segunda-feira, 11 de março de 2024

Torre de Babel: as lendas pagãs,
a ciência moderna e a Babel do Anticristo

Uma Torre que atingisse os céus feita sem necessidade de Deus:  um pecado coletivo de revolta. Joos De Momper o Jovem (1564–1635)
Uma Torre que atingisse os céus feita sem necessidade de Deus:
um pecado coletivo de revolta. Joos De Momper o Jovem (1564–1635)
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs




continuação do post anterior: O que diz a ciência sobre a Torre de Babel? Existiu? Por que ruiu? Sobrou algo? Onde?


Reminiscências em lendas pagãs

Referências à Torre de Babel perduraram nos mais diversos povos espalhados na Terra, testemunhando sua existência e o fato de ter sido a causa da confusão das línguas.

O mito de Enmerkar, dos sumérios (povo já desaparecido) fala da construção de um imenso zigurat (torre-templo) na origem da diversificação das línguas.

O missionário dominicano Frei Diego Durán (1537–1588) recolheu em Xelhua (México) a saga dos gigantes que tentaram construir uma pirâmide para atingir os céus, mas que os deuses destruíram, confundindo a linguagem dos construtores.

O religioso ouviu essa narração de um antigo sacerdote pagão de Cholula, pouco depois da conquista espanhola do México.

O historiador nativo Fernando d'Alva Ixtilxochitl (1565-1648) recolheu a lenda tolteca (América Central) segundo a qual após um grande dilúvio os homens erigiram uma imensa torre que os preservaria de outro dilúvio, porém suas línguas foram confundidas e eles se dispersaram pelas diversas regiões da Terra.

Um mito grego fala que o deus Hermes confundiu as línguas.

Histórias mais ou menos parecidas foram documentadas pelo antropólogo social escocês Sir James George Frazer (1854 – 1941).

Frazer menciona especificamente narrações nesse sentido entre os Wasania de Quênia; no povo Kacha Naga do Assam (Índia); entre os habitantes de Encounter Bay, Austrália; nos Maidu da Califórnia; nos Tlingit da Alaska e nos K'iche' Maya da Guatemala. Também entre os estonianos no Mar Báltico, Europa do Norte; e até na Arizona, EUA.

Que altura teve a Torre?

Em verdade, não se sabe com certeza qual era a altura da Torre no momento da dispersão. Apenas sabemos pela placa de Nabucodonosor que ela não chegou a ser concluída.

As ruínas do zigurat de Choghazanbil podem dar certa ideia da estrutura da Torre de Babel.
As ruínas do zigurat de Choghazanbil podem dar certa ideia da estrutura da Torre de Babel.
O apócrifo Livro dos Jubileus refere-se à Torre da maldição como tendo 5.433 cúbicos e dois palmos de altura (2.484 metros). Isto equivaleria a quatro vezes as estruturas mais altas da história humana.

Veja vídeo
Tal afirmação, porém, é tida como mítica por muitos estudiosos, que custam acreditar que os construtores de tempos tão antigos pudessem edificar uma estrutura de quase 2,5 quilômetros de altura.

Uma fonte extra-canônica, o Terceiro Apocalipse de Baruch, menciona que a 'torre da discórdia' alcançava 463 cúbitos (212 metros de altura).

Ou seja, mais alta do que qualquer outra estrutura do mundo antigo, como a Pirâmide de Quéops, no Egito.

Teria sido a estrutura mais elevada do que qualquer outra na história humana até a Torre Eiffel, montada em 1889. Compreende-se o impacto que produziu na Antiguidade. (Cfr. Wikipedia, Torre de Babel).

São Gregório de Tours (I, 6) escreveu em 594 d.C., citando o historiador Orosius (c. 417), que a Torre possuía “25 portas de cada lado, ou seja, 100 no total. As portas tinham uma dimensão assombrosa e eram de bronze fundido”.


O que diz a ciência moderna?

O Dr. Linn W. Hobbs, professor de Ciência dos Materiais no Massachussets Institute of Technology – MIT, EUA, estudou a resistência dos tijolos usados no tempo da Torre de Babel.

Uso dos tijolos no templo de Ur
Uso dos tijolos no templo de Ur
Segundo as experiências de laboratório no MIT, o tijolo secado ao sol, portanto feito com a técnica comum da época, resistiria no máximo uma estrutura bem feita de 150 metros de altura.

Depois disso, racharia pelo próprio peso e o conjunto desabaria, caso o prédio tivesse forma de torre. Mas, se teve forma de pirâmide poderia ter ido até 450 metros, isto é, quase meio quilômetro.

Mas os construtores da Torre de Babel, segundo diz a Bíblia, conceberam tijolos especiais: “façamos tijolos e cozamo-los no fogo”. (Gen, 11, 3)

O mesmo Prof. Hobbs reproduziu a técnica e testou os tijolos especiais. Estes passavam um dia num forno a 800º C.

Eles suportariam uma construção piramidal de 3.200 metros de altura, dando base para a orgulhosa expressão referida pela Bíblia: “façamos para nós uma cidade e uma torre cujo cimo atinja os céus” (Gen, 11, 4)

Assista no vídeo acima aos testes e as consequências tiradas pelo Prof. Linn W. Hobbs.

Burj Dubai,828 metros
Em seu livro “Structures, or why things don't fall down” (Pelican 1978–1984), o professor J.E. Gordon estudou o peso dos tijolos especiais e calculou sua resistência à compressão dos muros levantados.

Suas estimativas apontam que quando a construção – se feita em forma de torre reta – atingisse uma altura de 2,1 km, os tijolos da base não resistiriam e o prédio desmoronaria.

Porém, se tivesse forma piramidal, o prédio poderia atingir altitudes onde faltaria oxigênio para os construtores, antes mesmo de a Torre ruir pelo próprio peso.

