segunda-feira, 25 de agosto de 2025

Cientistas apontam a monarquia de Cristo no centro da Paixão

Exposição itinerante “The Mystery Man”
Exposição itinerante “The Mystery Man”
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs





Ficou cientificamente impresso no Santo Sudário de Turim que Nosso Senhor foi sepultado com símbolos e honras exclusivas dos reis de Israel.




A exposição itinerante “The Mystery Man” — da qual tratamos em outros posts, cfr. “Mistério que pasma as ciências”  e “Milênios depois, as ciências confirmam”  — continua percorrendo a Espanha.

Enquanto escrevemos é exibida nas catedrais de Caravaca de la Cruz, em Múrcia, e de Elche, no Alicante.

Seu giro suscita um interesse sempre renovado pelo Santo Sudário que envolveu o Corpo Santíssimo de Jesus, tendo sido publicados depoimentos de especialistas com novas descobertas.

Entre eles, destacamos neste post, os do Dr. Jorge Manuel Rodríguez Almenar, professor de Direito na Universidade de Valencia e presidente do Centro Espanhol de Sindonologia.

Este centro é formado por especialistas que estudam o Santo Sudário cientificamente, respeitando as Sagradas Escrituras.

Jorge Manuel Rodríguez Almenar, presidente do Centro Espanhol de Sindonologia
Jorge Manuel Rodríguez Almenar, presidente do Centro Espanhol de Sindonologia
O Prof. Rodríguez Almenar mostrou que Nosso Senhor Jesus Cristo recebeu em seu sepultamento o mesmo tratamento reservado aos reis de Israel.

Tanto pelo lado paterno, São José, como pelo materno, a Santíssima Virgem, Ele foi príncipe da estirpe real fundada pelo rei David.

Se se respeitasse o direito, Jesus herdaria a coroa. Mas ela estava nas mãos de usurpadores, porque o direito dinástico não era mais respeitado pelas autoridades do tempo.

Genealogicamente Nosso Senhor era o herdeiro legítimo do reino


A genealogia de Maria descrita por São Lucas (3, 23-38) mostra a linhagem real de seu Divino Filho, sendo Ela descendente de Abraão, patriarca fundador do povo eleito, e de David, fundador da estirpe dos reis de Israel.

Os evangelhos de São Mateus (1, 1-17) e de São Lucas (3, 23-38) descrevem a linhagem real de “Jesus Cristo, filho de David, filho de Abraão” (Mt 1, 17).

Por sua vez, São José era sucessor por via masculina do rei David, também pertencendo à tribo de Judá. Em consequência, Jesus Cristo era o primogênito, herdeiro dos direitos da casa de David.

A série de usurpadores — iniciada por Herodes I Magno, descendente de Esaú, e continuada por seus filhos, entre os quais, Herodes III Antipas, do tempo da Paixão — ocupava o trono por intrigas com Roma, sendo odiada pelo povo.

O reino de Israel no tempo de Jesus caíra à condição de protetorado romano, sendo controlado por uma legião militar sob o comando do cônsul Pôncio Pilatos, a quem não interessava esse problema dinástico.

Pilatos só queria garantir o domínio dos Césares na região e ser promovido na administração do Império.

Entretanto, a questão da monarquia de Jesus — e não só a sua superioridade como Sumo Sacerdote porque Filho de Deus — está no centro dos iníquos processos que levaram à sua crucifixão.

Jesus entrou em Jerusalém como entrara outrora Salomão para ser ungido rei


Entrada de Salomão em Jerusalém. Jan Victors (1619 - 1676), de óleo em lugar desconhecido
Entrada de Salomão em Jerusalém. 
Jan Victors (1619 - 1676), de óleo em lugar desconhecido
Até os Reis Magos, vindos de outros países, sabiam da estirpe régia de Jesus Cristo. Por isso, quando chegaram a Jerusalém, perguntaram “onde está o rei dos judeus que acaba de nascer?” (Mt 2,2).

Herodes, sempre ignaro da legitimidade, apelou aos príncipes dos sacerdotes e aos escribas do povo. E estes responderam que o profeta Miqueas (Miq 5,2) anunciara onde nasceria o rei prometido, o Emanuel:

“Belém, terra de Judá, [...] de ti sairá o chefe que governará Israel, meu povo” (Mt 2, 4-6).


Os Apóstolos também, antes de Pentecostes, viam nele um futuro rei e até especularam sobre o posto que teriam na sua corte: “pelo caminho haviam discutido entre si qual deles seria o maior” (Mc 9, 31).

