-feira, 17 de fevereiro deste ano (2014), um impressionante dispositivo de guindastes foi instalado em volta da basílica para descer a grande estátua.

A obra visava restaurar seu pedestal, que precisava de manutenção e reparos.

Na ocasião, aconteceu o gaudioso achado: os ossos do primeiro bispo de Tours estavam ali.

Após a descida da estátua de bronze – de quatro metros de altura e de mais de duas toneladas de peso –, os funcionários da Prefeitura descobriram uma caixa de madeira no seu braço direito, o mesmo que abençoa.

Dentro dessa caixa havia ainda outra, feita de chumbo e fechada com um selo de cera vermelha e o sigilo de um bispo que autentificava a relíquia.

A imagem removida para restauração. O braço direito continha as relíquias
A imagem removida para restauração.
O braço direito continha as relíquias
Tendo sido aberto, encontrou-se um fragmento de osso. A multidão acompanhou os trabalhos que duraram algumas horas, e não ocultou sua emoção, segundo informou France Info.

A relíquia de São Martinho encontrava-se entre flores – obviamente já secas – e vinha acompanhada de mais três relicários com ossos de três outros bispos santos de Tours: São Gregório, São Brice e São Perpétuo, sucessores do Santo.

A autenticidade das relíquias foi confirmada por Jean-Luc Porhel, conservador-chefe do patrimônio histórico de Tours.

Após as obras de restauração da cúpula e do pedestal, a estátua de bronze com suas relíquias será reposta em seu lugar em 2016.

Nesse ano haverá um jubileu do grande Santo “Pai da Gália” e da França por ocasião dos 1.700 anos de seu nascimento.


terça-feira, 11 de março de 2014

Reconhecidos os ossos do “Pai da Europa”: Carlos Magno

Carlos Magno: busto relicário em Aachen, Alemanha
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs








Cientistas alemães anunciaram que, após quase 26 anos de pesquisa, os ossos contidos há séculos em preciosas urnas e relicários da catedral de Aachen, podem ser tidos com grande certeza como os próprios de Carlos Magno, informou The Local, jornal com noticias em inglês editado na Alemanha.

Os estudos científicos e suas conclusões foram apresentados no dia 28 de janeiro de 2014, 1.200º aniversário da morte do grande imperador.

Os cientistas contabilizaram 94 ossos e fragmentos nos relicários do Rei dos Francos, coroado Imperador do Sacro Império Romano Alemão pelo Papa São Leão III.

Carlos Magno tem direito a culto como bem-aventurado em numerosas dioceses da França, Alemanha e Bélgica, com Missa especial e orações próprias.

Imagens do Beato Carlos Magno são cultuadas em igrejas e catedrais dessas dioceses.

O busto relicário contém parte da calota craniana de Carlos Magno
Em 1988, a equipe abriu o sarcófago principal exposto ao culto na Catedral de Aachen.

Porém, os cientistas agiram em segredo, pois se trata de um personagem altamente polêmico, com furiosos inimigos anticristãos. Os resultados do estudo só agora se tornaram públicos.

O professor Frank Rühli, chefe do Centro de Medicina Evolutiva da Universidade de Zurique, Suíça, um dos cientistas responsáveis pelo trabalho, declarou:

“Em virtude dos resultados obtidos desde 1988 até o presente, podemos dizer com grande probabilidade que se trata do esqueleto de Carlos Magno”.

Estudando as dimensões dos restos, os cientistas puderam construir a imagem do homem enterrado em Aachen. Essa imagem bate de modo impressionante com as descrições dos cronistas que conheceram o imperador no fim de sua longa vida.

O prof. Frank Rühli, chefe do Centro de Medicina Evolutiva da Universidade de Zurich,
e colegas analisam a tíbia esquerda de Carlos Magno
Segundo os especialistas, os ossos pertencem a um homem alto, magro e idoso.

Sua altura seria de 1,84 metros (seis pés), o que quer dizer que ele era inusualmente elevado para sua época.

A equipe calculou que pesava 78 quilos, dando a ele um corpo esbelto e um índice de massa corpórea por volta de 23.

Esta figura corresponde ao relato do biógrafo francês e contemporâneo do imperador, frei Eginhard (770-840).

O frade relata que Carlos Magno mancava no fim da vida e os cientistas encontraram nas rótulas dos dois joelhos e num calcanhar sinais de feridas que causariam essa manqueira.

Não foi possível verificar se o Imperador morreu de pneumonia, como alguns supunham, pois não foi identificado nenhum sinal nesse sentido.

As análises cientificas correspondem à descrição do imperador no fim de sua vida
A maior parte dos ossos estava no requintado féretro venerado na catedral imperial de Aachen (Aquisgrão em português e Aix-la-Chapelle em francês), na Alemanha.

Algumas partes da calota craniana se encontravam no famosíssimo busto-relicário, também conservado em Aachen.

Supõe-se que a ausência de alguns ossos se deve ao fato de que foram doados a outras catedrais e igrejas para receberem culto oficial católico.