Em qualquer caso, o fato de conhecerem técnicas para alcançar essas alturas não prova que chegaram até lá, mas sim que poderiam ter chegado.

As ruínas dos zigurats da Caldeia, as pirâmides do Egito, as próprias pirâmides dos maias e ainda de outros povos, sugerem que a Torre de Babel também teve forma piramidal.

O mais alto prédio hoje levantado é o Burj Khalifa, de 828 metros de altura, em Dubai.

Mas na China está sendo erguido o Sky City One, de 838 metros; há ainda, em fase de planejamento, a Azerbaijan Tower, de 1.050 metros, no sudoeste do Azerbaijão.


Babel e fim do mundo

Aplica-se à Torre de Babel a descrição contida no capítulo 18 do Apocalipse. Mas isto é por analogia.

Essa descrição parece se referir ao orgulho dos homens do fim do mundo e seu desejo de construir uma imensa civilização materialista e laica que desafiaria insolentemente a Deus:

2. Clamou em alta voz, dizendo: Caiu, caiu Babilônia, a Grande. Tornou-se morada dos demônios, prisão dos espíritos imundos e das aves impuras e abomináveis,

3. porque todas as nações beberam do vinho da ira de sua luxúria, pecaram com ela os reis da terra e os mercadores da terra se enriqueceram com o excesso do seu luxo.

4. Ouvi outra voz do céu que dizia: Meu povo, sai de seu meio para que não participes de seus pecados e não tenhas parte nas suas pragas,

Babel, Pieter Brueghel o Jovem (1564–1636), Museo del Prado
Babel, Pieter Brueghel o Jovem (1564–1636), Museo del Prado
5. porque seus pecados se acumularam até o céu, e Deus se lembrou das suas injustiças.

6. Faze com ela o que fez (contigo), e retribui-lhe o dobro de seus malefícios; na taça que ela deu de beber, dá-lhe o dobro.

7. Na mesma proporção em que fez ostentação de luxo, dá-lhe em tormentos e prantos. Pois ela disse no seu coração: Estou no trono como rainha, e não viúva, e nunca conhecerei o luto.

8. Por isso, num só dia virão sobre ela as pragas: morte, pranto, fome. Ela será consumida pelo fogo, porque forte é o Senhor Deus que a condenou.

9. Hão de chorar e lamentar-se por sua causa os reis da terra que com ela se contaminaram e pecaram, quando avistarem a fumaça do seu incêndio.

10. Parados ao longe, de medo de seus tormentos, eles dirão: Ai, ai da grande cidade, Babilônia, cidade poderosa! Bastou um momento para tua execução!

11. Também os negociantes da terra choram e se lamentam a seu respeito, porque já não há ninguém que lhes compre os carregamentos:

12. carregamento de ouro e prata, pedras preciosas e pérolas, linho e púrpura, seda e escarlate, bem como de toda espécie de madeira odorífera, objetos de marfim e madeira preciosa; de bronze, ferro e mármore;

13. de cinamomo e essência; de aromas, mirra e incenso; de vinho e óleo, de farinha e trigo, de animais de carga, ovelhas, cavalos e carros, escravos e outros homens.

Anjos dispersam os construtores da Torre de Babel,  Bedford Book of Hours
Anjos dispersam os construtores da Torre de Babel,
Bedford Book of Hours
14. Eis que o bom tempo de tuas paixões animalescas se escoou. Toda a magnificência e todo o brilho se apagaram, e jamais serão reencontrados.

15. Os mercadores destas coisas, que delas se enriqueceram, pararão ao longe, de medo de seus tormentos, e hão de chorar e lamentar-se, dizendo:

16. Ai, ai da grande cidade, que se revestia de linho, púrpura e escarlate, toda ornada de ouro, pedras preciosas e pérolas.

17. Num só momento toda essa riqueza foi devastada! Todos os pilotos e todos os navegantes, os marinheiros e todos os que trabalham no mar paravam ao longe

18. e exclamavam, ao ver a fumaça do incêndio: Que havia de comparável a essa grande cidade?

19. E lançavam pó sobre as cabeças, chorando e lamentando-se com estas palavras: Ai, ai da grande cidade, de cuja opulência se enriqueceram todos os que tinham navios no mar. Bastou um momento para ser arrasada!

20. Exulta sobre ela, ó céu; e também vós, santos, apóstolos e profetas, porque Deus julgou contra ela a vossa causa.

21. Então um anjo poderoso tomou uma pedra do tamanho de uma grande mó de moinho e lançou-a no mar, dizendo: Com tal ímpeto será precipitada Babilônia, a grande cidade, e jamais será encontrada.

22. Já não se ouvirá mais em ti o som dos citaristas, dos cantores, dos tocadores de flauta, de trombetas. Nem se encontrará em ti artífice algum de qualquer espécie. Não se ouvirá mais em ti o ruído do moinho,

23. não brilhará mais em ti a luz de lâmpada, não se ouvirá mais em ti a voz do esposo e da esposa; porque teus mercadores eram senhores do mundo, e todas as nações foram seduzidas por teus malefícios.

24. Foi em ti que se encontrou o sangue dos profetas e dos santos, como também de todos aqueles que foram imolados na terra. (Apocalipse, 18)

O texto apocalíptico não se refere à Torre de Babel primeira a não ser num sentido analógico ou simbólico.

A similitude de situações é a que convida os espíritos a ligar o texto do Gênesis ao do Apocalipse.

Muitos empreendimentos modernos eivados do espírito materialista que ignora ofensivamente a Deus podem ser também comparados às construções apontadas em ambos livros sagrados.









E se não tivesse existido a Torre de Babel?

A Torre de Babel esteve na base da destruição do tecido social da humanidade. Uma coisa mais profunda, portanto, do que a destruição da sociedade.

Essa destruição do tecido social acarretou um desfazimento mais radical do que a morte física de todas as pessoas que se dispersaram na explosão linguística e étnica.