Todos os Evangelhos (Mt 21, 1-11; Mc 11, 1-11; Lc 19, 28-40; Jo 12, 12-15) descrevem Nosso Senhor Jesus Cristo ingressando em Jerusalém montado num jumento, sob aclamações populares.

Essas só faziam sentido se endereçadas a um rei messiânico anunciado pelos profetas como um rei sacrossanto, inviolável e ideal, sobre quem repousa o espírito divino, que governará com sabedoria e justiça, prudência e coragem, ciência e temor de Deus.

Essa entrada em Jerusalém no Domingo de Ramos (Mc 11, 2; Lc 19, 30) só tinha um precedente: o ingresso histórico de Salomão montado numa mula segundo ordem dada por David: “fazei montar na minha mula o meu filho Salomão” para ser ungido rei (1Rs 1, 32-40).

O povo estendeu suas vestes no caminho Jesus Cristo como fazia a seus monarcas (Lc 19, 35-37), notadamente no ingresso de Salomão.

Jesus entra em Jerusalém e as multitudões o recebem como rei, Pietro Lorenzett
Jesus entra em Jerusalém e as multidões o recebem como rei, 
Pietro Lorenzetti (1280 — 1348), Basílica inferior de San Francisco, Assis.
Nosso Senhor não impediu que O aclamassem rei com as palavras “Hosana ao Filho de David! Bendito o que vem em nome do Senhor!” (Lc 19, 38-40; Mt 21, 9,15).

Porém, Ele nunca reivindicou o reinado temporal sobre Israel, mas sim uma monarquia completa e divina sobre toda a ordem da Criação, no sentido contido na devoção a Cristo-Rei.

Entretanto, o Sinédrio, conhecedor do que estava escrito e vendo a reação do povo, reiterou sua vontade de matá-Lo.

O Sinédrio acusou Nosso Senhor diante Pilatos de se dizer rei dos judeus, única acusação que impressionaria o cônsul romano.

Este então O interrogou: “És o rei dos judeus? Sim, respondeu-lhe Jesus” (Mt 27, 11), esclarecendo que era sobretudo Rei de um reino mais alto: o dos Céus e de toda a Terra.

Para Pilatos foi suficiente para encerrar o caso e declarar que não via culpa alguma em Jesus.

Porém, o populacho, instigado pelo Sinédrio, bradava: “Não temos outro rei senão César”. Agindo assim, eles recusavam o Redentor prometido pelos Patriarcas e pelos Profetas, bem como seu rei legítimo, sucessor de David.

Pilatos indaga aos sacerdotes: “Hei de crucificar o vosso rei?”
Pilatos indaga aos sacerdotes: “Hei de crucificar o vosso rei?”
Interessado somente nos efeitos do processo em Roma, Pilatos indagou aos sacerdotes: “Hei de crucificar o vosso rei?”.

E os sumos sacerdotes confirmaram: “Não temos outro rei senão César!” (Jo 19, 15) e acrescentaram que se não O matasse, eles o denunciariam ao imperador.

O argumento de perder os favores de César levaram o venal Pilatos a cometer o pior crime da História, lavando as mãos para demonstrar que não era responsável pela condenação.

Por fim, Pilatos mandou fixar no alto da Cruz uma tábua com a inscrição, em grego, hebraico e latim que dizia: “Jesus Nazareno Rei dos Judeus” (Iesus Nazarenus Rex Iudaeorum). É o I.N.R.I. que vemos habitualmente nos crucifixos.

Era esse o “crime” alegado pelo Sinédrio, porém “os sumos sacerdotes dos judeus disseram a Pilatos: Não escrevas: Rei dos judeus, mas sim: Este homem disse ser o rei dos judeus”.

Agastado, Pilatos os repeliu dizendo: “O que escrevi, escrevi”. (Jo 19, 19-22)




segunda-feira, 11 de agosto de 2025

Arqueólogos identificam local
da prefigura da batalha final do Apocalipse

A morte do rei Josias em Megido. William Brassey Hole (1846 – 1917)
A morte do rei Josias em Megido. William Brassey Hole (1846 – 1917)
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







O Livro do Apocalipse ensina que no Fim do Mundo haverá uma batalha conclusiva entre os bons e os maus, num vale denominado Armagedom. Esse ficaria na Galileia no norte de Israel.

Há muito, arqueólogos e cientistas tentam identificar qual seria o sitio exato desse futurible evento. A palavra “Armagedom” provem na língua hebraica do nome “Har Megido”, que significa “monte de Megido”.

O Livro do Apocalipse descreve Megido como o lugar onde os reis de toda a terra se reunirão para uma guerra que será o prelúdio do grande dia de ira de Deus. Dia em que o Criador encerrará a História e pronunciará o Juízo Final.