O Beato Carlos Magno reinou como Rei dos Francos desde o ano 768 sobre territórios que hoje fazem parte da França, da Alemanha e da Itália.

Coroado imperador pelo Papa São Leão III no Natal do ano 800, ele estendeu o domínio imperial da Cruz até a Espanha, no oeste, e até as fronteiras da Alemanha no sul e no leste.

Sua obra civilizadora e ordenadora do caos medieval lhe valeu o reconhecimento universal de “Pai da Europa”. De fato, foi ele quem voltou a reunir o continente e organizar os povos após o desfazimento do Império Romano, relembrou o jornal britânico “The Mail online”.

Urna que contém a maioria das relíquias de Carlos Magno, na catedral de Aachen, Alemanha.

Todos os ossos foram estudados e catalogados,
e correspondem à mesma pessoa
A era de seu reinado fiou conhecida como Renascimento Carolíngio porque foi um período de atividade cultural e intelectual até então inigualado. Ele tirou a Europa do caos e promoveu a Igreja Católica até a alta dignidade que lhe é devida na ordem espiritual e restaurou sua influência proporcionada na ordem temporal.

As monarquias francesas e alemãs sempre se consideraram herdeiras do império de Carlos Magno.

E até a atual União Europeia, instituição democrática, confere como máxima distinção a comenda de Carlos Magno.

Embora não soubesse ler, falava correntemente o franco, o teutônico, o latim e o grego. Ele ordenou o ensino gratuito fundamental em todo o império.

Carlos Magno deixou imensa fama como guerreiro a serviço do cristianismo.

Empreendeu sua primeira campanha militar aos 27 anos, para auxiliar os Papas ameaçados pela tribo dos longobardos. Ele os derrotou e eles acabaram se convertendo à religião verdadeira.

Desde Aachen, que foi sua capital, ele empreendeu 53 campanhas militares destinadas à expansão da Fé e a manutenção da ordem do Sacro Império.

Carlos Magno defendeu a Europa cristã das invasões dos muçulmanos no sul do continente e dos saxões pagãos no leste, até falecer com 72 anos, uma idade excepcional na Idade Média.

A tarefa científica não foi fácil, pois o corpo do venerado imperador foi objeto de diversas mudanças de local, esclareceu “Discovery News”.

Ele foi enterrado numa cripta sentado em seu trono. No ano 1000 o imperador Otto III mandou abrir o local e, segundo as crônicas contemporâneas, ficou impressionadíssimo à vista de Carlos Magno entronizado, portando a coroa de ouro, segurando o cetro imperial com as mãos revestidas de luvas rituais.

“Ele não tinha perdido nenhum de seus membros, salvo uma parte do nariz. O imperador Otto substituiu a parte faltante com uma peça de ouro, levou consigo um dente de Carlos como relíquia e mandou lacrar a entrada da câmara”, segundo a Crônica de Novalesia, escrita por volta de 1026.

Trono de Carlos Magno, teria sido feito com pedras do palácio de Pilatos,
ou da igeja do Santo Sepulcro.
Em 1165, Frederico I Barbarossa reabriu a câmara, exibiu os restos como relíquias e mandou enterrar Carlos num sarcófago de mármore no chão de catedral.

Meio século depois, o imperador Frederico II depositou os restos numa urna de ouro e prata.

Em 1349, alguns ossos foram retirados pelo imperador Carlos IV para serem cultuados como relíquias. O imperador de tantas guerras não conheceu a paz nem no sepulcro.

Ele voltou a ser desenterrado em 1861 com objetivos de pesquisa científica. E o mesmo aconteceu agora.

Análises com raios X e scanners especializados confirmaram que ele mereceu também o nome de Magno (Grande), pois media 1,84 metros (6 pés) de altura.

“Ele devia ser como uma torre que se destacava sobre o 98% das pessoas de seu tempo”, observou o professor Rühli.

Rühli e seu colega australiano Maciej Henneberg, professor Anatomia e Patologia da Universidade de Adelaide, constataram que ele deve ter sido esbelto. Nenhuma doença séria foi identificada em seus ossos.

Estão previstos também exames de DNA que, entretanto, não se espera venham a introduzir modificações relevantes no quadro já cuidadosamente elaborado durante mais de um quarto de século, segundo “Scientific American”.

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Ciência pasma em Israel: fiel católica é objeto de milagre

Teresa Daoud

 A cura do câncer, com fortes sinais de milagre, de Teresa Daoud – devota católica de nacionalidade israelense – abalou Israel, escreveu The Blaze.

Ela contou o caso todo ao Canal 2 de Israel, que também entrevistou seus médicos e analisou o caso clínico.

Teresa sofria de um câncer maligno na perna, o qual se desenvolvia rapidamente. Os médicos decidiram então amputar-lhe a perna.

A cirurgia foi adiada três vezes por razoes burocráticas. Ela interpretou os adiamentos como um sinal de que devia confiar mais na oração do que na intervenção médica.