Espírito Santo, Basílica do Rosário, Lourdes
A dispersão teve como razão um pecado em que toda a humanidade de então se uniu para fazer um insulto a Deus: construir uma torre que chegasse até o céu numa emulação com o Criador.

A Torre de Babel foi a um símbolo no qual se exprimia uma vontade de revolta universal.

Se as nações tivessem sido fiéis ao plano divino, não teriam cometido esse pecado.

Provavelmente, os povos teriam se dilatado sobre a Terra como uma mancha de azeite na qual a mancha vai se espalhando, mas suas periferias conservam a continuidade em graus diversos com o centro, quer dizer, a unidade.

Teria assim sido possível uma língua, uma civilização e uma religião universal genuína, porquanto a revelação poderia ser conhecida por todos e transmitida com facilidade.

Mas, com o pecado da Torre de Babel, a possibilidade da expansão na união ficou impossível.

As nações tomaram rumos próprios, cada uma foi acrescentando à sua maneira de ser coisas que não podia comunicar à outra. Isso criou terreno fértil para um pulular de heresias desagregadoras, de culturas discordantes, de rivalidades de interesses, desentendimentos, inimizades e guerras.

A única exceção que conservou a harmonia foi o filão fiel que se perpetuou através de Abraão e no povo eleito.



Nosso Senhor Jesus Cristo funda a Igreja para reconstituir a unidade dos povos

Instituindo a Igreja Católica e mandando os 12 Apóstolos pregar o Evangelho a todo o mundo, o Redentor deu inicio a uma obra de reconstituição da unidade existente entre os homens antes de Babel.

Porém, até o momento, a unidade obtida é parcial e dificultosa.

O inimigo do gênero humano e os pecados dos homens retardaram essa obra.

A pretensão que Babel quis realizar no plano natural, a Revolução Protestante (1517) tentou recriá-la na Igreja. Quer dizer, erguer o orgulho humano até os Céus se atribuindo poderes para interpretar livremente a palavra de Deus e a Lei.

Esses poderes somente o Espírito Santo os tem, e Ele os concede a seus intérpretes legítimos, o Magistério e a Tradição da Igreja, que falam pela voz do Papa e dos bispos católicos.

Juízo Final, Fra Angelico
Juízo Final, Fra Angelico
Também desde a Revolução Francesa (1789), tenta-se a construção da sociedade humana fazendo abstração de Deus, de sua Igreja, extinguindo os governos que obedecem às suas Leis. A tábua dos Direitos Humanos foi instalada onde antes reinava a Tábua da Lei de Deus.

A Revolução Comunista (1917) e seus análogos de tipo socialista-nazista-fascista levaram essa revolta a ponto de quererem extirpar a própria ideia da existência de Deus.

Hoje, parece que a organização planetária “babélica”, feita contra Deus, chega até o céu. Porém, ao mesmo tempo, um pouco por toda parte dá estalos e seus construtores se entendem cada vez menos.

Entretanto, a obra regeneradora do catolicismo não cessa nunca. E no futuro – e desejamos que não seja longínquo – esse plano de Deus vai se realizar. E isto ainda que aconteçam castigos purificadores como Nossa Senhora advertiu em Fátima e em La Salette.

Essa realização futura terá um acréscimo que os povos antes de Babel não conheceram: a intercessão maternal de Nossa Senhora e sua mediação que tudo pode diante de Deus todo-poderoso.



FIM







segunda-feira, 29 de janeiro de 2024

A cidade que viu a luta entre Davi e Golias

Davi vitorioso sobre Golias.
Bartolomeo Bellano (Padua 1437–1497).
Metropolitan Museum of Art, New York City.
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs




Khirbet Qeiyafa, vale de Israel, é o nome moderno do local que serviu de quadro para um evento que marcou época há milênios.

Uma equipe de arqueólogos acredita ter desenterrado os restos da cidade que ali ficava e que teria testemunhado de alguma forma a batalha singular entre Davi e Golias.

Essa cidade de onde partiu o jovem pastor Davi, futuro rei de Israel, havia entrado no mistério da História e agora reaparece, segundo informa o Jewish News Service.

Os restos apontam uma cidade que há três mil anos tinha duas portas de acesso e que é mencionada no relato bíblico da luta de Davi contra Golias

Foram necessários sete anos de escavações. Mas os frutos agora podem ser vistos na mostra “No Vale de Davi e Golias” inaugurada em Jerusalém.

Os achados em Qeiyafa intrigaram historiadores e arqueólogos desde o primeiro momento em que foram revelados.

As ruínas foram desenterradas entre Soco e Azeca, na fronteira dos territórios filisteus e judeus, dois povos que se digladiaram a morte entre si simbolizando a luta entre o Bem e o Mal, entre os filhos de Deus e os filhos da serpente.

De um lado, os judeus, o povo eleito e amado por Deus no qual haveria de nascer o Messias, Redentor do Mundo, das entranhas imaculadas de Maria, descendente de Davi.

Do outro lado, os filisteus, povo do qual se poderia reputar entregue a todas as formas de mal. Confira a respeito: Arqueólogos acham restos do povo filisteu açoite dos israelitas

A luta desses povos símbolos teve um auge simbólico, místico e militar na luta entre Davi e Golias, do qual nos fala o primeiro livro de Samuel:
As ruínas de Khirbet Qeiyafa são do tempo de Davi.
As ruínas de Khirbet Qeiyafa são do tempo de Davi.
1. Mobilizaram os filisteus as suas tropas para a guerra e concentraram-se em Soco, em Judá. Acamparam entre Soco e Azeca, em Efes-Domim. (...)

4. Saiu do acampamento dos filisteus um campeão chamado Golias, de Get, cujo talhe era de seis côvados e um palmo. (...)

8. Apresentou-se ele diante das tropas israelitas e gritou-lhes: Por que viestes dispostos a uma batalha? Não sou eu filisteu, e vós os escravos de Saul? Escolhei entre vós um homem que desça contra mim.

