segunda-feira, 11 de agosto de 2025

Arqueólogos identificam local
da prefigura da batalha final do Apocalipse

A morte do rei Josias em Megido. William Brassey Hole (1846 – 1917)
A morte do rei Josias em Megido. William Brassey Hole (1846 – 1917)
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







O Livro do Apocalipse ensina que no Fim do Mundo haverá uma batalha conclusiva entre os bons e os maus, num vale denominado Armagedom. Esse ficaria na Galileia no norte de Israel.

Há muito, arqueólogos e cientistas tentam identificar qual seria o sitio exato desse futurible evento. A palavra “Armagedom” provem na língua hebraica do nome “Har Megido”, que significa “monte de Megido”.

O Livro do Apocalipse descreve Megido como o lugar onde os reis de toda a terra se reunirão para uma guerra que será o prelúdio do grande dia de ira de Deus. Dia em que o Criador encerrará a História e pronunciará o Juízo Final.

O nome Armagedom nos dias presentes tem sido associado a uma catástrofe mundial ou a uma guerra nuclear global, ou a uma desastre universal do gênero.

A identificação do local de Megido não prova a realização futura, mas se compreende que um fato profético tão espetacular acontecesse num local com antecedentes históricos prefigurativos.

Local onde teria acontecido a batalha de Megido
Local das escavações de Megido
Esses antecedentes contribuiriam também à compreensão do marco geográfico do gigantesco e derradeiro combate universal anunciado por São João Evangelista no livro que encerra a Bíblia.

Agora bem, Megido foi habitado por cerca de 6 mil anos num período que inicia por volta de 7 mil a.C.. Nele, aconteceram prélios bélicos que inspiraram a aplicação do nome “Armagedom” a toda descrição de uma guerra de dimensões universais ou quase tanto.

Dito lugar mencionado tanto no Novo Testamento quanto em documentos do antigo Oriente Próximo é hoje mencionado como Tel Megido, em que “Tel” é o nome aplicado pela arqueologia a uma jazida de restos antigos.

E, nos últimos cem anos, diversas expedições escavaram sem sucesso o sítio suposto do acontecimento bíblico.

Porém, agora arqueólogos israelenses encontraram vestígios significativos na tecnicamente denominada Área X, do século VII a.C., incluindo um edifício que pode ter servido como quartel militar egípcio. 

Assim, os arqueólogos descobriram a primeira evidência física de um gigantesco evento que prefigurou a batalha épica vindoura descrita na Bíblia.

Um conjunto de cerâmica egípcia inédita do século VII a.C. sugere a presença de um destacamento militar na época em que, os livros de Reis e Crônicas narram que o rei Josias de Judá enfrentou o faraó Neco II.

O rei Josías limpando a tierra de ídolos. William Brassey Hole (1846 – 1917)
O rei Josias limpando a terra de ídolos. 
William Brassey Hole (1846 – 1917).
O Livro dos Reis descreve Josias como um rei justo que tentou restaurar a fé em Israel destruindo os falsos templos e altares erigidos por seus antepassados prevaricadores:

“Josias destruiu todos os santuários dos lugares altos que se encontravam nas cidades de Samaria e que os reis de Israel tinham edificado, para grande cólera do Senhor”. (II Reis 23, 19

“Josias acabou também com os necromantes, os adivinhos, os terafins [N.T.: objetos de culto, possivelmente ídolos ou deuses domésticos], os ídolos e as abominações que se viam na terra de Judá e em Jerusalém, pois queria obedecer às prescrições da lei tais quais figuravam no livro que o sacerdote Helcias descobriu no Templo do Senhor”. (II Reis 23, 25

“Josias fez, desse modo, desaparecer as abominações de toda a terra dos israelitas e impôs a todos que lá se encontravam que servissem o Senhor, seu Deus. Enquanto ele viveu, não se afastaram do Senhor, o Deus de seus pais”. (II Crônicas 34, 33

“Não houve jamais, antes de Josias, um rei que se convertesse como ele ao Senhor, de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todas as suas forças, seguindo em tudo a Lei de Moisés; nem depois dele houve outro semelhante”. (II Reis 23, 25

Representação da Josias renovando a aliança com o Senhor e purificando Judá
Representação da Josias renovando a aliança com o Senhor e purificando Judá
Porém ele foi morto pelo farão egípcio Neco II na batalha de Megido geralmente suposta em 609 a.C..

A cerâmica agora recuperada confirma os fatos relatados pela Bíblia. A fabricação rudimentar e sem adornos das peças encontradas, indicam se tratar de suprimentos para um exército estrangeiro.

Também, fragmentos de cerâmica grega ali descobertos apoiam a menção de fontes assírias e gregas da presença de mercenários lídios engajados no combate do lado das forças egípcias.

Compreende-se então que ao longo dos milênios Megido tenha sido associada à profecia do Armagedom, anunciada no Apocalipse, no Novo Testamento.

As façanhas de Josias são de molde a prefigurar o lado do bem na batalha final entre as forças do bem e do mal, durante a qual o mal que parece levar a melhor é esmagado pela intervenção divina.

As investigações arqueológicas em Megido prometem obter novas evidências que confirmem a ligação entre aquela prefigura dos eventos que serão o auge definitivo do Fim do Mundo.

Batalha de Megido, William Barnes
Batalha de Megido, William Barnes
Mais uma vez, as Escrituras são confirmadas pela ciência. Porém, desta vez, a ciência fornece fundamento a um fato futuro de natureza profética!

Fato no qual o católico acredita com Fé teológica, por estar incluído na Revelação, mas ainda não verificado na História da Salvação.