O Dr. Jacob Bickels, chefe do Departamento de Oncologia Ortopédica do Hospital Ichilov, em Tel Aviv, disse: “Era claro para mim que ela ia morrer em pouco tempo. Ela é uma mulher instruída, inteligente, lúcida, e quando uma pessoa assim toma uma decisão sabendo bem das consequências, nós a respeitamos”.

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Ossos de São Pedro venerados solenemente no Vaticano


No domingo 24 de novembro foram venerados publicamente relíquias do Apóstolo São Pedro, na praça diante da basílica a ele dedicada no Vaticano.

Tratou-se da primeira exposição pública de suas relíquias, que tanto deram margem à polêmica histórica, arqueológica e científica.

Durante a cerimônia que encerrou o Ano da Fé, uma procissão trouxe para o altar um relicário de bronze com oito fragmentos de ossos do Apóstolo que Jesus Cristo instituiu como Príncipe supremo do Colégio Apostólico e chefe da Igreja. Dessa maneira, ele foi o primeiro Papa da História, por instituição divina.

Essa monarquia de origem divina vem sendo transmitida pelos Papas o longo dos séculos, e assim o será até o fim dos tempos.

Por vez primeira vez em 2 mil anos a Igreja exibia ao público as relíquias do primeiro papa, que estão habitualmente guardadas na cripta da Basílica de São Pedro, onde elas podem ser veneradas.

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Prêmio Nobel de Medicina: não há explicação
para os milagres de Lourdes

Dr. Luc Montagnier, do Instituto Pasteur de Paris  Prêmio Nobel de Medicina em 2008
Dr. Luc Montagnier, do Instituto Pasteur de Paris
Prêmio Nobel de Medicina em 2008




Um dos pontos em que se pretende jogar a ciência contra a religião é a problemática do milagre.

E o caso de Lourdes é o que deixa mais perplexa a uma certa ciência eivada de preconceitos anti-religiosos e/ou anti-católicos.

Um Prêmio Nobel de Medicina, descobridor do vírus do HIV, causador da AIDS, ele próprio agnóstico, foi a Lourdes, participou de um encontro científico sobre os milagres atribuídos à "água milagrosa", e ficou sem o que dizer.

Ele reconheceu que a ciência não tem meios de explicar os milagres lá cientificamente constatados após longa discussão e análise.

Mas, não dá o braço a torcer. Sobre o caso, reproduzimos a seguir um post extraído do blog "Lourdes e suas aparições":

O bacteriólogo Luc Montagnier, Prêmio Nobel de Medicina de 2008, participou no primeiro colóquio científico internacional organizado pelo Santuário de Lourdes nos dias 8 e 9 de junho de 2012, segundo informou o jornal “La Croix” de Paris.

Entrevistado naquela ocasião por “La Croix”, o biólogo que é agnóstico declarado, reconheceu que nos milagres de Lourdes “existe algo inexplicável”.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Arqueólogos reconhecem: “Pedro está aqui”
A emocionante descoberta dos ossos de São Pedro no Vaticano – 3

Raio de sol bate no Altar da Confissão onde estão os ossos de São Pedro, basílica do Vaticano
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
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continuação do post anterior

Em 1950 foi divulgada a grande notícia: o túmulo de São Pedro fora descoberto. O próprio Papa Pio XII fez o anúncio, associando-o ao Ano Santo.

Mas explicava-se que, segundo o modo como os ossos foram encontrados, não se podia concluir se eles seriam ou não do Apóstolo.

Ao par do grande júbilo, houve muitos protestos dos meios científicos, que solicitavam, um exame rigoroso de todos os ossos, descobertos na pequena abertura em forma de Λ na parede do túmulo de São Pedro, por algum grande especialista.

Afinal em 1956, Pio XII concordou, e foi nomeado o dr. Venerando Correnti, um dos maiores antropólogos da Europa.

O trabalho foi lento e difícil, pois faltavam vários ossos importantes. A conclusão, em 1960, constituiu uma sensacional decepção: tratava-se de ossos de três pessoas – dois homens de meia idade e uma mulher idosa.

E junto, encontravam-se vários ossos de animais. Todos antiquíssimos, talvez do século I.

Para os arqueólogos, a situação se explicava: como as leis romanas proibiam a remoção de ossos de uma sepultura, esses haviam sido encontrados e amontoados no pequeno buraco ao pé do nicho.

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

“Pedro está aqui”
A emocionante descoberta dos ossos de São Pedro no Vaticano – 2

"Muro dos grafitti" no Túmulo de São Pedro
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
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continuação do post anterior

Mas as surpresas apenas começavam: o exame da parede azul revelou que ela estava coberta de inscrições cristãs de tipo grafite, feitas com estiletes, na maior desordem.

Concluiu-se que eram pedidos de orações dos primeiros cristãos, que punham seus nomes – Ursianus, Bonifatius, Paulina etc.

O símbolo codificado de Cristo (as letras gregas chi-rho superpostas, como se vê no exemplo ao lado) aparecia várias vezes.