9. Se ele me vencer, batendo-se comigo, e matar-me, seremos vossos escravos; mas, se eu o vencer e o matar, então sois vós que sereis nossos escravos e nos servireis!

23. (...) Todo o Israel recuava à vista do homem, tremendo de medo. (...)

26. Davi perguntou aos que estavam perto dele: Que será feito àquele que ferir esse filisteu e tirar o opróbrio que pesa sobre Israel? E quem é esse filisteu incircunciso para insultar desse modo o exército do Deus vivo? (...)

32. Davi disse-lhe [ao rei Saul]: Ninguém desanime por causa desse filisteu! Teu servo irá combatê-lo.

33. Combatê-lo, tu?!, exclamou o rei. Não é possível. Não passas de um menino e ele é um homem de guerra desde a sua mocidade.

34. Davi respondeu a Saul: Quando o teu servo apascentava as ovelhas do seu pai e vinha um leão ou um urso roubar uma ovelha do rebanho,

35. eu o perseguia e o matava, tirando-lhe a ovelha da boca. E se ele se levantava contra mim, agarrava-o pela goela e estrangulava-o.

A luta de Davi e Golias, Bíblia dos Cruzados.
A luta de Davi e Golias, Bíblia dos Cruzados.
36. Assim como o teu servo matou o leão e o urso, assim fará ele a esse filisteu incircunciso, que insultou os exércitos do Deus vivo.

40. E, tirando a armadura, tomou seu cajado e escolheu no regato cinco pedras lisas, pondo-as no alforje de pastor que lhe servia de bolsa. Em seguida, com a sua funda na mão, avançou contra o filisteu.

41. De seu lado, o filisteu, precedido de seu escudeiro, aproximou-se de Davi,

42. mediu-o com os olhos, e, vendo que era jovem, louro e de delicado aspecto, desprezou-o.

43. Disse-lhe: Sou eu porventura um cão, para vires a mim com um cajado? E amaldiçoou-o em nome de seus deuses. (...)

45. Davi respondeu: Tu vens contra mim com espada, lança e escudo; eu, porém, vou contra ti em nome do Senhor dos exércitos, do Deus das fileiras de Israel, que tu insultaste.

46. Hoje o Senhor te entregará nas minhas mãos, e eu te matarei, cortar-te-ei a cabeça, e darei os cadáveres do exército dos filisteus às aves do céu e aos animais da terra. Toda a terra saberá que há um Deus em Israel; (...)

48. Levantou-se o filisteu e marchou contra Davi. Davi também correu para a linha inimiga ao encontro do filisteu.

49. Meteu a mão no alforje, tomou uma pedra e arremessou-a com a funda, ferindo o filisteu na fronte. A pedra penetrou-lhe na fronte, e o gigante caiu com o rosto por terra.

50. Assim venceu Davi o filisteu, ferindo-o de morte com uma funda e uma pedra. E como não tinha espada na mão,

51. correu ao filisteu, subiu-lhe em cima, arrancou-lhe a espada da bainha e acabou de matá-lo, cortando-lhe a cabeça. Vendo morto o seu campeão, os filisteus fugiram.

52. Os homens de Israel e de Judá levantaram-se então, soltando gritos de guerra, e perseguiram os inimigos até a entrada de Get e até as portas de Acaron. Os cadáveres dos filisteus juncavam o caminho desde Saraim até Get e até Acaron. (I Samuel, 17, 1-52)

Davi contra Golias. Mestre Honoré, Breviário de Felipe o Belo (1296), BNF, folio7v.
Davi contra Golias. Mestre Honoré, Breviário de Felipe o Belo (1296), BNF, folio7v.
O enfrentamento foi por excelência um combate entre um filho da luz e um filho das trevas.

Davi era puro, nobre, limpo de coração e corpo, jovem, louro e de delicado aspecto, e por isso Golias “desprezou-o”.

Como arma só tinha a funda e cinco pedras colhidas num córrego.

Do ponto de vista material carecia de tudo, mas tinha uma fé que ardia de zelo por Deus.

E, o mais importante de tudo, o Senhor Deus dos Exércitos se aprazia nele e lhe comunicava sua bênção e auxílio.

A Bíblia descreve Golias em seu descomunal tamanho, força material, armamento, invencibilidade e ousadia.

Sua boca só proferia blasfêmia, provocação e ofensas. Sua presença causava terror.

Entretanto, Davi o filho da luz derrotou-o contra todas as aparências humanas como descreve o livro de Samuel acima.

Voltando à notícia do Jewish News Service, a descoberta arqueológica de Khirbet Qeiyafa nos conduz a uma cidade desde cujas muralhas teria se assistido ao extraordinário duelo entre o aristocrático Davi e o boçal filisteu.

O professor Yosef Garfinkel explica o significado de um dos objetos exumados.
O professor Yosef Garfinkel explica o significado de um dos objetos exumados.
O teste do carbono-14 datou 28 jarras de azeite encontradas nas ruínas da cidade como sendo do XI século ou início do X antes de Cristo. Portanto, dos dias do rei Saul e do jovem Davi.

“Ninguém pode contestar esta data” disse o professor Yosef Garfinkel, do Instituto de Arqueologia da Universidade Hebraica de Jerusalém.

Ele conduziu as escavações junto a Sa’ar Ganor da Autoridade para Antiguidades de Israel e do professor Michal Hazel da Universidade Adventista do Sul, de Tennessee, EUA.

Foi possível identificar duas portas nos muros, fato algo inusual. Uma está voltada para Filisteia e a outra para a Judeia.

As duas portas fazem pensar em Saraim, nome hebreu que significa “duas portas”. E o nome com que é mencionada uma cidade no I livro de Samuel (17:52), quando descreve a luta entre os campeões de Deus e da impiedade.