O nome Armagedom nos dias presentes tem sido associado a uma catástrofe mundial ou a uma guerra nuclear global, ou a uma desastre universal do gênero.

A identificação do local de Megido não prova a realização futura, mas se compreende que um fato profético tão espetacular acontecesse num local com antecedentes históricos prefigurativos.

Local onde teria acontecido a batalha de Megido
Local das escavações de Megido
Esses antecedentes contribuiriam também à compreensão do marco geográfico do gigantesco e derradeiro combate universal anunciado por São João Evangelista no livro que encerra a Bíblia.

Agora bem, Megido foi habitado por cerca de 6 mil anos num período que inicia por volta de 7 mil a.C.. Nele, aconteceram prélios bélicos que inspiraram a aplicação do nome “Armagedom” a toda descrição de uma guerra de dimensões universais ou quase tanto.

Dito lugar mencionado tanto no Novo Testamento quanto em documentos do antigo Oriente Próximo é hoje mencionado como Tel Megido, em que “Tel” é o nome aplicado pela arqueologia a uma jazida de restos antigos.

E, nos últimos cem anos, diversas expedições escavaram sem sucesso o sítio suposto do acontecimento bíblico.

Porém, agora arqueólogos israelenses encontraram vestígios significativos na tecnicamente denominada Área X, do século VII a.C., incluindo um edifício que pode ter servido como quartel militar egípcio. 

Assim, os arqueólogos descobriram a primeira evidência física de um gigantesco evento que prefigurou a batalha épica vindoura descrita na Bíblia.

Um conjunto de cerâmica egípcia inédita do século VII a.C. sugere a presença de um destacamento militar na época em que, os livros de Reis e Crônicas narram que o rei Josias de Judá enfrentou o faraó Neco II.

O rei Josías limpando a tierra de ídolos. William Brassey Hole (1846 – 1917)
O rei Josias limpando a terra de ídolos. 
William Brassey Hole (1846 – 1917).
O Livro dos Reis descreve Josias como um rei justo que tentou restaurar a fé em Israel destruindo os falsos templos e altares erigidos por seus antepassados prevaricadores:

“Josias destruiu todos os santuários dos lugares altos que se encontravam nas cidades de Samaria e que os reis de Israel tinham edificado, para grande cólera do Senhor”. (II Reis 23, 19

“Josias acabou também com os necromantes, os adivinhos, os terafins [N.T.: objetos de culto, possivelmente ídolos ou deuses domésticos], os ídolos e as abominações que se viam na terra de Judá e em Jerusalém, pois queria obedecer às prescrições da lei tais quais figuravam no livro que o sacerdote Helcias descobriu no Templo do Senhor”. (II Reis 23, 25

“Josias fez, desse modo, desaparecer as abominações de toda a terra dos israelitas e impôs a todos que lá se encontravam que servissem o Senhor, seu Deus. Enquanto ele viveu, não se afastaram do Senhor, o Deus de seus pais”. (II Crônicas 34, 33

“Não houve jamais, antes de Josias, um rei que se convertesse como ele ao Senhor, de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todas as suas forças, seguindo em tudo a Lei de Moisés; nem depois dele houve outro semelhante”. (II Reis 23, 25

Representação da Josias renovando a aliança com o Senhor e purificando Judá
Representação da Josias renovando a aliança com o Senhor e purificando Judá
Porém ele foi morto pelo farão egípcio Neco II na batalha de Megido geralmente suposta em 609 a.C..

A cerâmica agora recuperada confirma os fatos relatados pela Bíblia. A fabricação rudimentar e sem adornos das peças encontradas, indicam se tratar de suprimentos para um exército estrangeiro.

Também, fragmentos de cerâmica grega ali descobertos apoiam a menção de fontes assírias e gregas da presença de mercenários lídios engajados no combate do lado das forças egípcias.

Compreende-se então que ao longo dos milênios Megido tenha sido associada à profecia do Armagedom, anunciada no Apocalipse, no Novo Testamento.

As façanhas de Josias são de molde a prefigurar o lado do bem na batalha final entre as forças do bem e do mal, durante a qual o mal que parece levar a melhor é esmagado pela intervenção divina.

As investigações arqueológicas em Megido prometem obter novas evidências que confirmem a ligação entre aquela prefigura dos eventos que serão o auge definitivo do Fim do Mundo.

Batalha de Megido, William Barnes
Batalha de Megido, William Barnes
Mais uma vez, as Escrituras são confirmadas pela ciência. Porém, desta vez, a ciência fornece fundamento a um fato futuro de natureza profética!

Fato no qual o católico acredita com Fé teológica, por estar incluído na Revelação, mas ainda não verificado na História da Salvação.