Letras gregas 'chi-rho' (XP), abreviatura de 'Christos', em sarcófago dos primeiros séculos, Museos Vaticanos
Letras gregas 'chi-rho' (XP),
abreviatura de 'Christos',
sarcófago dos primeiros séculos,
Museos Vaticanos
Mas o nome que se procurava não foi encontrado: Petrus. Nenhuma invocação a ele naquela floresta de nomes. Permanecia o indecifrável silêncio sobre São Pedro.

Num ponto dessa parede foi encontrado um pequeno buraco, formado pela queda da argamassa.

Inserindo luz pelo buraco, verificou-se que a parte de baixo da parede azul era oca e revestida internamente de excelentes mármores.

No chão dessa cavidade havia muito pó. Parecia ter sido algum túmulo engenhosamente escondido ali.

Seria impossível investigar melhor aquilo sem abrir mais o pequeno buraco, o que destruiria as inscrições.

Corte esquemático permite ver o posicionamento dos túmulos. No nº1 São Pedro
Corte esquemático permite ver o posicionamento dos túmulos. No nº1 São Pedro
Com isso, as atenções se voltaram para o túmulo de São Pedro propriamente dito. Decidiu-se escavar mais, bem junto à parede vermelha, para se chegar à câmara mortuária.

Logo foram encontradas algumas sepulturas cristãs simples, quase amontoadas junto à parede. Eram dos primeiros séculos.

Tratava-se de um tocante indício: todos os corpos estavam voltados para a parede. Eram cristãos enterrados bem junto a São Pedro.

Ao retirar uma pedra, depararam com uma cavidade vazia: afinal, o túmulo!

Emocionados, os arqueólogos avisaram [o Venerável] Pio XII, que em dez minutos chegou.

Era uma câmara pequena, mas alta, simples, com paredes de tijolos nus e piso de terra. E estava vazia!

Havia sinais evidentes de violência: um nicho e uma trave golpeados violentamente, uma coluneta partida.

Conjunto dos ossos de São Pedro achados no túmulo
Conjunto dos ossos de São Pedro achados no túmulo
No chão encontraram-se muitas moedas romanas e medievais, confirmando uma crônica que se refere a uma pequena abertura no túmulo, onde se podia introduzir a mão.

As moedas provinham de todo o Império, atestando a devoção generalizada ao Apóstolo.

O exame minucioso do local revelou na base do nicho uma pequena abertura em forma de Λ, entupida de terra.

Revolvendo o interior dessa abertura, encontrou-se enorme quantidade de fragmentos de ossos antiquíssimos. Eram mais de 250. Seriam os do Apóstolo?

Em caso afirmativo, por que estavam eles em posição tão secundária e escondidos?

O médico de Pio XII, dr. Galeazi-Lizi, examinou-os superficialmente e concluiu que eram de um homem idoso e de físico robusto, o que correspondia à descrição de São Pedro.

Daí ter-se propagado, na ocasião, a versão de que os ossos eram dele.

Mas essa localização estranha exigia maiores pesquisas. As escavações continuaram, revelando que a parede vermelha era a peça chave de um complexo de construções.

Tratava-se de uma edícula comemorativa, no centro da qual havia duas colunetas sustentando uma laje de travertino, parecendo um altar. Em frente situava-se um pátio fechado por altos muros.

Restos do primeiro túmulo construido para São Pedro
Restos do primeiro túmulo construido para São Pedro
Era obviamente uma construção ideal para celebrações clandestinas dos primeiros cristãos.

Como o cemitério era pagão e aberto, ao contrário das catacumbas, as precauções tinham que ser maiores.

Daí a ausência do nome de Pedro e de símbolos cristãos nessa área (é aí que está a parede azul com os grafitos).

É esta também a razão do silêncio sobre a localização do túmulo, na literatura cristã da época.

Πέτροσ ένι

Após o término das escavações, em 1950, o arqueólogo Ferrua examinava o interior da parte oca da parede azul, e notou no chão, perto da junção desta com a parede vermelha, um pequeno pedaço de argamassa que havia caído.

Conseguiu pegá-lo dentro do buraco, e viu que havia algo gravado ali à estilete. Levado a especialistas, descobriu-se uma inscrição em grego que dizia: “Πέτρ... ἔνι”.

Faltavam letras no primeiro nome, obviamente Πέτροσ (“Pedro”). Ἕνι é a contração do verbo grego antigo ἔνεοτι, que significa “estar dentro”. A inscrição significava “Pedro está aqui”.

A essa altura, um dos maiores especialistas em inscrições antigas, a dra. Margherita Guarducci, passou a estudar os grafitos da parede azul.

Como se sabe, os cristãos tinham toda uma linguagem codificada de símbolos e letras – o peixe, as letras gregas chi-rho (ΧΡ), o Μ para Maria, o Ν para vitória etc.