O achado de ossos de animais habitualmente oferecidos em sacrifícios a Deus (e a ausência de ossos de porco considerado impuro), nomes hebreus nos vasos (incluindo o de “rei” e de “juiz”, tal vez os mais antigos rastros da linguagem hebraica até agora recolhidos); cinco grandes pedras em pé (Massebot), altares de basalto, ausência de imagens humanas, decorações que evocam o futuro Templo de Salomão e outros objetos de culto ratificam que os moradores de cidade observavam as prescrições mosaicas.

Também foram encontradas 24 armas, 67% delas em aço, mais um sinal característico dos povoados hebreus.

Os muros com forma de casamata estão constituídos por duas paredes finas e paralelas entre as quais estão embutidas moradias, uma planificação exclusiva de Judá e da Transjordânia.

Vista aérea de Khirbet Qeiyafa, seu muro duplo como casamata e, no centro, uma porta amuralhada de entrada.
Vista aérea de Khirbet Qeiyafa, seu muro duplo como casamata
e, no centro, uma porta amuralhada de entrada.
É a primeira cidade fortificada de Judá no tempo do rei Davi que foi tirada à luz, observou o Prof. Garfinkel.

Segundo o professor Jacob L. Wright, da Universidade Emory de Atlanta, nos EUA, “em parte alguma do mundo se encontram semelhantes ligações com a Bíblia. Tudo o que você toca em Khirbet Qeiyafa te conduz à época bíblica”.

Compreende-se essa importância.

Sobre tudo se consideramos que naquele épico e sobrenatural lance vemos o nascedouro da Casa real de Davi na qual haveria de desabrochar o Redentor da humanidade.

Aquele que sendo Deus, enquanto homem foi a culminação da linhagem real hebraica, embora em seu tempo já não reconhecida pelos judeus, e o auge das perfeições humanas adorado justamente como Cristo Rei no orbe católico.

Sim, Aquele que no alto da Cruz venceu o “Golias do pecado” que é o mundo esquecido de Deus em consequência do pecado de nossos primeiros pais.

E o venceu redimindo desse pecado os homens todos. Abriu assim o caminho para levar o povo eleito ao porto seguro de sua Santa Igreja, militante neste vale de lágrimas e triunfante para sempre no Céu, destino derradeiro dos sinceramente fiéis.


Teste mostra como Davi pode ter derrotado Golias





segunda-feira, 4 de dezembro de 2023

Quem foram os Pastores de Belém?

São Gabriel anuncia aos pastores o nascimento do Salvador. Capela do Campo dos Pastores, Belém
São Gabriel anuncia aos pastores o nascimento do Salvador.
Capela do Campo dos Pastores, Belém
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs




Quantos eram?

Como se chamavam?

O que foi feito deles?

Quando morreram?

Onde estariam enterrados?

Eis sua maravilhosa vida após o grande prodígio de Belém.


São Lucas descreve uma das notas particularmente suaves e doces da abençoada noite em que nasceu o Salvador.

Ela provém dos pastores que moravam nas proximidades da Gruta de Belém e foram adorá-Lo, embebidos de admiração, humildade e nobre encanto:


“Um anjo do Senhor apareceu-lhes e a glória do Senhor refulgiu ao redor deles, e tiveram grande temor.

O anjo disse-lhes: Não temais, eis que vos anuncio uma boa nova que será alegria para todo o povo: ‘hoje vos nasceu na Cidade de Davi um Salvador, que é o Cristo Senhor.

Isto vos servirá de sinal: achareis um recém-nascido envolto em faixas e posto numa manjedoura’.

E subitamente ao anjo se juntou uma multidão do exército celeste, que louvava a Deus e dizia:

Anunciação aos pastores. Très Riches Heures du duc de Berry
Anunciação aos pastores.
Très Riches Heures du duc de Berry
‘Glória a Deus no mais alto dos céus e na terra paz aos homens, objetos da benevolência (divina)’.

Depois que os anjos os deixaram e voltaram para o céu, falaram os pastores uns com os outros: Vamos até Belém e vejamos o que se realizou e o que o Senhor nos manifestou.

Foram com grande pressa e acharam Maria e José, e o menino deitado na manjedoura.

Vendo-o, contaram o que se lhes havia dito a respeito deste menino.

Todos os que os ouviam admiravam-se das coisas que lhes contavam os pastores.

Maria conservava todas estas palavras, meditando-as no seu coração.

Voltaram os pastores, glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham ouvido e visto, e que estava de acordo com o que lhes fora dito” (Lc 2, 8-20).


São Lucas registra onde estavam, o que faziam, a aparição inicial do Anjo, a incorporação dos coros angélicos, seu cântico, a reação dos pastores, a adoração e, depois, seu retorno narrando a todos a maravilha que tinham contemplado, glorificando e louvando a Deus.

O anunciador não foi outro senão o Arcanjo São Gabriel.

O embaixador divino para a Encarnação sem dúvida era o mais indicado para dar a conhecer o nascimento do Verbo de Deus Encarnado.

Ao embaixador celeste se uniram coros de anjos que entoaram a primeira e mais maravilhosa canção de Natal.

Os santos pastores de Belém


Porém, depois desse comovedor relato, o silêncio caiu sobre os santos pastores.

Quantos eram? Como se chamavam? O que foi feito deles? Quando morreram? Onde estariam enterrados?

Capela conhecida como Campo dos Pastores, no local onde moravam, Belém
Atual capela conhecida como Campo dos Pastores, no local onde moravam, Belém
Nós os reencontramos em todo presépio natalino, representados segundo a imaginação dos fiéis, mas muito pouco ou nada nos é ensinado a seu respeito.

Entretanto, após o grande prodígio de Belém, eles tiveram uma vida maravilhosa, da qual pouco se fala.

O historiador M. Ghattas Jahshan, em seu livro Estrada de Natal, conta que a um quilômetro e meio a leste de Belém, há uma colina com grutas naturais rodeadas de pinheiros, oliveiras e ciprestes. (GHATTAS JAHSHAN, M.: Ruta de la Navidad. Ed. Iepala, Madrid 1990; MARTÍN MARTÍN, J. L. y MARTÍN PUENTE, S.: Historia de Ledesma. Ed. Diputación de Salamanca, 2008, pp. 151-158)

Ali, Santa Paula, fundadora de dois mosteiros em Belém, e São Jerônimo, Doutor da Igreja, que morou e morreu nas proximidades da mesma cidade, onde traduziu a Bíblia Vulgata em latim, no século IV, viram os restos da Torre do Rebanho (Turris Ader, em latim), levantada sobre a moradia dos pastores, segundo recolheu o site ArtePesebre.

Hoje, no mesmo local há outra igreja, erigida em 1954 sob o patrocínio dos religiosos franciscanos, custódios da Terra Santa, conhecida como Campo dos Pastores.

Essa foi construída sobre os restos de um antigo mosteiro, feito, por sua vez, sobre una primitiva igreja ampliada pelo imperador Justiniano no século VI.

Abaixo da igreja do Campo dos Pastores está a gruta que servia também de moradia aos pobres guardiães de ovelhas, que ali refugiavam seus rebanhos durante a noite, para protegê-los das intempéries.

Ela hoje pode ser visitada pelos peregrinos na Terra Santa.

Por volta do ano 670, o bispo Frances Arculfus deixou registrada a existência de uma igreja dos tempos de Constantino, junto à Torre do Rebanho, que continha os três túmulos dos pastores.

Torna-se assim historicamente incontestável que os pastores foram três, que seus jazigos eram tidos como local santo já nos primeiros séculos, e que lhes foram atribuídos, como veremos, muitos milagres.

Nas pinturas e esculturas mais tradicionais nas igrejas, eles costumam ser representados nesse número, como nos afrescos da igreja do Campo dos Pastores.

Entrada à casa dos Pastores. Muro e enfeites são posteriores
Entrada à casa dos Pastores. Muro e enfeites são posteriores
Um é adolescente, outro é idoso e, por fim, o terceiro é um adulto de meia idade que toca uma flauta.

Como chegaram à Espanha?


Por volta do ano 960, cavaleiros que participaram na tentativa de defender Jerusalém levaram os corpos dos três santos pastores a Ledesma, província de Salamanca, na Espanha.

Eles previam que a invasão islâmica os punha em perigo, pois a fúria anticristã estava tomando conta de toda a Terra Santa.

A urna trazida da Torre do Rebanho passou por Fuenterrabia (ou Hondarribia em basco), em Guipúzcoa, onde ficou uma arca pequena de mármore branco vazia, com três compartimentos que teriam sido sepulcro provisório dos três pastores de Belém.

Ela teria sido trazida do local no Oriente onde eles foram enterrados originalmente.

O arqueólogo C. Guarmani localizou-a em Belém e doou-a, no final do século XIX, a Antonio Bernal de O’Reilly, cônsul-geral de Síria e Palestina.

Este, por sua vez, a doou à igreja de Hondarribia.

Interior da gruta em que moravam e guardavam seu rebanho
Interior da gruta em que moravam e guardavam seu rebanho
O erudito historiador Remigio Hernández Morán assegura que ela guardou inicialmente os restos dos pastores, segundo noticiou La Gaceta de Salamanca.

Segundo Hernández Morán, “nos quatro ou cinco séculos seguintes houve silêncio a respeito dos restos dos pastores após a chegada a Ledesma, por causa da Reconquista”.

O perigo mouro com sua onda de crimes e profanações rondava essa região central de Espanha.

“Como medida de precaução ante um possível furto ou profanação por parte dos árabes, decidiram ocultá-los”, explicou.

Anos mais tarde, uma vez afastados os invasores islâmicos, decidiu-se recuperar os restos e erigir uma nova igreja para nela venerá-los.

Porém, perdera-se a lembrança do local exato onde estavam.

Mas a construção continuou, e eis que, trabalhando a terra para estabelecer os fundamentos, apareceram intactas as preciosas relíquias dos pastores.


Reconhecimentos oficiais


A partir desse dia, a história das relíquias dos santos pastores registra inúmeros milagres, sobretudo um, muito grande, concedido à região de Ledesma.

Esta padecia de uma grande seca, até que, em 25 de maio de 1164, foi aberta a arca das relíquias dos santos pastores.

Após serem feitas as rogativas prescritas, em poucas horas caiu uma chuva que durou cinco dias.

O professor Hernández Morán descobriu, nos arquivos vaticanos, um Breve do Papa Inocêncio XI, de julho de 1677, concedendo Indulgencia Plenária, cumpridas as condições de piedade, “à Confraria reunida sob a invocação dos Santos Jacob, Isacio e Josefo, canonicamente erigida e fundada na igreja paroquial de São Pedro da vila de Ledesma, diocese de Salamanca” em vários dias do ano, especialmente no primeiro domingo depois da Epifania de Nosso Senhor Jesus Cristo e nas festas de Natal.

O Breve pontifício foi emitido na basílica de Santa Maria Maggiore, em Roma, informou o jornal local Heraldo – Diario de Soria.

Por fim, as relíquias foram depositadas na igreja dedicada a São Pedro e São Fernando, e o bispo salamantino Andrés Josef del Barco, no mês de julho de 1786, lavrou a ata de “Reconhecimento dos ossos que dizem ser dos pastores que adoraram o Menino Deus em Belém”.