Após algum estudo, a dra. Guarducci descobriu o código usado para São Pedro: um “Ρ” com um discreto “Ε” em sua perna, ou o mesmo símbolo inserido no chi-rho de Jesus, tocante símbolo para o Vigário de Cristo (cfr. desenho ao lado).

Além disso, a descoberta provava contra os anticatólicos que a doutrina do papado já era clara naqueles primórdios da Igreja.

Muitas inscrições com esse símbolo podiam ser observadas na parede dos grafites.

Estudos posteriores revelaram que São Pedro era invocado com grande frequência, mediante tal símbolo, pelos primeiros cristãos, pois ele era muito usado nas catacumbas em cartas, em mosaicos, em pinturas etc.

Estava explicado o “silêncio” sobre São Pedro.

Grafitti com o chi-rho (ou XP), símbolo de Cristo
Grafitti com o chi-rho (ou XP), símbolo de Cristo
Essa descoberta fez com que a dra. Guarducci ficasse intrigada com a inexplicável parede oca com os grafites e o “Πέτροσ ἔνι”.

Chamou sua atenção um fato que passou despercebido aos demais arqueólogos. Mons. Kaas, administrador da Basílica, costumava ir à noite verificar os andamentos dos trabalhos.

Acompanhava-o G. Segoni, o chefe dos “sampietrini” (operários do Vaticano, cujos ofícios passam de pai para filho).

Mons. Kaas, nessas inspeções, preocupava-se em guardar de modo digno as numerosas ossadas que iam sendo encontradas. Colocava-as numa caixa ajudado por Segoni, identificando com uma etiqueta o local de onde foram tiradas.

Uma noite, pouco depois de descoberta a parede oca dos grafitos, Mons. Kaas pediu que Segoni verificasse bem se não se encontrariam ossos dentro da cavidade.

Por baixo da poeira, Segoni encontrou numerosos ossos, restos de tecido e uns fios metálicos.Tudo foi guardado numa urna e identificado.

Outro “sampietrini presenciou a remoção, mas os demais arqueólogos nem souberam disso na época.

continua no próximo post

(Autor: Juan Miguel Montes, “Catolicismo”)


O túmulo de São Pedro no subsolo da Basílica vaticana (em inglês, legendado em português)


O subsolo da Basílica de São Pedro. Um dos maiores tesouros da fé cristã, as relíquias do primeiro Papa, São Pedro. Trecho do documentário THE HIDDEN WORLD, da BBC. postado por Leandro Caprioti Manso no Facebook.


segunda-feira, 22 de julho de 2013

“Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja”
A emocionante descoberta dos ossos de São Pedro no Vaticano – 1

Cristo entrega as chaves a São Pedro e o institui fundamento único da Igreja
Cristo entrega as chaves a São Pedro
e o institui fundamento único da Igreja
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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“Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja” (Mt XVI,18).

As divinas palavras de Jesus concedendo o primado a São Pedro convidam os católicos de todos os tempos a se interessar, cheios de veneração, por tudo o que se refira ao primeiro Papa.

E, pelo contrário, os anticatólicos tendem a atacar o quanto podem o primado do Príncipe dos Apóstolos.

Os protestantes chegaram a impugnar gratuitamente até a autenticidade daquelas palavras de Nosso Senhor a São Pedro.

Negaram mesmo, junto com racionalistas e comunistas, que ele tenha estado em Roma e, portanto, que tenha exercido lá o papado.

Mas através dos séculos foram surgindo documentos provenientes dos mais diversos pontos da cristandade primitiva, confirmando a tradição católica.

As provas foram tão acachapantes, que os anticatólicos praticamente ficaram reduzidos ao silêncio quanto a esses pontos.

Um dos principais historiadores protestantes, A. Harvach, reconheceu que já não merece o nome de historiador quem puser em dúvida que São Pedro tenha exercido seu ministério em Roma.

Persistia, porém, entre muitos historiadores uma questão:

O túmulo do Vigário de Cristo realmente está sob o magnífico altar-mor da Basílica de São Pedro?

Sobre este assunto há um silêncio quase total nos documentos dos primeiros séculos da História da Igreja.

A tradição católica é bem precisa: São Pedro, já idoso, foi crucificado de cabeça para baixo na colina Vaticana, no ano de 68 (segundo alguns, 64), após ter exercido o papado em Roma por 25 anos.

Seu corpo foi sepultado perto do local do martírio, num cemitério pagão existente na colina Vaticana, em frente ao circo de Nero.

Imagem de bronze de São Pedro, paramentada no dia de sua festa.  No fundo: altar com relíquias do trono do Príncipe dos Apóstolos
Imagem de bronze de São Pedro, paramentada no dia de sua festa.
No fundo: altar com relíquias do trono do Príncipe dos Apóstolos
A tradição aponta ainda o lugar exato da sepultura – a chamada “confissão de São Pedro” –, veneradíssimo desde tempos imemoriais. Tendo em vista a antiguidade e a universalidade dessa tradição, a Igreja a aceitou.