Reliquias dos pastores custodiadas em Ledesma
Reliquias dos pastores custodiadas em Ledesma
A ata descreve o conteúdo com estas palavras:

“Uma cabeça inteira; metade dividida em três partes; quatro ossos grandes de pernas; dez pedaços de caveira; vinte e quatro costelas, e uma mandíbula; quatorze ossos medianos; quinze da coluna; sete pedaços pequenos de costelas; três pedaços pequenos de couro; dois pedaços pequenos que parecem de cortiça de árvore; três pedaços de lenço; uma colher de pau pequena quebrada pelo cabo; um pedacinho de osso envolto num papel pequeno; outro menor envolto noutro papel sem rótulo; um olho, ao que parece, envolto num papelzinho; em outro papel maior, vários pedaços de osso sem rótulo; um pedaço de pau desconhecido; umas tesouras grandes, um papelzinho com a inscrição seguinte ‘Dos gloriosos Josefo, Ysacio e Jacob Pastores de Belém, que mereceram ver e adorar os primeiros a Cristo Deus e homem recém-nascido no Portal’”.

Este papel acompanha atualmente os restos contidos na arca.

O historiador Méndez Silva, no século XVII, confirma o número, os nomes deles, e acrescenta que os três morreram virgens num dia 25 de dezembro, 40 anos depois daquela divina noite de Natal.

Em 1864, seus restos foram trasladados para a atual igreja de São Pedro e San Fernando, no bairro de Los Mesones.

Porém, a poeira do esquecimento foi caindo sobre ela e seu tesouro, devido à perda generalizada de interesse da religiosidade popular e o menosprezo racionalista pelas relíquias, contra as quais alega falta de autenticidade.

A arca ficou bem guardada, mas sua lembrança voltou a se perder até 1965, quando durante a restauração da igreja se achou, sob o altar-mor dedicado a São Pedro, o tesouro esquecido, todo de madeira forrado de pele de ovelha e carneiro e primorosamente adornado.

Quando foi aberta, apareceram restos humanos com a ‘autêntica’ que dizia: “Os gloriosos Josefo, Isacio e Jacob, pastores de Belém que mereceram ser os primeiros que viram e adoraram a Cristo, Deus e Homem recém-nascido no Portal”, a qual ainda pode ser lida pelos devotos nos dias de exposição.

Nenhuma outra localidade reivindica a posse de restos relacionados com os Pastores de Belém, caso frequente com algumas outras relíquias.

Igreja de Ledesma onde se guardam as reliquias dos Santos Pastores.
Igreja de Ledesma onde se guardam as reliquias dos Santos Pastores
Fato que reforça a certeza de que elas são incontestáveis.

O Pe. Casimiro Muñoz, que foi pároco da localidade, atendeu com amabilidade os jornalistas de ArtePesebre, satisfez toda a sua curiosidade, e respondeu a tudo o que se referia aos Pastores de Belém, fornecendo-lhes toda a informação verbal e escrita solicitada.

Na vigília da Santa Noite de Natal os sinos da basílica romana de Santa Maria Maggiore reboam com intervalos de 10 minutos, em memória do remotíssimo costume dos pastores de comunicar aos colegas mais afastados de toda a região o anúncio angélico, avisando com qualquer instrumento ruidoso que tinham ao seu alcance.

Os fiéis de Ledesma veneram a urna aberta dos Santos Josefo, Isacio e Jacob, e em toda a Terra os católicos seguem seu santo exemplo em todos os presépios de igrejas e casas de família.

Pastores e Reis


A este respeito, comenta Plinio Corrêa de Oliveira: “O anúncio aos pastores foi diferente ao feito aos Reis Magos, que o receberam de um modo místico e silencioso.

“Dom Guéranger, grande teólogo, observa que a dignidade dos Reis era maior que a dos pastores, mas estes foram os primeiros a chegar com anúncio angélico.

Eles pertenciam ao povo eleito, enquanto os Reis que chegaram depois representavam os povos gentios.

“O anúncio foi feito aos pastores pelos anjos e aos Magos por uma estrela e comunicações místicas silenciosas.

Dom Guéranger defende que vale muito mais a pena crer assim do que por um milagre externo pela palavra de Nosso Senhor: ‘Tomé, tu creste porque viste, bem aventurados os que não viram mas creram’.”

A paz prometida aos pastores em nossos dias


Reis e pastores adoram juntamente ao Menino Deus
Reis e pastores adoram juntamente ao Menino Deus
Encerramos fazendo uma adaptação de comentários do Prof. Plinio:

O ano se extingue num caos generalizado, como o ano passado, mas com uma potencialidade de confusão e de risco ainda maior em todos os países do Ocidente e do Oriente e na própria Igreja Católica.

É a ocasião de implorarmos a efetivação do cântico angélico que os pastores ouviram no primeiro Natal: Glória a Deus no mais alto dos céus, e paz na terra aos homens de boa vontade.

Mas não uma paz e tranquilidade qualquer.

Há a paz dos cemitérios, na sua imobilidade, tristeza e silêncio: não é essa.

Só há paz genuína nas igrejas onde se professa na sua integridade a doutrina católica, apostólica, romana, onde o rito se faz em inteira harmonia com o culto e o dogma católico.

Mas quantas são?

Onde encontraremos na Terra a paz que Nosso Senhor Jesus Cristo quis trazer ao mundo? Infelizmente, em poucos lugares.

Encontramo-la no celestial Presépio em que, na manjedoura, o Rei da paz recebe com amor criaturas humildes, não só os pastores, mas até seus animais.

Os santos pastores foram soldados da paz e da ordem, enquanto a Terra gemia na revolta e na desgraça da desordem suprema, fingindo festa e alegria, espalhando o falso anúncio de que se vai para um ano melhor.

A paz de Cristo no Reino de Cristo implica a luta pela ordem contra a desordem, como quando no Céu São Miguel Arcanjo e os Anjos da fidelidade enxotaram Satanás e os anjos da infidelidade, indignos de permanecerem nas mansões celestiais e de continuarem hoje a enfumaçar a Igreja Católica. (Adaptação de uma mensagem de Natal feita por Plinio Corrêa de Oliveira em 18-12-92, e de sua palestra em 6-1-66. Transcrições não revistas pelo autor.)