Nos 250 anos que vão desde a morte de São Pedro até a liberdade da Igreja concedida por Constantino mediante o Edito de Milão (ano 313), apenas dois documentos referem-se ao túmulo do Apóstolo.

Um diz que o Papa Santo Anacleto ergueu no local um monumento fúnebre, aproximadamente vinte anos após a morte do Chefe da Igreja.

Outro, mais seguro, é uma carta do sacerdote Gaius de Roma, no ano 200, afirmando que no local havia um τρόπαιον – monumento fúnebre (a palavra portuguesa “troféu” não corresponde exatamente ao sentido da palavra grega τρόπαιον).

Assim que foi concedida liberdade aos cristãos, multidões de fiéis começaram a afluir de todas as partes para venerar as relíquias do Príncipe dos Apóstolos.

Por volta do ano 330, o Imperador Constantino e o Papa São Silvestre ergueram naquele local magnífica e enorme Basílica.

O próprio Imperador trabalhou na obra, carregando doze cestos de terra em homenagem aos Apóstolos.

O local era sumamente inconveniente para a construção, pois o subsolo era mole e cheio de água, e o terreno em declive necessitava aterros colossais.

Além disso, pelas leis romanas, o cemitério era inviolável, não se podendo retirar os ossos de nenhuma sepultura.

Somente a persuasão de estar o lugar ligado a um ponto fixo intransferível – o túmulo de São Pedro, que devia tornar-se o centro da grande Basílica – pôde ter levado Constantino a enfrentar tantas dificuldades técnicas, jurídicas e psicológicas que se opunham à construção em local tão impróprio.

Mais tarde, na Renascença, a atual e ainda maior Basílica de São Pedro foi construída no mesmo sítio, mas sem interferência nas construções anteriores, erguendo-se num plano mais elevado.

Ossos de São Pedro numa urna no Altar da Confissão no Vaticano
Ossos de São Pedro numa urna no Altar da Confissão no Vaticano
Assim, sobre o túmulo primitivo ergueram-se as construções constantinianas, e acima delas as da Renascença. Em diversas épocas houve reformas em torno do túmulo, mas – fato notável – não consta que ele tenha sido aberto em 1600 anos de história.

Um interessante livro, The Bones of St. Peter (“Os ossos de São Pedro”), de John E. Walsh (Doubleday, N.Y., 1982) narra, pela primeira vez, as pesquisas científicas realizadas no túmulo nos últimos anos. Os dados que se seguem foram extraídos dessa obra.

As escavações

Em 1939 foi decidido rebaixar o subsolo dos corredores em torno do túmulo, para aumentar o pé direito deles. Aí está sepultada a maioria dos Papas. Uma equipe de competentes arqueólogos orientava os trabalhos.

Entre eles estava o prof. Enrico Josi, considerado o maior especialista em antiguidades cristãs. Dirigia a equipe o administrador da Basílica de São Pedro, Mons. L. Kaas. O [Venerável] Papa Pio XII não os autorizou a tocar nas construções do túmulo petrino.

Logo no início dos trabalhos, foram encontrados vários mausoléus adjacentes. Alguns estão entre os melhores exemplares já descobertos do período áureo romano.

Um ponto da tradição foi portanto confirmado: o cemitério pagão, no qual São Pedro fora sepultado. Numa lápide veio outra confirmação: uma inscrição referia que ao lado estava o circo de Nero.

Verificou-se que o cemitério era anterior à morte de São Pedro. Mas os ricos mausoléus eram pouco posteriores a ela. Tudo havia sido soterrado intacto pelos operários constantinianos, para não violar os túmulos.

Com todos esses indícios favoráveis, Pio XII autorizou então que se abrisse o túmulo e se fizesse um estudo completo de tudo.

Decidiu-se tentar penetrar pela parede de uma pequena capela do século XVI que está embaixo do altar-mor atual. Foi desmontado cuidadosamente um afamado mosaico que há nessa parede, e descobriu-se que ela era da época de São Gregório Magno (590-604).

Urna com os ossos de São Pedro no Altar da Confissão no Vaticano
Urna com os ossos de São Pedro no Altar da Confissão no Vaticano
Nela abriu-se um buraco, tirando tijolo por tijolo. Havia atrás uma grossa placa de magnífico mármore decorado com um precioso pórfiro escuro.

Alargando o buraco, verificou-se que era um altar montado pelo Papa Calixto, no século XII.

Retiradas algumas peças de mármore, chegou-se à outra parede, certamente da Basílica de Constantino, do ano 330.

Atrás havia ainda outra parede bem mais antiga, grossa, de tijolos e pintada de vermelho vivo. Seria parte do túmulo original?

Para não danificá-la, decidiram tentar em outro local bem mais à direita. Após passar pelas mesmas paredes, chegaram a outro altar precioso – este havia sido o altar-mor erigido por São Gregório Magno na Basílica velha de São Pedro, no século VI.

A parede vermelha, nessa local, estava recoberta de excelentes mármores, sinal de importância. Tentou-se, então, do lado oposto. Mas ao invés de chegar à parede vermelha, encontraram uma azul.

E tiveram a surpresa de verificar que era uma grossa parede de pequena extensão, colada à vermelha, em ângulo reto com ela. Ambas são da época romana, mas a vermelha, mais antiga, era maior e descia fundo.

Atrás dela depararam com paredes mais recentes. Assim, era evidente que o túmulo estava bem mais fundo, e que acima do solo da época romana só havia essa grande parede, ornada de nichos em estilo clássico, sem nenhuma decoração cristã.

Estava confirmado o τρόπαιον referido por Gaius, no ano 200. As duras perseguições religiosas durante o Império certamente forçaram esse disfarce e a ausência de símbolos cristãos.

continua no próximo post

(Autor: Juan Miguel Montes, “Catolicismo”)

O túmulo de São Pedro no subsolo da Basílica vaticana (em inglês, legendado em português)


O subsolo da Basílica de São Pedro. Um dos maiores tesouros da fé cristã, as relíquias do primeiro Papa, São Pedro. Trecho do documentário THE HIDDEN WORLD, da BBC. postado por Leandro Caprioti Manso no Facebook.




terça-feira, 9 de julho de 2013

Museu das almas do Purgatório 2: os sinais do além deixados por almas que padecem para se purificar


Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs



Continuação do post anterior: Uma grande razão para rezarmos pelas almas dos falecidos: o Purgatório


Prosseguimos com a transcrição da entrevista ao Pe. Domenico Santangini, pároco da igreja do Sagrado Coração do Sufrágio e curador do Museu das Almas do Purgatório:

Jornalista : Entendemos, portanto, qual é a diferença entre a evocação, portanto o espiritismo, dos defuntos, e a simples oração e a veneração. Mas voltemos ao Purgatório. Este local que pela sua natureza é uma realidade ultraterrena, deixou sua marca e é uma marca muitíssimo tangível. Olhemos.

– Pe. Domenico Santangini: Aqui, em 1895, não havia nada, apenas uma capela em volta; não havia nada.

Em 1897 houve um incêndio fortuito e, quando o incêndio foi apagado, uma imagem misteriosa ficou impressa na parede da capela.(foto ao lado)

Agora lhe faço ver exatamente o original. É a imagem de um homem que sofre, pelo que o Pe. Victor Jouët (N.T.: 1839-1912, missionário do Sagrado Coração, de Issoudun, França), capelão que cuidava desta igrejinha e devoto das almas do Purgatório, entendeu:

“Este é um sinal dessas almas que querem uma igreja dedicada às suas intenções”.

Então, quando a notícia se espalhou pela região, segundo as crônicas, houve um afluxo de gente durante oito dias, de milhares de pessoas para verem este fenômeno.

Então, o Pe. Jouët teve a ideia de construir neste local uma igreja dedicada ao Sagrado Coração do Sufrágio. Quer dizer, do sufrágio das almas do Purgatório.

Igreja do Sagrado Coração do Sufrágio, rosácea e órgão
Igreja do Sagrado Coração do Sufrágio, rosácea e órgão
E o Pe. Jouët era um engenheiro que se tornara padre. O que é que ele fez?

Fez a planta de uma igreja gótica, porque a área era reduzida. Encomendou trabalhos para poder erigir esta igreja. Mas não havia recursos.

Pediu ajuda ao Papa, e então o Papa Leão XIII aprovou e deu uma ajuda.

Mas ele próprio foi na França ver sua família em Marselha, que era uma família de posses, e ali recebeu também ajudas. E assim o prédio da igreja foi subindo.

Durante esta construção, que durou até 1912, como ele era devoto das almas do Purgatório, foi viajando pela Europa para buscar testemunhos que dissessem a verdade sobre o grande mistério do Purgatório.

Jornalista: Não somente esta imagem é custodiada como prova da existência do Purgatório. Há outras que constituem verdadeiras provas. Esta história é de tal maneira incrível que ficou decidido dar vida ao único Museu do Purgatório do mundo.

Pe. Domenico Santangini: Entramos no pequeno Museu do Purgatório. Mostrar-lhes-emos todos os testemunhos reunidos pelo Pe. Jouët, o fundador desta igreja e deste museu.

Esta é a foto reproduzindo a imagem misteriosa da capela, que foi ampliada, e mostra o olhar de um homem complicado com o pecado.

Avental de Sóror Margarida Maria Herendorps,  beneditina de Winnenberg, Alemanha.
Avental de Sóror Margarida Maria Herendorps,
beneditina de Winnenberg, Alemanha.
Esta imagem é posterior ao incêndio de 1897.

Ela dá uma clara impressão e faz entender o que é uma alma em pena, uma alma que sofre o afastamento de Deus.

Estamos diante do 4º testemunho, que nos faz ver um fac-símile fotográfico de uma marca de fogo deixada no avental de Sóror Margarida Maria Herendorps, religiosa do mosteiro beneditino de Winnenberg, na Alemanha.