El Campo de los Pastores en Belén. Pe. José de Jesús Aguilar Valdés





Belém: conhecendo a cidade biblica e o Campo dos Pastores!





Relíquias dos Pastores de Belém conservados em Ledesma





Relíquias dos Pastores de Belém conservados em Ledesma





O Campo dos Pastores em Belém Beit Sahur





segunda-feira, 6 de novembro de 2023

O Apito da Morte asteca revela o satanismo de religiões indígenas

Apito da Morte Asteca
Apito da Morte Asteca
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







A ciência e as tecnologias atuais permite descobrir histórias, elementos, curiosidades e até sons da humanidade de séculos atrás, por vezes espantosos como este "Apito da Morte Asteca".

Entretanto, descobertas estarrecedoras como essa, ajudam a compreender por contraste o bem inconmensurável trazido por Jesus Cristo e sua Igreja aos homens.

No caso atual os historiadores têm identificado um dos barulhos mais aterrorizantes ouvidos na Terra e que esclarece um problema polêmico na América Latina.

O instrumento causador desse ruído terrifico recebeu o nome de “Apito da Morte Asteca”. Ele tem o formato de uma caveira e acredita-se que tenha sido usado em cerimônias de sacrifício em homenagem ao deus do vento, Ehecatl, escreve “La Nación”.

Uma empresa americana pensando nas tendências atuais para o monstruoso recriou uma nova versão. O resultado foi tão impressionante quanto chocante.

Para isso recorreu a um grupo de especialistas que recriaram o satânico instrumento asteca graças a uma impressora 3D. Assim reconstruíram cada parte da anatomia humana para imitar o grito de um homem sendo morto.

O instrumento tem forma idêntica ao apito original em forma de crânio encontrado na mão de um esqueleto sem cabeça na Cidade do México em 1999.

Provavelmente se tratava de uma vítima sacrificada em um templo asteca, culto que o comuno-progressismo prefere ao católico trazido por missionário e colonizadores..

A princípio os arqueólogos não deram muita importância a este objeto e chegaram a afirmar que se tratava de um brinquedo.

Porém, 15 anos depois, um cientista teve a ideia de soprar por um buraco na parte superior do aparelho e o resultado assustou mais de um porque parecia um humano gritando. Aí começaram as diferentes teorias sobre sua utilidade.

<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzh_9rmgc-hTxUIfvBXXjWxo1JWGA5XgMUUgh9PHniRa-6FI11XvG39dTV7HMH6NDy_oUpPymzTsHW3gLRHwVSGDueAuVuBFO739TGbfhk5Rx3rtVTPpi5llZC26Fll7qSNjrVpQvYyToLtKD-r2drBWW6tXEm4qJpFbvZTUZckfA2QjQ1nc8VfhrokQw/s1440/Apito%20da%20Morte%20Asteca%2001.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img alt="Apito da Morte Asteca" border="0" data-original-height="810" data-original-width="1440" height="498" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzh_9rmgc-hTxUIfvBXXjWxo1JWGA5XgMUUgh9PHniRa-6FI11XvG39dTV7HMH6NDy_oUpPymzTsHW3gLRHwVSGDueAuVuBFO739TGbfhk5Rx3rtVTPpi5llZC26Fll7qSNjrVpQvYyToLtKD-r2drBWW6tXEm4qJpFbvZTUZckfA2QjQ1nc8VfhrokQw/w885-h498/Apito%20da%20Morte%20Asteca%2001.jpg" title="Apito da Morte Asteca" width="885" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Apito da Morte Asteca</td></tr></tbody></table>

Enquanto alguns afirmavam que era usado para o sacrifício de uma pessoa em homenagem ao deus do vento, outros apontavam que era um ruído para ajudar as almas a viajarem após a morte quando eram sacrificadas. Em qualquer caso o som é sinistro e apavorante.

Acredita-se também que o apito foi dado ao esqueleto como um dispositivo de proteção para afastar os maus espíritos quando ele deixava este mundo.

Uma quarta teoria indica que os guerreiros usavam esses apitos para causar medo nos corações dos inimigos.

O Apito da Morte Asteca foi listado como um dos sons mais aterrorizantes do mundo.

O curioso desse artefato é que ele imita a laringe humana. Quando soprado, o ar se divide em dois, criando uma onda sonora oscilante que circula por uma câmara antes de escapar por um segundo orifício.

“Acredite ou não, este não é um choro humano”, explicou James J. Orgill no canal educacional Action Lab (YouTube).

“O som que o apito da morte faz inatamente causa medo em seu coração”, continuou ele antes de explicar a história do apito e mostrar como soava.

A empresa americana HeyGears, teve a ideia de fazer seu próprio Asteca Death Whistle com uma impressora 3D.

Apito da Morte Asteca
Apito da Morte Asteca
Dentro do seu extenso catálogo existem apitos de diferentes tamanhos e materiais à base de resina, cerâmica e fibra de carbono, pelo que cada um produz um som diferente.

Este produto, denominado apito mortuário faz muito sucesso entre os engenheiros de som que o usam em produções dramáticas em filmes ou aqueles que desejam dar um toque especial às suas saídas de Halloween.

Seja qual for o seu uso, dá arrepios ao ouvi-lo e é procurado para as más dissimuladas festas de sabor diabólico do Halloween.

O apito também é revelador dos crimes monstruosos que faziam parte das religiões indígenas antes dos missionários pregarem a doce palavra de Jesus Cristo.

É claro que o comuno-missionarismo que se manifestou, entre outros, no Sínodo da Amazônia, quer silenciar estas revelações da ciência, e continua louvando as religiões indígenas e reprovando a gloriosa evangelização católica.


Reprodução do apito asteca da morte