Aqui temos a mão da Irmã [N.T.: Clara Schoelers], que morreu de peste em 1637.

Embaixo temos a marca deixada pela mesma freira sobre uma faixa de pano azul.

Depois passamos para a foto número 5 (na foto: 7d).

É uma fotografia da marca deixada pela defunta senhora Leleux, que nos fala disto: o filho teve a visão da mãe, falecida 27 anos antes.

Marca deixada pela defunta senhora Leleux na camisa do filho
Marca deixada pela defunta senhora Leleux
na camisa do filho
E este homem ficou atormentado por muitas dúvidas a ponto de ficar doente.

E a mãe lhe apareceu e lembrou a este jovem a obrigação de ir a Missa aos domingos e de trabalhar um pouco pela igreja.

Como prova disso, pôs-lhe a mão sobre a camisa, deixando esta marca visibilíssima e pediu-lhe para voltar a ser um bom cristão.

A imagem nº 8 (embaixo) nos apresenta a marca deixada sobre um livro que pertenceu a Margarida Demmerlé, da paróquia de Ellinghen.

A defunta aparecia com as vestimentas da região.

Descia pela escada do celeiro gemendo e olhando com tristeza para a nora, como pedindo alguma coisa.

Margarida Demmerlé, numa aparição subsequente, lhe dirigiu a palavra e obteve esta resposta:

“Eu sou tua sogra, falecida de parto há 30 anos. Vai em peregrinação ao santuário de Nossa Senhora de Mariental e ali faz celebrar duas Santas Missas por mim”.

Depois da peregrinação, a aparição se mostrou de novo para anunciar a Margarida sua libertação do Purgatório.

Uma das 3 marcas deixadas pelo abade Panzini.
Uma das 3 marcas deixadas pelo abade Panzini.
E a nora, por conselho do pároco, lhe pediu um sinal.

Pousando a mão sobre a “Imitação de Cristo”, deixou então o sinal da queimadura, e depois não apareceu mais.

Aqui temos a marca nº 6. Marca de fogo deixada por um dedo da religiosa Sóror Maria de São Luiz Gonzaga entre o 5 e 6 de junho de 1894.

A relação do fato conta como a referida Sóror Maria, que sofria de tuberculose havia dois anos, com fortes febres, tosse, asma e hemoptise, ficou vítima de desencorajamento e, portanto com vontade de morrer para não sofrer mais.

Mas, como era muito fervorosa, submeteu-se com calma à vontade de Deus.

Alguns dias depois, em 5 de junho 1894, expirou santamente e apareceu entre 5 e 6 de junho vestida como Clarissa, mas reconhecível.

A Sóror Margarita, que estava admirada, explicou que estava no Purgatório para expiar seu movimento de impaciência diante da vontade de Deus.

Uma das 3 marcas deixadas pelo abade Panzini.
Uma das 3 marcas deixadas pelo abade Panzini.
Pediu orações e sufrágios e, para atestar a realidade de sua aparição, pôs o dedo índice sobre a fronha do travesseiro e prometeu voltar.

Apareceu à mesma religiosa entre 20 e 25 de junho, para agradecer à Irmã e dar avisos espirituais à comunidade antes de voar para o Céu. Muito belo.

Marca sobre uma tabuleta antiga onde se escrevia [N.T.: deixada por frei Panzini, ex-abade da Ordem Beneditina Olivetana, em Mantova, no dia 1º de novembro de 1731].

A marca 7a é de uma mão esquerda na tabuleta sobre a qual escrevia a venerável Madre Abadessa [N.T.: Madre Isabella Fornari, Abadessa das Clarissas do mosteiro de São Francisco em Todi, Itália].

A segunda é da mesma mão esquerda sobre uma folha de papel e a outra é da mão direita sobre a manga da túnica.

Portanto, são três marcas de mão – duas da esquerda, é claro – para indicar a todos a importância e por que a freira queria deixar um testemunho de sua presença.

Pedindo sempre, como muitas outras almas, orações pela sua alma.

Já o dissemos: são imagens, são testemunhos de uma realidade – a do Purgatório – fundamental para nós.

Devemos procurar verdadeiramente ter uma devoção profundíssima pelas santas almas do Purgatório.

São Lourenço libera almas do Purgatório. Lorenzo di Nicolò
São Lourenço libera almas do Purgatório. Lorenzo di Nicolò
Rezar por elas, fazer rezar Missas por elas, porque é o único modo de liberá-las dos sofrimentos do Purgatório. Sofrimento devido ao afastamento do Senhor.

Porque se nós fazemos entrar no Paraíso uma só alma do Purgatório, esta alma, uma vez dentro do Paraíso, terá para conosco um movimento de gratidão pelo dom recebido.

Eis por que resulta muito espontâneo crer na Comunhão dos Santos: os santos do Paraíso, os santos do Purgatório e nós aqui na Terra, Igreja militante que estamos caminhando rumo ao Paraíso e, infelizmente com frequência, passamos pelo Purgatório”.

FIM